[One-Shot] A Fábrica de Ilusões |
Mrwhat « Citoyen » 1417621800000
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I AM BACK! Pra quem não sabe, one-shot é uma expressão usada para designar uma “fanfic” que possui apenas um capítulo. Essa história foi escrita e publicada aqui no fórum no Natal do ano passado, porém com a chegada da nova plataforma eu resolvi refazer e publicar novamente, já que estamos no mês de Dezembro e essa data festiva está cada vez mais próxima. Já que é apenas uma republicação, se vocês gostarem eu posso fazer uma continuação e postá-la ainda esse mês, no dia 25. Algumas das falas usadas na história são referências à séries britânicas (Doctor Who e Sherlock, por exemplo), mas isso não dificulta o entendimento. É importante dizer que tudo o que foi contado não é “falso”, exatamente. Eu realmente tive vários sonhos com um garoto chamado Zeke Fischer, mesmo nunca tendo o visto. O Natal era uma das datas festivas preferidas para Mary Louise, mas alguma coisa naquele dia não estava certa. Em todos os outros anos, a visão do céu a enchia de esperanças e ela imaginava poder voar através das estrelas; Já naquele mesmo dia, o tempo estava fechado e nada estava sendo como ela planejava. Porém, uma pequena “interferência” pode levá-la rumo à uma aventura impossível em uma pequena cidade chamada Snowville, onde ela encontra Zeke Fischer, o “garoto dos seus sonhos” (literalmente). Ela descobre que a forma como ela chegou lá era, na verdade, uma conexão entre universos, e precisa encontrar uma maneira de voltar para sua realidade antes da meia-noite. Meia-noite. Era para ser apenas um Natal normal, mas eu sabia que não era. Olhei ao redor e consegui avistar meus parentes brindando, rindo e se fartando com toda a variedade de banquetes que havia em cima da mesa, mas eu não me encaixava naquele meio. É claro que eu estou feliz, afinal, eu havia ganhado os melhores presentes que alguém poderia ter, mas alguma coisa me incomodava. Estou sentada no sofá, com um prato em cima da almofada e um controle na mão, procurando qualquer filme que esteja passando na televisão, mas meu plano de evitar contato humano já não dava mais certo. Do meu ponto de vista, este foi o Natal mais infeliz até agora; Nos outros, eu era uma pessoa esperançosa, que à meia-noite saía com um sorriso no rosto abrindo as portas e avistava a beleza das estrelas, mais brilhantes do que nos outros dias do ano, porém nunca ofuscando o brilho da lua cheia de 25 de Dezembro. Olhando para o céu, eu me imaginava naquele lugar paradisíaco, voando através das estrelas e pegando carona em um barato louco de espaço-tempo. Hoje, o céu está nublado, está chovendo e estamos aqui, trancados em casa, neste país que chamamos de Brasil: sem neve, sem uma internet que preste e sem filmes legais na TV. Meus pensamentos foram interrompidos por minha mãe, que me puxou pelo braço direito e deu-me um abraço, coisa que ela não fazia há muitos anos. “Por que está com essa cara?”, ela perguntou, olhando em meus olhos. “É Natal! Onde foi parar sua felicidade?”, completou, largando-me e abrindo espaço para meu pai, que me deu um aperto de mão e desejou um feliz natal. Minha vontade era respondê-la com todos os problemas que eu tinha, mas eu sabia que aquilo não acabaria bem e decidi deixar pra lá. Felizmente, a chuva parou e nós tivemos a oportunidade de passear pelas ruas, assistindo um momento de confraternização entre as pessoas, que saíam de suas casas apenas para abraçar os vizinhos e partilhar este momento. Agora, diga-me uma coisa: O que significa o Natal pra você? Creio que pelo menos 99% vão responder que o que importa é a reunião familiar e as pazes entre inimigos, mas os outros 1% serão sinceros e dirão que só comemoram a data por causa dos presentes e da comida. Enquanto andávamos por baixo das grandes árvores, que derrubavam suas folhas banhadas de água por causa das