❃ Anteriormente em Catarine Loryn: Depois de um dia cansativo de volta, eu durmo. E sonho com uma tatuagem... A qual talvez seja a do meu “assassino”.

❃ Passou-se uma semana bem demorada depois de meu sumiço. Magnus havia começado a investigar o reino todo atrás de qualquer pessoa que tivesse uma tatuagem de crânio partido em qualquer lugar do corpo.

❃ Uma semana também em que cujo eu almoçava no meu quarto e pedia para que o guarda do lado de fora mentisse a Gerad que eu não estava lá. Ainda estava tão brava, que acho que se o encontrasse nesse meio tempo, o mataria.

❃ Eu não sou muito dessas meninas que ficava se lamentando por meses... EU SENTIA MESMO ERA RAIVA. Enquanto as outras usavam a tática dos passos para superar, eu usava a de três etapas:

1. Primeiramente ficar triste.
2. Depois com raiva.
3. E então superar.

❃ Naquele dia, eu finalmente teria aula de arco e flecha, e Magnus seria obrigado a me deixar treinar fora das paredes do castelo. Depois de acordar e escovar meus dentes, coloco a roupa de treino – que é a minha preferida dentre todas as outras de pompa – e arrumo o cabelo.

❃ Quando Lilith entra pela porta, eu já estou arrumada. Ela ri e afirma:

- Acho que você não precisa mais da minha ajuda.
- Eu sempre precisarei da sua ajuda, mas sempre mais ajuda da EMOCIONAL. – digo a abraçando.

❃ Lilith havia me ajudado muito nos últimos dias. Com tudo o que andava acontecendo, ela era minha oficial segunda confidente – depois de minha mãe. Era como se eu tivesse uma irmã mais velha.

❃ Eu falava com ela sobre Steve – assunto de mais interesse dela -, como era difícil ter que aguentar Gerad querendo falar comigo toda a hora. Sobre Rafael, e como estávamos mais próximos ultimamente... Ela era com certeza a minha melhor amiga de todos os tempos.

❃ Separamo-nos e ela diz:

- Acho que está na hora.
- Sim, já desço. Deixa só eu pegar... Aqui.

❃ Pego o bracelete de proteção em cima da mesa de centro e dou uma abanadinha para Lili antes de sair da porta. Desço as escadas rapidamente e com agilidade. Ao chegar ao primeiro piso, vou à cozinha pegar uma maçã, já que não iria ao café da manhã novamente – por causa da aula e de Gerad.

❃ Era cedo da manhã, talvez umas 6 horas. O céu - percebia-se através das janelas - ainda estava um pouquinho escurecido. As luzes do palácio ainda não haviam sido todas acesas. As cozinheiras provavelmente ainda estavam dormindo – pois o café não era tão demorado de se preparar quanto o almoço ou o jantar.

❃ Por isso achei muito estranho ouvir vozes vindas da cozinha. Paro um pouco antes da porta e consigo distinguir que a voz vinda de lá é de um homem jovem. Escuto entre alguns soluços de choro de alguém ele dizer:

- Calma, conte-me o que aconteceu... Por que me chamou até aqui?
- Minha mãe morreu... – diz a voz chorosa de uma mulher.
- O que?
- Sim, é verdade... Foi de madrugada. Ela teve um ataque cardíaco e ninguém conseguiu salvá-la. Pedi pra um dos meus amigos de guarda te chamar... O enterro será esta manhã...
- Mas tia Nency... Sempre foi tão saudável...

❃ Escuto o barulho de alguém se sentando em uma das cadeiras de madeira das mesas que lá há. Não sei o que fazer, então começo a caminhar de costas para sair logo dali e não interromper o momento em família. O único problema foi que havia um vaso atrás de mim. Como uma idiota, acabo por tropeçar nele e cair em cima dos cacos quebrados.

❃ A pessoa que havia acabado de sentar e a que já estava sentada provavelmente se assustaram e muito com o barulho de algo se quebrando às 6 da manhã em um palácio silencioso como estava aquele. Então vieram ver o que estava acontecendo.

❃ Levo um susto ao reconhecer o homem quando passa pela porta. Era Steve.

❃ Nota Cap 41: OHHHH, Né gent? Eu sou dimais. Parei. Então, só avisando, o próximo cap vai ser muito fofo!!!! <3 Espero que tenham gostado e peço de deixem comentários com suas opinas! <3 LOVE YOU, BJS.

❃ Anteriormente em Catarine Loryn: Interrompo o momento em família de Steve com sua prima.

