♫ Chegamos na metade do ano e eu nem percebi. Parecia que o tempo havia voado e passado devagar ao mesmo tempo. As férias chegam e estamos almoçando quando minha mãe comenta:

- O que você acha de fazermos um almoço diferente final de semana, já que vocês estão de férias? Pensei em você convidar seus amigos e eles passarem a tarde aqui, ou até mesmo posarem.

♫ Penso um pouco e gosto da ideia. Concordo animada. Era sexta-feira. Podia ser amanhã - sábado - e eles posarem na mesma noite. Completo a ideia de minha mãe e comento com ela, que concorda.

♫ Ligo para Will primeiro, depois Charlie e Mary. Eles aprovaram a ideia também.

♫ Sábado chega e a primeira a bater na porta é Mary. Ela tira da mochila um saco cheio e fechado de Marshmallows e põem o dedo indicador nos lábios:

- Nem pense em dizer para os meninos que eu trouxe isso, se não eles não vão deixar para nós.

♫ Rio alto com o pedido e assinto:

- Combinado, eles vão passar fome.

♫ Will e Charlie chegam um tempo depois. Sentamos a mesa, já que já eram 12:10 e comemos o arroz com galinha e as batatas fritas como loucos. Minha mãe sempre foi uma boa cozinheira. Após terminarmos de comer, vamos para a sala. No Natal do ano passado eu havia pedido para minha mãe me dar um videogame, o qual ela incrivelmente não negou.

♫ Ligo o aparelho e distribuo os controles.

- Que jogo vamos jogar? – Pergunta Will desconfiado.
- Que tal um jogo de corrida? Quem tirar último lugar não ganha os marshmallows que Mary trouxe por uma rodada!
- Alex! Era segredo!
- Você ia me esconder Marshmallows? – Pergunta Charlie com uma feição maldosa e brincalhona - Você vai se ver comigo.

♫ Charlie dá um ataque de cócegas em Mary tão engraçado que eu e Will começamos a gargalhar.

- Pera aí! Alex também estava escondendo! Cócegas nela também!

♫ Eu estava sentada no tapete na frente da TV ao lado de Will, e Charlie e Mary – que finalmente tinham se acalmado – estavam no sofá.

- Não, Will, não ouse!

♫ Will vem chegando para o meu lado e me faz cócegas na barriga.

- Mãe. HELP!!! SOCORRO! – Grito entre risadas.
- Você que se meteu nisso! – Grita minha mãe.
- Agora tente sair! – Grita minha tia.
- Chega, para, por favor.

♫ Will se dá por satisfeito e se afasta, sorrindo. O jogo já iniciou e começamos uma disputa.

☆ ♫ ☆

♫ A tarde passou incrivelmente rápido, mas sei que foi uma tarde otimamente divertida. Jogamos um pouco de videogame e então minha mãe traz mousse de sobremesa para nós. Depois de comermos, os meninos ficam em uma partida muito séria de Call Of Duty – sim, eu tinha esse jogo – e eu e Mary subimos.

♫ A àquela altura meu quarto já havia sido reformado e tudo tinha voltado ao normal.

♫ Sento na cama enquanto ela olhava tudo envolta sentada na cadeira da minha mesa de deveres. Meu notebook bege estava encima dela. Resolvo quebrar o silêncio:

- E então, você e Charlie...
- Ah, somos amigos e tal.... E é só isso.
- Aham.... – Falo ironicamente. – Ele não parece perceber que é só isso, e nem você. Posso começar a cantar “É O AMORRRRR, QUE MEXE COM A MINHA CABEÇA...”
- Cala a boca, Alex!!! Eles vão ouvir lá de baixo!
- E daí? Estou ajudando na confirmação dos fatos.

♫ Então Mary grita mais alto do que eu havia gritado:

- “É O AMOR, QUE MEXE COM A CABEÇA DA ALEX, E DEIXA ELA COM MINHOCA NO CÉREBRO”!

♫ Não se ouvia mais o barulho dos tiros. E eles gargalharam lá de baixo. Ouviram ela cantando.

- Eu vou te matar, Mary!
- VOCÊ FEZ O MESMO COMIGO.

♫ Gargalho muito com aquilo. Levei na esportiva, e ela também.

♫ Depois de toda a bagunça e barraco que fizemos dentro daquela casa – finalmente – dormimos lá pelas 2 da manhã. Eu e Mary dividimos minha cama de casal sem problemas e então – como a tempos não fazia -, Charlie deitou no sofá da sala, que por sinal, era enormemente confortável. Will dormiu no quarto dos hóspedes.