chuvas, conseguíamos ver algumas pessoas soltando fogos em comemoração à data. Save the Date, talvez? Não é ano novo, mas podemos perceber que já existe um pessoal bem preparado - e animado - em relação à isso. E você, o que acha sobre as festas de réveillon? Será que precisamos mesmo comemorar a chegada de um novo ano? Eu diria que isso é mais do que necessário, pois significa a entrada de uma nova era. Algumas pessoas fazem promessas, simpatias e até mesmo superstições, mas todos devem saber que na maioria das vezes nada disso funciona. Levantei-me daquele maldito sofá e me dirigi até a cozinha, onde eu sabia que estava sendo realizada a famosa ceia natalina. Sentei-me em uma das cadeiras e iniciei o banquete, apenas observando meus outros familiares, que não hesitavam em conversar sobre assuntos engraçados, tentando esconder a incontrolável vontade de, após a chegada do próximo ano, esquecerem o tanto de comida que ingeriram e começarem uma dieta. Não me considero uma pessoa louca, pois sei que metade do país também faz essas coisas, mesmo sem admitir. Após terminar a refeição, confortei-me na cadeira e esperei a sobremesas; Afinal, é tradição da minha família que, depois de terminar a ceia, venham mais delícias como sorvete, Chocotone e pavê (incluindo a piadinha do “é pavê ou pa cumê?”). Desculpem interromper a narrativa, mas devo afirmar uma coisa: Comam a maior quantidade de Chocotone que puderem. Vocês não vão se arrepender depois ;) (Renato curtiu isso) No fim de todas as refeições, todos se despediram, deram um ''boa noite'' e foram se deitar. Aí você pensa: “Como se nada tivesse acontecido...”. Na verdade, é como se tudo tivesse acontecido. Ao contrário do que muitos pensam, a Véspera de Natal não é apenas mais um dia no ano, e sim um dia longo. Entrega de presentes, hora do banquete, amigo oculto, aquela conversinha clássica com as tias perguntando “E os namoradinhos (as)?”... Mesmo sendo ateia, eu posso dizer que esse é o melhor dia do ano - e sim, eu faço parte dos 1% da população que diz que é só por causa da comida e dos presentes. Estamos na penúltima semana de dezembro, meus caros. O ano está acabando. Se o fim do mundo fosse hoje, você diria que foi feliz? Essa é uma pergunta que você faz às pessoas e elas ficam te olhando com uma cara de quem não sabe responder, e demoram pelo menos uns 10 segundos apenas para sorrirem e responderem, com uma mentira esfarrapada, “É claro que sim”. Prevejo várias pessoas que, depois de lerem este parágrafo, darão um CTRL+C - CTRL+V e responderão “Eu não faço parte desse meio” ou “Eu diria ''Não''”. A verdade é que a maior parte da população tentaria convencer a si mesma de que foi feliz, e a outra parte seria mais realística e pensaria nos erros que cometeu. O fato é que eu estou deitada na minha cama, olhando para o teto e pensando em todas essas palavras que talvez amanhã eu não lembre mais e esqueça completamente esse texto, perdendo a boa oportunidade de fazer uma one-shot contando como foi o meu Natal. Horas depois. Okay... São 3 da manhã, e eu ainda não caí no sono. Vou lhes dizer porquê: Estava tudo normal, até que de repente eu escutei um barulho do lado de fora. Estranho, não? Peguei uma lanterna e me dirigi até lá, pensando em todas as possibilidades possíveis, como a de que eu poderia encontrar um deus que veio do outro lado do universo ou até mesmo um viajante do tempo, mas quando eu cheguei lá encontrei apenas um pequeno quadrado de madeira no meio do meu quintal. Ele possuía uma fechadura, e como eu sou uma garota sonhadora e sempre me preparei para esse momento, tirei um grampo do bolso e consegui burlá-la. Achei que seria um lugar pequeno, mas me enganei: Quando abri aquela pequena porta e pulei dentro dela, sofri uma queda que quase afetou meu cérebro pequeno. A verdade é... O lugar era maior por dentro. Bastaram essas palavras para me fazer enlouquecer. Ergui o braço que