❃ A princípio não sei onde enfiar a cara! Eu acabei de interromper um momento de consolo para os dois! Levanto-me rapidamente e digo me atrapalhando toda:

- Desculpem... Eu... Eu fui muito desastrada!

❃ Já a prima de Steve se curva diante mim nervosa:

- Princesa! Nós que... Ah... – ela começa.
- Catarine... – diz Steve surpreso em me ver.
- Deixem-me... Ah, Deus. – percebo o grande corte que há em meu antebraço.

❃ Um caco de vidro gigante está encravado em meu braço. A visão me deixa com enjoo. Pego de cara o caco de vidro e o tiro da carne rapidamente. Uma dor se espalhou por todo o meu braço.

❃ A prima de Steve me olha como se eu acabasse de virar uma guerreira com pintura de guerra e tudo mais. Olho para ela e sorrio. O corte começou a vazar muito sangue, tanto que começou a molhar o chão. Steve pega um pano que tinha consigo e o amarra sobre o corte.

- Obrigada - digo olhando em seus fundos olhos azuis.

❃ Ele sorri para mim. Ficamos um tempo parados sem dizer nada até que eu acordo e falo o que queria falar desde o início daquela conversa:

- Eu sinto muito por ter atrapalhado esse momento de vocês, não foi minha intensão. Eu tenho aula de arco e flecha agora e... Só vim pegar uma maçã...

❃ Adentro um pouquinho a porta da cozinha e encontro um cesto cheio de maças maduras dando sopa para serem pegas ao lado da porta. Faço uma pequena reverência aos dois e me retiro dali o mais rápido possível nem dando tempo para que eles dissessem qualquer coisa.

❃❃❃

❃ Chego à aula atrasada. O tempo de deslocamento até o jardim não foi bom comigo a todo o momento tentando parar o sangramento de meu braço. Ao chegar lá, meu professor primeiramente olha e aponta para o relógio em reprovação.

❃ Depois que ele se dá conta que eu estou com a manga da camisa ensopada de sangue. Ele não parece assustado. Muitos dizem que antes de ser professor de arco e flecha, ele era um soldado do exército do rei.

❃ Eu penso que isso é verdade – já que ele parece não ter muitas emoções. Também dizem que sua pior decepção foi ter sido deixado em uma função monótona depois de ter fraturado a perna em um combate de tentativa de invasão.

- E como isso ocorreu? – ele pergunta vindo em minha direção e me conduzindo a sentar em uma das cadeiras que ficam em nossa área de treinamento.
- Eu quebrei acidentalmente um vaso e cai em cima dele. Sou uma desastrada.
- Torça para que Clarissa não saiba que seu equilíbrio anda meio ruim.
- Conhece bem Clarissa?
- Sim. Somos amigos desde a época em que éramos crianças.
- Hum...

❃ Ele rasga a manga de minha camisa e analisa o corte.

- Sem cacos menores. Sorte a sua.
- Você e Clarissa tiveram algo sério? – minha curiosidade se sobrepôs a minha noção.
- Só amigos.

❃ Olho meio desconfiada para ele que está analisando meu corte. Rapidamente ele diz:

- Não foi muito fundo... Acho melhor deixar assim. Podemos fazer um curativo.
- O.k...

❃❃❃

❃ O professor não foi tão exigente na aula. Aquele bendito corte ainda doía bastante, mas não me rendi a não fazer nada. Ao acabar da aula, saio andando um pouco sem rumo. Ainda havia partes do palácio que eu não conhecia.

❃ Tomei uma direção diferente das que sempre sigo e vejo que naquela parte do jardim, as coisas chegavam a ser um pouco assustadoras. Não havia tantas flores, e o sol parecia não querer distribuir luz àquele lugar. Não havia me tocado... Aquele era o cemitério.

❃ Muitas pessoas tolas dizem que há áreas do palácio que são amaldiçoadas, tais como o cemitério. Nunca acreditei nessas coisas, mas também não me sentia a vontade em lugares como este.

❃ Um pouco ao longe, vejo um grupo de pessoas reunidas em torno de um buraco a pouco cavado. Reconheci aquele garoto alto de cabelo claro e de postura ereta. Era Steve. Vou chegando aos poucos perto do enterro.

❃ Havia apenas algumas pessoas lá: a prima de Steve, Steve, e algumas das outras cozinheiras ou conhecidas. Para não atrapalhar ninguém, fico na parte de trás do grupo. Destino uma oração à alma da tia de Steve e espero lá até as pessoas irem saindo.