♫ Naquela manhã, acordei com o cheiro de ovo frito e bacon. Olho para o lado: Mary ainda está desmaiada. Desço as escadas sem fazer barulho e acho minha mãe preparando exatamente as coisas de que senti o cheiro. Olho no relógio da cozinha e vejo que são 10:15 da manhã.

- Bom dia – ela dá sussurrando – Estou fazendo o café.
- Charlie e Will ainda estão dormindo?
- Sim.

♫ Estou com o cabelo totalmente sujo. Sabe o que Mary fez de madrugada? Estávamos comendo salgadinho num pote com os garotos e olhando TV, quando ela se descuida e derrama ele todo no meu cabelo - já que eu estava sentada no tapete e ela no sofá.

♫ Minha mãe me vê analisando meu cabelo e pergunta:

- Quer tomar um banho?
- Acho que realmente estou necessitando de um, ou Will nem vai chegar perto de mim.

♫ Ela ri baixinho. Não encontro minha tia na cozinha junto a minha mãe e acho estranho:

- Onde está tia Carmen?
- Ela disse que houve uma urgência no trabalho, ou algo assim.
- Hum.... Muito estranho.
- Pois é. Agora vá tomar seu banho!

♫ Saio de pé em pé até a sala e realmente encontro Charlie ainda capotado no sofá. Subo as escadas novamente e pego uma roupa silenciosamente para não acordar Mary. Vou saindo pela porta para ir ao banheiro do corredor quando me esparro com Will:

- Ei, você não devia ainda estar deitada?
- Você também não devia?
- Devia.
- Eu vou tomar banho, já que recebi um tsunami de salgadinho ontem.
- Ah, claro – ele ri. – Vou lavar o rosto no banheiro lá de baixo.
- O.k.

♫ Passa por mim e eu por ele. Entro no banheiro, ligo o chuveiro e relaxo. Finalmente férias, e paz com os amigos.

☆ ♫ ☆

♫ Quando saio do banheiro com o cabelo seco depois de usar o secador, encontro todos sentados na mesa da minha cozinha já tomando café.

- Começaram sem mim, é? MOTIM.
- Você demorou demais no banho! – Fala Charlie de brincadeira.
- É, agente já estava dissecando. – Fala Mary.
- Pô. Quem que virou salgadinho no meu cabelo para eu precisar lavá-lo? Não estou lembrada amiga.
- Está bem, você venceu.

♫ Me sento a mesa e começo a comer meus ovos.

- E a tia Carmen? Cadê ela? É domingo, ué.
- Eu sinceramente não sei onde ela está.

♫ Estamos conversando quando alguém toca a campainha. Muito estranho.... Minha mãe quase se levanta para ir atender, mas digo que eu posso ir. Me dirijo até a porta e a abro. Há um menino com cabelos escuros, olho castanho claro, pele amorenada e mais ou menos minha idade com uma pizza em mãos.

- Foi daqui que pediram uma pizza?
- Ah.... Não...
- Mas...
- Ah! Acho que você se enganou. Mas acho que sei quem pediria uma pizza no café da manhã. É o senhor Peterson, aqui ao lado, número 502.
- Ah, o.k., obrigado. É que hoje é o meu primeiro dia, então está difícil.
- Tudo bem. Bem.... Tchau. – Sorrio.
- Tchau.

♫ Volto a cozinha e Will pergunta, desconfiado:

- Quem era? Ouvi a voz de um cara.
- Um entregador de pizza. Ele se enganou. Mais uma pizza para o senhor Peterson.
- Quem come pizza no CAFÉ? – Pergunta Mary perplexa.
- Senhor Peterson. Ele sempre come isso no café.

♫ Damos risada e continuamos a conversar.

♫ Visão Alex.

♫ Todos vão embora só de tardezinha. Foi uma ótima reunião com meus amigos retardados. Will chega até a ficar para jantar. Depois da janta, sentamos no sofá e nos abraçamos, olhando uma série qualquer no Netflix. Minha tia - que para mim é suspeita -, havia chegado apenas às 16:00 horas da tarde em casa. E como não comentamos nada a respeito para ver que desculpa ela ia dar, não falou NADA.

♫ Bem, passo a primeira semana das férias inteira olhando séries, lendo, retomando as matérias, e também indo em um cafezinho no centro da cidade com Charlie, Mary e Will. Raramente saía de casa para fazer alguma outra coisa.

♫ Eu, tia Carmen e minha mãe decidimos jantar em uma pizzaria perto de casa no outro domingo, o segundo das férias. Sabe com quem quase me trompo quando entro? O mesmo entregador de Pizza daquela vez. Explicando: Eu não estranhei uma entrega no domingo por que Sr. Peterson chega a ser cliente especial daquela pizzaria. ELE PEDIA QUASE TODOS OS DIAS A MESMA PIZZA. E também não seria a primeira vez que confundem a casa.