estava com a lanterna em mãos e comecei a rir descontroladamente, achando que eu tinha enlouquecido o bastante à ponto de acreditar que tudo aquilo era verdade, e era. Fiz de tudo para comprovar que tudo era apenas um sonho lúcido, mas não era. Era a realidade, bem na frente dos meus olhos, e era tão impossível que a única coisa que eu conseguia fazer era dar risadas. Seguindo a rota de uma antiga fanfic que escrevi, fui à busca de um botão vermelho, e por coincidência, o encontrei. Apertei-o, e uma porta surgiu na minha frente, sem nenhuma explicação. Dei um suspiro de esperança, coloquei a mão na maçaneta e, quando abri-a, enxerguei apenas uma floresta com neve. Dei sorte, porque já estava com roupas de frio, então apenas peguei uma prancha de snowboard e saí para uma jornada em uma aventura impossível. Para minha surpresa, quando cheguei no final da floresta, dei de cara com uma enorme cidade: Snowville. Seus habitantes divertiam-se como se nem fosse madrugada, construindo casas, montando bonecos de neve e comprando alimentos para o almoço pós-ceia. Ao contrário do “mundo real”, quando eu olhei para cima pude enxergar um céu cheio de estrelas, o que me deu esperança para seguir em frente, pois eu sabia que aquele seria um dos melhores dias da minha vida. Eu estava completamente encantada com o lugar, até que esbarrei em uma pessoa um pouco familiar... – Eu sinto muito! – disse o garoto, ajeitando os cabelos – Sou um desastrado mesmo... – Espere! – olhei nos olhos dele – Eu já te conheço. Você é o garoto dos meus sonhos! – D-Dos seus sonhos? – Ele ficou com o rosto corado. – Desculpe, não foi o que eu quis dizer... Eu disse dos sonhos mesmo. Você aparece na maioria dos sonhos que eu tenho, mas eu nunca soube seu nome. Você poderia-- – Zeke Fischer – respondeu com um sorriso – E eu também tenho a impressão de que te conheço de algum lugar... – Mary Louise. Talvez nós estejamos conectados, não acha? – Deve ser. Quantos anos você tem? – Onze. Você eu já sei que tem doze, um metro e sessenta e sete, cabelos pretos, olhos azuis e, assim como eu, gosta de quando te elogiam, pois você se sente importante! – Você se acha a reencarnação do Sherlock, não é? Pois bem, devo dizer que eu tenho visões com você. Você tem um metro e sessenta e cinco, cabelos castanhos claros, olhos da mesma cor e, assim como eu, gosta de escrever apenas para escapar da realidade! – deu uma risada irônica – Pois eu tenho más notícias: Você só poderá ficar aqui até a meia-noite. Nós somos humanos, sim, mas somos de uma dimensão diferente da sua, onde tudo é mais perigoso do que o que você já conhece. Como você já sabe, é impossível viajar entre dimensões paralelas, e esta cidade está localizada bem no olho da tempestade. A cada 5000 anos, os caminhos entre dimensões são abertos, mas só até a meia-noite! Quando você sair daqui, não se lembrará de mais nada. Ele me deixou sem palavras. O que fazer em apenas 21 horas? São 3 da manhã e eu acabei de encontrar o garoto que achei que nunca encontraria, o garoto dos meus sonhos - literalmente. Tudo o que eu conseguia imaginar era fazer tudo o que eu nunca pude, como voar de asa delta ou dar a volta ao mundo, mas eu não conseguia saber se Zeke desejava o mesmo. Conhecia ele melhor do que ninguém, pois a maior parte de sua vida estava nas minhas memórias, mas pela primeira vez eu não sabia o que ele iria fazer. – O que acha de passar o Natal na minha casa? – E aí, vidente... O que você acha que eu vou responder? – perguntei ironicamente. – Hey! Eu apenas tenho visões. Não sou um vidente ambulante! – ele riu – Mas, só pela sua reação, eu diria que você vai dizer “Sim”. – Garoto esperto! – disse, pegando sua mão – De acordo com minhas lembranças, eu posso dizer que sua casa é ali à direita. – O que eu te disse sobre nunca virar à direita? “Turn Left”, lembra? – ele riu. – Tudo bem então, Senhor do Tempo – dei um passo à frente, e