❃ Quando Steve percebe minha presença, meio que fica sem saber o que fazer. Posso notar algumas lágrimas em seus olhos. Como instinto, dou-lhe um abraço de consolo. Após nos afastarmos, dou também um em sua prima. Pergunto-lhe seu nome e ela responde:

- Alice.
- Catarine – dou um sorrisinho a ela.

❃ Ela parece um pouco surpreendida comigo. Maioria das pessoas desse palácio acha que eu sou aquela princesinha insuportável e mimada. Que bom que tenho oportunidades de mostrar meu verdadeiro eu.

❃ Alice diz que tem que retornar as cozinhas e que depois falava mais com Steve. Nós dois ficamos sozinhos e decidimos fazer uma caminhada. Continuamos indo pelo caminho que eu não conhecia até chegarmos a uma espécie de bosque com uma estradinha o atravessando.

❃ Lá o sol não atravessava as folhas, mas a luz tomava conta do local. Sorrio para Steve e ele para mim. Apesar de não nos conhecermos bem, ficamos até que bem íntimos.

- Nossa. Nunca tinha vindo para cá... Esse caminho deve ser perfeito para fugir do palácio.
- Está pensando nisso? – ele dá uma risadinha.
- Talvez. – Rio também.

❃ Achamos um banco na beira do caminho e sentamo-nos nele.

- E seu corte?
- Melhor – rio – Eu não deveria ter sido tão desastrada!
- Todo mundo tem seu momento de bobeira. – Diz ele apontando para meu braço – Posso ver?

❃ Dou-lhe meu braço e ele analisa o curativo.

- Ainda não está ensopado. Fico me perguntando que tipo de menina seria você...
- Por que...?
- Você não é como as outras princesas... Você simplesmente não liga para essas coisas como luxo ou vestidos e salto alto. Exemplo... Olha como você está agora!
- É que eu não fui criada como as outras! – digo rindo muito e depois percebendo que havia falado de mais.
- Como assim? – pergunta ele curioso.
- Eu não nasci na nobreza. Fui criada como toda a plebe de hoje em dia. Eu e minha mãe trabalhávamos e dávamos um jeito de pagar a escola. Apenas fui chamada aqui por que o rei e a rainha não tiveram herdeiros legítimos. – falo toda sem jeito.
- Então você é filha apenas do rei?
- Exatamente.

❃ Ele parece um pouco chocado e impressionado, o que me deixa nervosa.

- Relaxe. Não vou sair espalhando seu segredo.

❃ Apesar ele ter dito isso, eu não havia me acalmado. Talvez pelo fato dele ainda estar segurando carinhosamente minha mão.

❃ Nota Cap 42: Oh my god gente do céu!!! Eu pessoalmente acho que isso aí foi um bom cap, e vocês? Espero que tenham deixado seu like e seu comentário, se não eu mato vocês ;). Enfim, love! <3

❃ Anteriormente em Catarine Loryn: Um longo dia, mas um dos bons.

❃ Parecia que eu e Steve nos conhecíamos há séculos, mesmo tendo conversado tão pouco um com o outro. Aquele ato de carinho parecia o único verdadeiro que eu havia sentido nesses últimos dias.

❃ Parecia que ele não ligava para quaisquer títulos que eu tivesse ou qualquer história que tivessem contado sobre mim. Parecia que ele gostava apenas da Cat, não da princesa Catarine. O mais legal em Steve é que ele não forçou a barra. Não foi como Gerad que já chegou me beijando, ou até mesmo Rafael, que só me notou quando descobriu que eu era uma princesa.

❃ Ficamos um longo tempo assim, e se ele não podia sentir as fortes batidas do meu coração pelo toque, com certeza eu podia. Nem tinha noção de que horas poderiam ser, e nem me importava.

❃ Continuamos ali, ouvindo os passarinhos fazerem seu canto combinado e ritmado. Escuto uma espécie de sino tocando ao longe, indicando que já era meio dia. Um pequeno – ou grande – choque me atravessa quando Steve entrelaça seus dedos aos meus:

- Sei que tem que ir.
- Infelizmente. – concordo sem ânimo e com o coração acelerado.
- Podemos nos ver depois. Ainda ficarei um pouco no palácio para consolar minha prima.
- Então está combinado.

❃ Levanto e sigo pelo caminho entre as árvores até o jardim e em seguida para dentro do castelo. Chego ao meu quarto e tomo um banho rápido. Coloco um vestido qualquer – cor bege – e deixo o cabelo natural e molhado. Peço a minha mãe pela porta de acesso ao quarto dela para que venha comigo.

❃ Ela chega até a se surpreender por eu querer sair do quarto na hora do almoço, mas atende ao pedido. Descemos as escadas e chegamos à porta do salão de refeições. Estava disposta a encarar Gerad novamente. Eram 12h30min... Respiro fundo e adentro as portas do salão que foram abertas para mim pelos guardas.