♫ Janto meio inquieta com o olhar daquele menino na minha cola a cada mordida que eu dava. Ele estava servindo uma outra pizza enquanto me observava e eu finalmente resolvo dar um jeito de ele parar. O encaro com a minha cara de “eu quero que você vire para o outro lado” até ele desviar olhar. Qual o problema dos garotos?

♫ Na hora de ir embora, ele me dá uma última olhada irritante e eu finalmente saio de lá. Chego em casa e tomo um banho. Eram umas 21 horas quando Charlie me liga:

- Preciso de ajuda.
- O que houve?
- Como eu faço para a Mary gostar de mim?
- SEU IDIOTA. Vocês garotos não tem cérebro mesmo! Ela já gosta de você! HUMF.
- .... Então como eu provo para ela que também gosto dela.
- Ai meu Deus! Que emoção. Você quer finalmente se declarar?
- Cala boca, Alex.
- Quem sabe um cineminha? É o primeiro passo!
- .... Vou tentar...
- TCHAU APAIXONADO.
- TCHAU.

♫ Rio muito daquilo deitada na minha cama com a TV com a série pausada. Essa era Once Upon a Time. Dou Play ainda sorrindo.


♫ Visão Chalie

♫ Desligo o celular depois de falar com a Alex. Eu não sou muito o tipo de cara que toma iniciativa, mas.... Fazer o que, eu não vou esperar a Mary – que também não é de tomar iniciativa – para tomar antes de mim. Respiro fundo e ligo para ela. Depois de chamar umas 5 vezes, ela atende, sonolenta:

- Quem é?
- Poxa.... Eu te acordei.
- Charlie. Eu não estava dormindo.... Eu devo ter dado só uma cochilada. - a voz dela fica tensa, ou animada. Eu não sei.
- Oi.... Ah.... Eu estava pensando.... A Alex falou que vai estrear um filme bem legal no cinema, e que como ela não ia poder ir.... Queria que eu fosse para depois dar spoiler para ela. Você não gostaria de ir comigo?
- Claro, eu vou.
- Então... amanhã? Às 15 horas? Eu vou te buscar.
- Marcado.

♫ Sorrio e me despeço. Não foi tão difícil.... Espero que não aconteça nada para estragar.

♫ Visão Charlie.

♫ Vou buscar Mary no horário marcado. Ao tocar a campanha ela já atende, animada. Está com um vestidinho branca de alcinha que nunca a havia visto usar e com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto.

♫ Então nós vamos conversando, rindo. Estamos caminhando quando por reflexo pego a mão dela. Por incrível que pareça, ela levou como algo natural e continuou a falar sobre a saga do filme que iríamos assistir. Ela era fã de carteirinha. Eu também no caso, mas menti que ia ir só por que Alex queria spoiler. Enfim, não pude mostrar que tinha conhecimento sobre o que ela estava falando.

♫ Ao chegarmos ao cinema, vou comprar os bilhetes. Por sorte Mary não é como aqueles tipos de meninas que querem liderar que filme olhar, que não querem comer pipoca para com engordar.... Ela mesma chegou a comprar duas pipocas – uma doce e uma salgada - GRANDES, e ainda dois refrigerantes de 600ml.

♫ Entramos na sala do filme e sentamos em um lugar confortável de assistir, lado a lado. E então o filme começa.


♫ Visão Mary

♫ A continuação daquela saga estava perfeita. E no caso eu sabia que Charlie também era fã, Alex havia me contado. Não existia Spoiler para Alex ou coisa assim. Ele inventou. Jeito fofo de esconder que estava me convidando por que ele queria assistir e queria minha companhia.

♫ Saímos do filme e damos uma passeada pelo shopping em que o cinema que somos fica. Ganho um sorvete do McDonald’s. Começamos a ir para casa mais ou menos às 17:30. Passamos por uma praça cheia de crianças brincando. Sorrio diante de tantos sorrisos fofinhos. Charlie, percebendo minha expressão, pergunta:

- Gosta de crianças?
- Muito. Quando quero economizar para comprar alguma coisa, até mesmo trabalho à tarde ou à noite de babá.

♫ Ele dá uma risadinha e fala:

- Responsável.

♫ Rio também e revelo:

- Sempre quis ter uma irmãzinha mais nova.
- Acredite, não é muito fácil controlar quando os pais não estão em casa.
- Você tem irmãos?
- Sim, uma irmã de 9 anos. Ela adora encher o saco quando meus pais saem.

♫ Rio muito diante da informação e de repente sai da minha boca:

- Um dia queria conhecê-la.