ele me seguiu. Snowville era uma cidade pequena, mas harmoniosa. Possuía várias lojas, mercadinhos e escolas, aparentando ser um lugar bem organizado, visto que bem longe localizavam-se as fábricas que davam dinheiro à cidade. Caminhávamos sobre a neve, escutando o lento som do vento que batia nas folhas das árvores, e observando a grande quantidade de pessoas que estavam acendendo as luzes de suas casas. – Em Snowville, as pessoas trocam o dia pela noite – ele disse. – Aqui, 3 da manhã é como se fossem 3 da tarde. As pessoas estão sempre alegres, mas nem sempre foi assim. – Como assim? – perguntei, curiosa. – No Natal passado, eu comecei a ouvir relatos de crianças pequenas – de 4 a 6 anos – que alegavam ter percebido algo estranho nas decorações da cidade. Coisas simples, como bonecos de neve e árvores de natal, de repente começaram a ser um terror para elas. – E isso teve alguma explicação? – Até agora, não. Mas eu não abandonei esse caso e vou tentar resolvê-lo o mais rápido possível. O bom é que agora eu tenho a sua ajuda, não é? Podemos fazer isso juntos. Como Sherlock e John Watson... – Acho que está mais para o Doutor e sua companion, não acha? Depois de muita conversa, finalmente chegamos na casa dele. Se é que aquilo merece ser chamado de casa – pra mim, era uma grande mansão, daquelas que vemos nos filmes de heróis e tal. Não dizem que quando você está afim de alguém, você começa a achar que tudo da pessoa é perfeito? Pois é. Não estou dizendo que estou gostando dele, é que-- Ah, vocês entenderam. Mal entrei e já dei de cara com uma enorme árvore de Natal, e olhando mais ao redor, pude ver que as paredes não tinham nenhum arranhão - provavelmente haviam sido pintadas recentemente - e, felizmente, não possuíam nenhuma rachadura. Por outro lado, a escada era bem longa, e de lá eu podia enxergar vários quartos. “Está afim de ver algo incrível? Venha comigo”, ele disse, me puxando até o último andar da casa. De lá, dava para se ter uma vista completa da cidade inteira. – Onde conseguiu tudo isso? – Meu pai é o chefe da principal fábrica da cidade, as Indústrias Fischer. Lá eles fazem experimentos com vários animais, além de produzirem algumas coisas que possam fazer mal à saúde, como gases tóxicos e coisas do tipo. – E por que eles produziriam algo que faz mal à saúde? – Ah, veja pelo lado bom: No futuro, eles podem usar esses recursos em máquinas e afins. Talvez isso dê em um carro voador ou algo do tipo... – Você viaja demais, hein? – Disse a garota que acredita que sonhos são reais! – Mas eles são mesmo! Você está na minha frente, aqui e agora! – Eu sou de outra dimensão, lembra? Continuo contando como apenas um sonho – disse, e abaixou a cabeça. – Porém, escute uma coisa: Mesmo que você vá embora, as memórias daqui continuarão na sua mente. Se você quiser alguma coisa daqui da cidade, é só esforçar-se para lembrar e, talvez, elas podem aparecer no seu mundo depois... Olhamos para um grande relógio, localizado no centro da cidade, e vimos que já eram quase 5h30. Quando fomos descer as escadas, escutamos um estrondo vindo de longe; Viramos para trás e, para nossa surpresa, vimos que uma grande neblina estava tomando conta da cidade. – O que é isso? – ele perguntou, assustado – Eu nunca vi uma neblina desse tamanho na cidade. Eu já estava acostumado com as pequenas neblinas que apareciam de vez em quando, mas dessa vez, essa coisa me surpreendeu! – Há montanhas próximas à Snowville? – Haviam, mas o espaço entre dimensões está se fechando aos poucos. O tempo aqui passa mais rápido, Mary, e consequentemente as coisas estão desaparecendo. – Obrigado por explicar o que eu já sabia, Sr. Esperto. – Ah, cale a boca. Descemos, e eu peguei um cachecol que estava em cima de um dos sofás, pois o tempo estava ficando mais frio do que nunca - tanto que os sapatos de Zeke já estavam começando a ficarem cobertos de gelo. Aproveitamos que a mãe