❃ Atraio os olhares dos integrantes da mesa: Gerad quase levanta da cadeira, mas é repreendido pela mãe. Rei Magnus olha-me como quem pergunta “O que aconteceu?” Tia Coraline sorri como quem venceu uma aposta e o Rei de Winstonred me olha como quem não estava gostando do que estava vendo.

- Boa tarde a todos. Desculpem-me a demora de uma semana, mas eu estava muito ocupada com algumas obrigações dadas pelo Rei. Não é mesmo Majestade?
- Sim. Estou ensinando alguns detalhes financeiros de estado para Catarine. Sente-se, por favor. – Ele entre no jogo.
- Obrigada. – digo sorrindo.

❃ Sento-me de frente para Gerad e dou-lhe um olhar inocente – fingindo que não sabia o que ele havia feito pelas minhas costas. Minha mãe senta-se ao meu lado.

- Sua conselheira senta-se junto a sua mesa? – pergunta a Rainha de Winstonred com reprovação.
- É como se ela fosse da família para mim. – sorrio com ironia.
- Hum... E falando em família, tenho curiosidade. Quem seria sua mãe se não é filha de Coraline?
- Não a conheci. Ela morreu no parto pelo que me disseram. Fui criada pelas respeitáveis educadoras do rei. – digo explodindo de raiva por dentro mas serena por fora.
- Que interessante.
- Sim, é a parte da história que não foi bem especificada.

❃ Ela me olha com um sorrisinho falso, o qual eu devolvo a ela. Viro-me para Gerad que está com aquele olhar de quem parece se sentir culpado. Sorrio ferozmente a ele.

❃❃❃

❃ O almoço se seguiu tranquilo depois da “discórdia” entre eu e a Rainha. Quando acabamos de comer, eu vou caminhar no jardim. Minha mãe disse que iria para o quarto novamente.

❃ Ouço passos vindos de trás de mim e presumo ser algum jardineiro. Viro-me para cumprimentá-lo – já que conhecia quase todos através dos passeios diários no jardim e, para minha “surpresa” e desagrado, era Gerad.

❃ Veio depressa até mim e me beijou intensamente nos lábios. Afasto-o com um empurrão. Ele me olha e pergunta:

- O que aconteceu? Fiquei preocupado com você. Ficou no quarto a semana inteira e agora me afasta assim?
- Estava preocupado comigo ou com o fato de que eu poderia ter me isolado por saber o que há entre você e Meredith?

❃ Um olhar de quem foi descoberto toma por completo a expressão dele.

- Aquilo não valeu nada para mim! Eu juro. Eu apenas me deixei levar pelos velhos tempos em que eu não ligava para nada.
- Se aquilo não valeu nada para você, então imagine o que teve comigo, já que me trocou por ela.
- Cat! Eu me arrependi por aquilo.
- Claro. Pessoas só se arrependem quando são descobertas.

❃ Continuo andando na esperança de que ele não venha atrás de mim. Pena que pensei errado. Gerad agarra meu braço com força no intuito de me fazer parar. O que fiz deve ter sido muito inesperado para ele. Dou-lhe uma rasteira, derrubando-o lindamente no chão.

❃ Sorte a minha que meu professor de arco e flecha me ensinou alguns truques bem úteis depois de quase me assassinarem.

- NUNCA MAIS ENCOSTE UM DEDO EM MIM. NUNCA!

❃ Aqueles berros saíram da minha alma. Ninguém mais estava no jardim – era hora de almoço. Por isso estranhei o fato de ouvir o barulho mais passos. Steve aparece correndo e para ao meu lado.

- Você está bem?
- Está tudo bem.

❃ Com Gerad ainda no chão me olhando perplexo, eu corro por aquele jardim o mais rápido possível. Chego à área do portão e dos treinos de arco e flecha e me sento ao chão. Enterro o rosto entre os joelhos e começo a derramar lágrimas silenciosamente.

❃ Steve chega 1 segundo depois de mim e de súbito senta-se ao meu lado, começando a acariciar meu cabelo.

- Quem era ele?
- Ele... Ele me traiu com minha pior inimiga. Ele foi o motivo pelo qual eu fugi para a floresta. O fato é que... EU O ODEIO. Quase morri por causa dele!
- Calma. Eu vou lá dar uma surra naquele cara. – Steve realmente estava levantando.
- Não! Fica aqui. Não pode bater o rostinho real dele... É um príncipe.
- Títulos, a pior coisa já inventada.
- Nem me fale. Não estaria passando por isso se eu não fosse princesa.