♫ Ops. Isso foi muito atirado para um encontro que nem é bem um encontro.... Charlie me tranquiliza falando:

- Ela vai adorar você. As duas são muito parecidas. Inclusive, ela também é ruiva!
- Ah!

♫ Continuamos nossa conversa até chegarmos na frente da minha porta. Não sei direito como me despedir. Tem momentos que somos tão próximos.... E outros que o clima fica muito estranho.... Estamos a 20 centímetros um do outro. E agora 10.

♫ Então meu pai abre de supetão a porta da frente e nos afastamos rápido um do outro.

- Como foi o passeio? – Pergunta meu pai sem expressão definida.
- Muito bom, pai. Tchau Charlie.

♫ Entro dentro daquela casa mais rápido do que quando uma mosca foge de movimento.


♫ Visão Charlie

♫ Mary some dali – tão rápido que nem dá tempo de me despedir. Olho para o pai dela com cara de quem não estava fazendo nada de errado. Por mim, aquilo era muito certo. Mas ele estava com uma cara de quem queria me matar:

- Eu não quero mais saber de você com a minha filha. Eu quero ela concentrada na carreira que ela deve ter. Não namorando na frente da porta de casa.

♫ E ele fecha a porta como se nada tivesse acontecido. Sim, aconteceu algo para estragar.

♫ Visão Alex.

- Eu não acredito que ele te falou isso!

♫ Eu estava a mais de 10 minutos no celular com Charlie. O encontro tinha sido perfeito, mas no final.... O pai da Mary deu uma de pai da perseguição e disse que não queria mais ver Charlie na frente. Injustiça!

- Eu também não acredito! Só que eu não vou ficar no meu canto sem falar mais com ela, nem pensar. Nem que eu tenha que sequestrar ela escondido!
- Aí, que romântico, Charlie! Fala de novo aí que eu vou gravar e mostrar para a Mary.
- Por favor, não piore a situação com suas piadinhas!
- O.k. Parei. Bem, você vai quer que dar jeito!
- Vou, vou sim. O problema é como convencer um pai super, iper protetor que eu sou uma boa pessoa.
- Dessa vez você vai ter que descobrir sozinho, por que eu não sei como.
- Pois é, eu vou desligar aqui, minha mãe está chamando para a janta.
- Está bem. Tchau.

♫ Sério, o pai da Mary Iria se ver comigo se eu tivesse coragem de ir na casa dela e falar com ele.

♫ Minutos depois minha mãe me chama também para jantar. Enquanto como, lembro da janta passada na pizzaria. Qual era a daquele menino? Espero não ter que descobrir, por que para descobrir eu teria que me encontrar com ele novamente.


♫ Visão Mary

- Pai, você entendeu tudo errado! Meu Deus. Ele é só meu amigo, apenas isso.
- Seria mais se eu não me intrometesse abrindo aquela maldita porta! Você não vai mais vê-lo e ponto final. Está de castigo, não vai sair desta casa até segunda ordem!

♫ E então meu pai sai e fecha a porta do meu quarto forte, me deixando sozinha com meus pensamentos. O meu primeiro reflexo é ligar para a Alex. Depois de chamar umas 2 vezes ela atende esbaforida:

- ALÔ?
- Oi...
- Por favor, me diz que você resolveu aquele problema com o seu pai.
- Como você sabe o que aconteceu?
- Não importa. Agora eu quero detalhes!
- Meu pai disse que eu não saio de casa até segunda ordem...
- Eu posso ir aí te abraçar?
- Só se você entrar pela janela, por que meu pai não vai abrir a porta...
- .... É um bom plano.
- Aí Alex. Para de fazer piada.
- É sério, eu vou ir aí.
- Alex...

♫ BIP, BIP, BIP. Ela desligou! Aí meu Senhor. Espero que ela estivesse brincando em entrar pela janela.


♫ Visão Alex

- MÃEEEEEE. Eu vou ir na casa da Mary!
- À essa hora, minha filha? Seu cérebro apodreceu com as férias?
- Mãe. Ela e o pai brigaram, ela precisa de ajuda, oras!
- Mais um motivo para não ir! Deixa que ela resolva sozinha, você só vai piorar a situação!
- Eu levo a Alex. – Tia Carmen de repente fala para minha mãe que estava na minha porta enquanto eu pegava meu notebook, colocava na minha mochila, e enfiava junto algumas balas fini com um refri de 2 litros que eu havia pegado na cozinha.
- O.k., mas e se o pai dela não deixar a Alex entrar?
- Dai ela volta para casa, sã e salva.

♫ Minha mãe pensa no assunto por um minuto e finalmente permite:

- Não faça nenhuma besteira.