e a avó dele não estavam acordadas, e saímos para ver o que realmente estava ocorrendo lá fora. Quando chegamos, conseguíamos escutar apenas gritos aterrorizantes, como se alguém estivesse sofrendo e não pudesse pedir por ajuda, pois algo estava o impedindo. Nossa visão estava bem prejudicada, já que a neblina estava tomando toda a cidade. – O que faremos? – ele questionou. – Ficaremos aqui parados observando a cidade desmoronar... O que você acha, Grande Inteligência? – disse em um tom irônico – Não quer ser um herói por um dia? – Isso é tão clichê. É Natal, acontece uma coisa louca e de repente cidadãos normais se transformam nos seres que vão salvar o mundo... – Se é tão clichê assim, então me diga quantas vezes você viu a mesma coisa acontecer em outras cidades. Filmes, livros, séries, áudios e qualquer coisa que não seja compatível com a realidade não é permitida. – Essa é a primeira vez... – Logo, não se exalte e vamos terminar com isso o mais rápido possível. Então... Você tem algum meio de transporte para darmos uma voltinha pela cidade? – Uma voltinha? Nós estamos diante de uma catástrofe e você quer dar uma voltinha? – Ah, Zeke, não exagere. Todo mundo precisa de um pouco de adrenalina, não é? Ele pegou uma moto que estava na frente de sua garagem e subiu; Eu o acompanhei, colocando nossos capacetes, e ele deu a partida. Com a força dos ventos que saíram da moto, nós conseguimos despistar um pouco da neblina, e enxergamos algumas pessoas escondidas atrás de muros e crianças fugindo inexplicavelmente. Quando estávamos no meio do caminho, ele parou. – O que houve? – E-Eu escutei uma coisa. Mary, eu juro, eu tenho certeza de que vi alguma coisa. Estava atrás de mim, mas eu não-- – Acalme-se. O que exatamente você viu? – Eu não sei. Eu apenas estava andando e, quando olhei para o lado, vi algo parecido com um grande lobo de olhos vermelhos. – Você teve algum contato com drogas nas últimas horas? – Ei, eu não sou de fazer essas coisas! – Ok, só estava brincando. Mas é tão estranho... Precisamos saber o porq-- Eu vi. Não foi exatamente igual o que ele tinha me descrito, mas eu vi. Era um boneco de neve, que não falava, mas tinha uma boca e seus dentes se assemelhavam aos de um dinossauro. Olhei para Zeke, e ele estava tão pasmo quanto eu. – V-Você está vendo o mesmo do que eu? É um Snowman, Zeke. – Um Snowman? Você bebeu? Aquilo é um lobo gigante! Perdeu a noção do perigo? – Oka, tem uma espécie de monstro bem na nossa frente e nós estamos aqui discutindo. Acho que não é você quem perdeu a noção do-- O “monstro” avançou. Subi, puxei Zeke, coloquei-o na moto e comecei a pilotar, fugindo dali o mais rápido possível. Com os ventos emitidos da moto, olhei para trás, e tudo o que pude ver era uma mísera bola de neve. Ele não poderia pilotar, afinal, estava mais assustado do que nunca; Para mim, aquilo foi uma ocasião mais do que normal. Já estou acostumada com coisas do tipo nos meus sonhos mesmo... Depois de andarmos por alguns minutos, chegamos em uma pequena cafeteria, localizada longe da parte principal da cidade: o centro. Sentamo-nos nas cadeiras e começamos a conversar. – O que você acha que são aquelas... coisas? – Você está mais do que assustado, não é? – eu ri. – É claro que estou, e você ainda fica tirando sarro. Até parece que já viu aquilo uma vez na sua vida. – Eu já tinha visto um Snowman mesmo. Não sei de onde você tirou que aquilo era um cão. – Não era um cão, okay? Era um lobo. Tenho certeza. Fiquei cara a cara com aqueles grandes olhos vermelhos, olhando fixamente para mim, como nos meus piores pesadelos. – Interessante. Você costuma ter pesadelos com esses lobos, e um deles estava aqui e agora. Mas por quê? Zeke... Hoje nós vamos iniciar uma investigação que vai fazer essa frágil cidadezinha se abalar. – Você fala como se fosse superior. – E sou, não está vendo? Se não fosse por mim, eu não teria deduzido tudo isso. – Claro