❃ Levanto o olhar e vejo os olhos azuis de Steve me examinando.

- Vamos fugir. Tire um tempo para você. Nem que seja uma caminhada pra fora desse portão.
-... Eu sei que vou me arrepender de concordar. – sorrio para ele e me levanto.

❃ Como o cadeado já estava aperto, Steve precisou apenas abrir os portões. Quando ele fecha novamente aquelas grades enferrujadas conosco para o lado de fora, eu me sinto finalmente livre. Começamos a andar e a conversar. Até pareceu que o mundo não era tão cruel assim.

❃ Lá pelas tantas, ele fala:

- Preciso te confessar uma coisa.

❃ Nota Cap 43: ;-; Okat, né, bora! <3

❃ Anteriormente em Catarine Loryn: As coisas sempre dão um jeito de se complicarem, tanto que até já me acostumei. Agora Steve vem com um papo de confissão.

❃ Visão Cat

❃ Seu tom sério e um pouco nervoso me deixa inquieta. Assinto para que ele continue:

- Bem... O que vou falar é algo que pode pôr-me na prisão pelo resto da vida, mas vamos lá... Tenho certa ligação com sua quase morte... Um amigo me disse que foi contratado por alguém de alto cargo para assassinar a princesa, e que precisava de um lugar de isca para o ato ocorrer sem grandes provas. Concordei com isso... Não sei o me deu na hora que eu... Apenas concordei! Iriamos dividir a recompensa por essa idiotice... – ele dá uma pausa respirando fundo.
“Mas quando chegou a hora em que eu vi você, eu desisti totalmente da ideia toda. Ele iria te desacordar com a pedra – o que realmente aconteceu - e então terminar o serviço. Eu o impedi de fazer a última parte... Tive que praticamente lutar com ele, mas chegou a um ponto em que ele desistiu e te deixou lá.”

❃ Arregalo meus olhos e olho para o chão, com certo medo de minha reação ser a inadequada... Ele ainda era o Steve que eu conhecia. Ele ainda havia impedido minha morte. Ele ainda tem um bom coração... Olho em seus olhos azuis nervosos que esperavam minha resposta com atenção.

- Eu... Não irei contar. Irei apenas... Ocultar você dos fatos e... Contar o resto a meu pai para ver o que ele descobre dessa pessoa de alto cargo. Eu tenho que ir.

❃ Faço a volta e começo a andar pelo caminho que havíamos percorrido. Por incrível que pareça, ele não veio atrás de mim. Não ouvi nenhuma voz, apenas meus passos na terra por todo o caminho.

❃ Visão Steve

❃ Eu não merecia o perdão de Catarine pelo que havia feito a ela, por isso não o pedi, apenas fiquei olhando-a andar entre as árvores até sumir de vista. Depois de um tempo, começo a regredir para casa, que não estava muito longe dali.

❃ Ao chegar, abro o portão da fazenda e entro. Ando até a casa e pego a chave da porta. Mas ela já estava aberta... Abrindo-a por completo, me deparo com 3 pessoas: dois guardas do exército de Winstonred e Tony.

❃ Tony aquele que teria matado Cat se eu não houvesse o impedido. Talvez tenha vindo terminar o que começou.

❃ Visão Cat

❃ Respiro fundo diversas vezes enquanto atravesso o jardim do palácio. Eu nunca entregaria Steve, mas o que ele me disse sobre sua participação no plano me deixou... Desnorteada. Entro pela porta lateral de acesso e pergunto a um guarda por meu pai.

- Está no escritório, alteza.
- Obrigada.

❃ Quase saio correndo enquanto me dirigia ao escritório. Ao chegar à porta, ela está entreaberta e uma voz vem através da fresta:

- Eu não posso Magnus, não posso contar a ela que estou morrendo... Até por que o diagnóstico não é certo.
- Regina... Você sabe que ela tem esse direito.
- Eu quero esperar ter certeza.

❃ Lágrimas invadem meus olhos como se fosse fogo. Afasto-me da porta ao ouvir passos e vejo minha mãe sair da sala e se dirigir a direção oposta a minha, sem notar-me. Depois que ela se afasta, saio de meu esconderijo. Magnus está à porta e me nota. Sua expressão mostra várias emoções.

- É verdade? – pergunto começando a soluçar.
- É... Ela não queria que você soubesse...
- Meu Deus.

❃ Ponho a mão sobre a boca para abafar um soluço. Por incrível que pareça Magnus vem me abraçar com um tom paterno na voz:

- O médico pode estar errado, então torçamos para que esteja.