que sim. Afinal, se você não fosse você, é mais do que óbvio que você não teria deduzido isso. E, você sabe, eu estive pensando... Eu sei que você não pode ficar aqui, mas e se eu fosse pro seu mundo? – Dois universos entrariam em colapso – respondi, terminando de tomar meu café. – A coisa toda ia se queimar. – E isso importa? – perguntou, olhando fixamente em meus olhos. – Acho melhor voltarmos a investigar. Tem um lugar que eu gostaria de passar, e acho que a solução pra esse mistério pode ser exatamente o que eu estou pensando. Voltamos à moto e olhamos ao relógio; Para a surpresa de ambos, já eram 18h. O tempo estava se esgotando, tanto para mim quanto para a fenda no espaço-tempo. – Que horas são no mundo real? – 5 da manhã – respondeu, acelerando a moto. – Não se preocupe, você estará em casa à tempo do café da manhã. – Disso eu já sabia... – Ah, você sabe de tudo, não é, sra. Superior? – Cala-te, Zeke, e continue a dirigir. Finalmente chegamos onde eu queria chegar. A fábrica estava vazia, com apenas 10 pessoas trabalhando, e o pai de Zeke nem sequer estava lá para ver o que estava ocorrendo. – Alguém poderia me explicar o que aconteceu? – ele saiu entrando, esbarrando em tudo que via pela frente. Típico desajeitado. – Eu estava trabalhando e, de repente, essa neblina tomou conta da cidade. A maior parte dos trabalhadores sumiu, e fora isso, eu não consigo me lembrar de mais nada. – Que estranho – respondi. – Alguém poderia me responder se tem alguma pessoa trabalhando lá em cima? Foi só eu piscar que 5 trabalhadores dos que estavam na minha frente sumiram, e bastou isso para eu perceber que tudo aquilo ali estava tão bem planejado quanto um jogo. – Então você quer jogar, não é, vilão anônimo? Eu já sei o que você é. Só preciso da confirmação. Eu e Zeke corremos até o elevador e apertamos no 5º andar, o último da grande Indústria. Entramos, e uma música agradável começou a tocar. – O que você quis dizer com “eu já sei o que você é”? – Às vezes as séries nos dão lições que guardamos para a vida toda, caro amigo. Eu estou desconfiando que nada disso existe: Nem os bonecos de neve falantes, nem os lobos de olhos vermelhos, nem as árvores de natal que saem matando geral. A verdade é que a neblina não é verdadeiramente... neblina. – Como assim? – Lembra de quando você disse que essas indústrias produziam gases tóxicos? Eu receio que a indústria tenha sido invadida e alguém roubou o recipiente onde está a fórmula do gás alucinógeno, e então espalhou-o pela cidade, fazendo toda a população pensar que era uma simples neblina. A verdade é que nada dessas alucinações é verdade, e sim apenas uma ilusão do nosso cérebro - tive a certeza disso quando você disse que o lobo era um dos seus piores pesadelos. A pergunta final é: Por quê? – Talvez eles estejam fazendo isso para conseguirem alcançar algum objetivo... – Obrigado, Capitão Óbvio. Porém, parte do que você falou é verdade: Precisamos descobrir qual é o objetivo, e rápido. Meu tempo está acabando... Quando estávamos no 4º andar, as luzes se apagaram e o elevador parou. Um gás começou a sair de um dos aparelhos de som do elevador, o qual fez Zeke cair e desmaiar – provavelmente, era um “gás do sono”. Prendi a respiração, coloquei-o nas minhas costas e chutei a porta, fazendo-a quebrar. Fui forçada a subir as escadas, mesmo com todo aquele peso nas costas. Afinal, eu não queria arrastá-lo pelo chão. Well, só um pouco... Mas eu não faria isso, não é? Chegamos no último andar, onde tudo seria resolvido. Já eram 23h; Eu estou no centro da tempestade, se lembra? O tempo passa muito mais rápido aqui do que para os outros locais da dimensão. Horas aqui equivalem a minutos, e eu não conseguia me conformar de daqui a alguns segundos eu teria de ir embora. Deixei Zeke encostado em uma parede e me aproximei de uma cadeira, que estava de costas, tentando ignorar contato com outras pessoas. – Você