❃ Um tempo se passou até eu recuperasse a postura e me afastasse do rei. Falo em tom um pouco abalado, mas sério:

- Tenho mais informações sobre quem quis me matar.
- Entremos no escritório.

❃ Visão Steve

❃ Não tive tempo nem para pensar no que fazer, pois já me imobilizaram e Tony me deu um soco no abdome.

- Essa foi por ter que me fazer vir aqui novamente – mais um soco – E essa pelo ato de cavalheirismo com sua princesinha. Valeu a pena? Ela teve alguma gratidão?
- Ela não é quem você pensa.
- Nem você é o que eu pensava. Agora querem você morto!
- Vai realmente realizar esse desejo de seja lá quem for?
- Não, eles faram isso – ele diz indicando os soldados – Eu já fiz a minha parte trazendo-os aqui para que eu ainda possa viver.
- Pelo menos seja você a me matar.

❃ Ele parece um pouco assustado com o pedido. Por fim, para não parecer covarde, ele diz:

- Saiam daqui. Eu terminarei o serviço.
- Temos que comprovar que ele estará realmente morto.
- Saiam ou eu digo ao rei que vocês não seguiram minhas ordens.

❃ Os soldados se entreolham e assentem, soltando-me no chão e saindo. Deviam ser iniciantes para saírem sem muita resistência e seguirem as ordens de Tony. Após fecharem a porta, Tony diz com um pouco de desprezo:

- Sei que gosta daquela garota desde o primeiro ano do colegial. Nunca pensei que ela pudesse ser a princesa em questão. Desculpe pelos socos, mas os dei por dois motivos: queriam minha cabeça pela princesa não estar morta e para fazer uma atuaçãozinha. Darei um tiro com a arma para fingir que te matei e então você tem que fugir daqui o mais rápido possível.
- Quem é que quer Catarine morta?
- É perigoso que saiba...
- Por favor, Tony.
- É o rei de Winstonred. Mas não deve contar isso a ninguém, vão acabar descobrindo. Apenas fuja.
- Obrigado, Tony.
- Estou fazendo isso pela nossa amizade, não quer dizer que ainda não esteja um pouco bravo com você.

❃ Ele tira uma arma da parte de trás da calça e dá um tiro no chão. Atiro-me no piso de madeira fingindo que cai morto. Ele anda até a porta e sorri para mim, então sai e o ouço dizer:

- O trabalho foi completo. Vamos sair dessa espelunca de lugar.

❃ Visão Cat

❃ Conto os detalhes para Magnus ocultando os que continham a atuação de Steve no meu “sequestro”. Após terminar, ele pensa um pouco:

- Alguém de alto cargo...
- Sim...
- Seja quem for, vai pagar.

❃ Nota Cap 44: Por que sim.

❃ Anteriormente em Catarine Loryn:

Visão Steve: Tony vem fazer uma atuação para que o Rei de Winstonred não venha atrás de mim e pense que estou morto. Apesar de que eu o tenha traído, Tony ainda entendeu meus motivos.

Visão Cat: Descubro que minha mãe pode morrer e não quer que eu saiba. O rei, com as novas pistas, irá tentar descobrir quem quis ou quer me matar. Problemas de cada dia.

❃ Visão Cat

❃ A tarde custou a passar. Era como se o relógio não quisesse andar. Então aproveitei para pensar na minha vida antes dessa loucura. Desde os seis aninhos eu já tinha o apelido de filha da confeiteira, mas isso não me incomodava naquela época – ou nunca me incomodou. Minha mãe fazia de tudo para que eu não precisasse jogar fora o meu futuro.

❃ Acho que se Magnus não houvesse me chamado para ser a Princesa, minha vida continuaria sendo o mesmo inferno de antes. O engraçado é que pensando no agora, minha vida está pior que nunca. Mas foi bom sempre ser a esquecida da escola. Imagine se eu fosse como a Meredith? A vadia que todo mundo conhece? Seria mais difícil esconder a verdade de quem eu sou... Ou era.

❃ A realidade é que todos devem pensar que eu fui criada distanciada da nobreza, mas sempre aos melhores cuidados. Devem achar que minha mãe morreu e minha tia fez o ato de caridade de casar-se com meu pai, para governarem lado a lado. E como eles não tiveram filhos... Eu seria a “melhor” e mais “respeitável” opção, o que é tudo uma adulteração da verdade, mas a qual eu tenho que adotar. Pensar nisso me enoja de certa forma.

❃ Já Rafael sabia a verdade por trás de tudo, e isso me deixa um pouco nervosa... Mas acho que posso confiar nele apesar de tudo. Estávamos nos tornando amigos não é? Mesmo ele achando que éramos mais que isso. Steve também sabia da história original... Será que ele usaria aquela informação para acabar com tudo de vez...? Espero que não. E agora mais uma coisa para se preocupar...

❃ Apenas os ricos ou grandes estabelecimentos da cidade têm televisões. Foi uma das muitas tecnologias que quase se perderam totalmente na guerra. Mas Magnus... Teve uma grande ideia. Todo fim de semana as pessoas vão olhar os pronunciamentos do rei no domingo – cujo eu ficava em casa ajudando minha mãe. Mas agora, nesse próximo “jornal”, ele quer me expor a todos.

❃ Todo o reino sabia que uma nova princesa havia chegado ao palácio, mas não se sabia quem era. Nenhum fotógrafo entrara no mesmo cômodo que eu para tirar sequer uma foto minha, até por que eu não fazia ideia de como se portar em frente a um bando de câmeras. Mas agora, sabe-se lá por que, o rei acha que estou pronta.

❃ Quando o horário do jantar finalmente chega, eu já estava pronta há uma hora. Desço as escadas com uma calma forçada. Ao chegar ao salão do jantar, sento-me no meu lugar de costume, ao lado de minha mãe, não dando oi nem olhando para ninguém, nem mesmo para ela. Admito que aquilo fosse difícil para mim.

❃❃❃

❃ Como depressa e saio da sala também sem me despedir. Estava possessa com minha mãe, por mentir para mim, com Magnus por querer que eu apareça em público daqui alguns dias, com Gerad por ser um cafajeste... Todos pareciam inimigos.

❃ Saio para o jardim e sento em um de seus bancos, olhando para o céu cheio de estrelas. Assusto-me ao ouvir o barulho de folhas se mexendo. Não havia vento. Tinha alguém ali. Então Steve sai de trás de um arbusto e senta ao meu lado, com um capuz quase cobrindo seu rosto:

- O que está fazendo aqui? – pergunto um pouco secamente.
- Eu vim contar uma coisa a você. Todos devem pensar que estou morto, por isso estou fugindo. Meu amigo me disse quem o contratou... Foi o Rei de Winstonred.
- O que? Por que ele iria me querer morta? – pergunto rindo nervosamente.
- Não sei os motivos, mas foi o que ele me disse.
-...
- Eu tenho que ir. Vou compreender se não confiar mais em mim, mas tem acreditar nisso.

❃ Ele olha profundamente meus olhos sob a luz da lua, e então se levanta e começa a ir embora... Eu deixaria Steve ir assim? Ele era uma das pessoas que mais importavam para mim... E então, depois de um momento de indecisão, eu faço minha escolha:

- Steve.

❃ Ele para de andar e vira em minha direção.

-...?
- Não vá embora. Por favor.
- Mas...
- Eu sei que estarão atrás de você se o descobrirem... Apenas fique durante a noite.

❃ Ele parece estar em conflito. Olhando um pouco para os pés parece pensar, e por fim diz:

- Ao nascer do sol eu terei de ir.

❃ Nota Cap 45: Espero que tenham gostado gente! Já tenho os próximos caps bolados, então não vai demorar muito para sair o próximo! <3 Atééé!

❃ Anteriormente em Catarine Loryn: Steve aparece no palácio dizendo que tem que fugir, e não só isso, trazendo a identidade do meu quase assassino: O rei de Winstonred. O convenço de ficar até o nascer do sol.

❃ Visão Cat

❃ Peço para Steve ficar escondido no Jardim enquanto eu ia ao escritório de Magnus - onde ele provavelmente estava - para contar a nova informação que, praticamente, acabava com toda a investigação.

❃ Subo as escadas para o segundo andar, e ando por alguns corredores, finalmente chegando até a porta que estava entreaberta. Ouço vozes conhecidas vindas dali.

❃ Dou 2 batidas e adentro-a encontrando Magnus sentado a sua mesa e outra pessoa sentada a sua frente. Quando ela se vira, reconheço o pai de Rafael. Será que Rafael também estava no castelo?

❃ Não planejava encontrar ninguém na sala além do rei. Deveria falar sobre aquele assunto na frente de outra pessoa, mesmo esta sendo o quase conselheiro?

- Do que precisa Cat? - Magnus pergunta.
- Ah... Tenho novas informações.
- Fale-as.

❃ Olho para o pai de Rafael e depois para Magnus. Ele entende meu olhar e me tranquiliza:

- Pode falar na frente dele.
- Ah, o.k. Bem, sabe aquele meu informante que me contou alguns detalhes sobre o ocorrido?
- O mesmo informante do qual você não quis me dar à identidade? Sei sim.
- Ele disse que sabe quem tentou meu assassinato por meio daquele contratado. Foi o Rei de Winstonred.

❃ Magnus ergue as sobrancelhas e diz duvidoso:

- Sabe que isso é uma acusação grave, certo? Se seu "informante" estiver mentindo e nós acusarmos o rei, teremos problemas. Além disso... Por que ele gostaria que você estivesse morta?
- É o que me pergunto...

❃ O pai de Rafael parece confuso em seus pensamentos sobre o assunto. Será que Steve estava certo? Será que eu deveria ter sido tão afobada?

❃ Magnus diz em tom meio decepcionado:

- Pode ir, Catarine. Vou ver o que faço com isso.

❃ Esse foi um dos momentos em que mais me senti criança na vida. Ele achava que eu estava inventando. Saio da sala sem fechar a porta.

❃ Desço as escadas quase quebrando o salto que estava usando. Ao chegar à porta do jardim, uso o código combinado entre mim e Steve: bati três vezes o sapato no chão o mais rápido que pude. Ele sai de trás de um arbusto.

❃ Digo para que ele me siga.

❃ Andamos por corredores em que não havia guardas por perto e então usamos uma escada lateral que sobe para o segundo andar. Após chegarmos no corredor do meu quarto, percebo que a porta está aberta. Eu a tinha deixado fechada.

❃ Olho para dentro do quarto e encontro alguém virado de costas na minha sacada.

❃ Gesticulo para que Steve fique ao lado da porta, escondido. O invasor diz:

- Você deveria trancar sua porta, se não qualquer pessoa poderia entrar aqui.

❃ Rafael se vira e sorri para mim. Tranquilizo-me um pouco, mas ainda lembro que Steve está ao meu lado.

- Ah, oi. - digo o mais calmamente possível.
- Oi. - ele diz ainda sorrindo, vindo em minha direção.

❃ Também ando em sua direção para que não chegue perto da porta. Ele me surpreende com um abraço e pergunta ainda me abraçando:

- Como você está? Já faz um tempo que não nos vemos.
- Estou bem, e você? – nos separamos.
- Ótimo. Fiquei sabendo que você finalmente vai aparecer no jornal de domingo...
- Sim. Clarissa vai me dar algumas aulas de bons modos e de como devo agir, apesar de que eu ache isso uma perda de tempo. Estou predestinada a pagar mico.
- Não seja tão dura consigo mesma. É só até pegar o jeito.
- Apenas não sei como isso vai acontecer.
- Aparecer no Jornal será o primeiro passo.
- É... Talvez não seja tão ruim quanto parece. TALVEZ.

❃ Ele ri e então toma uma feição séria de repente:

- Fiquei sabendo de outra coisa também...
-...?
- Tem um novo amigo por aqui? – ele pergunta como se já soubesse a resposta.
- Como assim? – tento fingir estar confusa.
- Clarissa me disse que viu você com um cara.
- Ah... Foi ele quem me ajudou quando fui achada na floresta. Veio ver a prima um dia desses e nos encontramos.
- Hum... Cuidado para não me fazer ficar com ciúmes. – diz ele desafiador.
- Ah... Ciúmes? – pergunto duvidosa.
- Não quero que ele tome meu lugar como seu confidente.

❃ Rio nervosa, entendendo de vários modos o que ele quis dizer.

- Claro... Pode deixar. – concordo para não continuar com o assunto.

❃ Rafael olha para o relógio do quarto e diz:

- Está tarde. Acho que meu pai já deve estar me esperando..
- Certo. Acho que isso é um tchau então.
- Tchau.

❃ Ele me dá um beijo na bochecha me olhando com algo diferente no olhar. Parecia que ele sabia algo que eu não sabia.

Ele começa a andar até a porta e para, se virando para me dar um aceno. Retribuo torcendo para que ele não virasse para o lado em que Steve estava. Ele não virou. GRAÇAS A DEUS.

❃ Após um segundo Steve entra no quarto com um olhar insatisfeito.

- Acho que esse cara está se achando muito.

❃ Não consigo segurar uma parte da gargalhada que eu queria dar. Mais ciúmes a vista?

❃ Nota Cap 46: As coisas estão bem lokas! Vou dar uma definida nos acontecimentos no próximo cap e fazê-lo bem mais longo, em duas partes de uma vez só! Me aguardem! Espero que tenham gostado e deixem seus comentários para eu mandar salve para vocês kkkk! <3 Até a próxima parte dessa história BEM LOIKA!