é o responsável, não é? – Ah, já estava demorando para alguém aparecer e estragar a festinha. – Não vejo como isso pode ser uma festa. – dei um passo à frente – Por que você não mostra quem você é? Confiante demais para isso? Ele virou-se e revelou ser Jeffrey Fischer, o pai de Zeke. – Ah, eu sabia. Não ocorreu nenhuma invasão ou algo do tipo. Era você o tempo todo! Desde o ano passado, trabalhando em um gás alucinógeno que pudesse amedrontar a população... E não é que você conseguiu? – Era tudo o que eu sempre quis. O alucinógeno foi só uma distração para que eu pudesse roubar as riquezas das pessoas, tornando-me cada vez mais rico. – Então foi daí que você tirou todo esse dinheiro. Ah, cara, que plano ridículo... Tem retardado pra tudo. Pensando bem, eu não esperava muito de uma pessoa do mundo real. Quer um tazo de brinde? – Não estou nem um pouco interessado nisso. Na verdade, o jogo apenas começou. Você tem apenas alguns minutos, garota do espaço, até sumir desse pequeno mundinho... Para minha surpresa, ele deu dois passos para trás e se atirou da janela, se suicidando na minha frente. Eu teria de descobrir onde a sala que controlava o gás estava localizada o mais rápido possível, pois o tempo estava chegando ao fim. Pude ver alguém se mexendo; Olhei para trás e era Zeke, cutucando meu pé esquerdo. – Por que nunca o direito? – Você sabe porquê. – eu sorri. – Enfim, levante daí logo, pois nós precisamos achar a sala onde está localizado o laboratório. – 3º andar, porta nº 16. O que aconteceu? – Seu pai se matou e revelou ser o cara por trás de tudo isso. Longa história. Também tem os tazos e uma história louca sobre dinheiro, mas isso não importa. Apenas venha comigo. Pegamos outro elevador e chegamos até o 3º andar, mas a 16ª porta estava trancada. Eu peguei o mesmo grampo que usei para chegar até aqui para abrir a fechadura, mas não consegui. Zeke deu um soco na parede e fez surgir um aparelho que se assemelhava à uma calculadora, mas era apenas um código de 4 dígitos. – Você sabe a senha? – Não. – E agora, garoto esperto? – Chuta aí, ué. Tentei alguns números aleatórios, como 1024, mas não deu certo. 2603, 1234, 4321... Nada dava certo, até que eu tentei o código mais inusitado de todos. 221b. – Sério? – Assistir séries britânicas dá nisso. – respondi, e ele puxou-me para dentro da sala, fechando a porta. Corremos até o setor das máquinas, e por intuição, eu consegui ter uma noção de onde estava localizada a máquina que controlava o gás; Porém, quando fui correndo até lá, senti uma dor no coração, como se meu próprio corpo estivesse me matando. Olhei para Zeke, e ele apontou-me o relógio: Já era quase meia-noite. – Então... Quanto tempo nós temos? – Uns 2 minutos – eu respondi. – Não dá pra fazer muita coisa, mas-- Ele puxou-me pelo casaco e deu-me um beijo suave, ao mesmo tempo em tirava um pequeno bloco de notas do bolso, como se estivesse escrevendo alguma coisa. Quando nós nos separamos, percebemos que a música do elevador continuava a tocar. – Essa canção está acabando, Mary... Mas a história nunca acaba. – Esse é o fim da jornada, Zeke. Seja um herói por mim. E eu tenho certeza de que vou te ver de novo. – Vá, garota esperta. E lembre-se. No dia seguinte. Acordei na minha cama, como de costume. Já eram 12h e eu estava reclamando comigo mesma por ter acordado na “melhor parte” do sonho, até que levantei-me e percebi que havia deixado um bilhete cair. “Feliz Natal, docinho.” Escutei 4 batidas na porta, e não preciso nem dizer quem era. Se tiverem gostado, deem feedback no tópico, plox! Caso queiram ler no blogger: http://thefabricofillusion.blogspot.com.br/ Se houver algum erro, tanto no tópico quanto na fanfic, me avisem e logo consertarei. Dernière modification le 1426207260000 |
Louizx « Censeur » 1417758960000
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ÓTIMO LINDO MARAVLHOSO já leio |
Louizx « Censeur » 1417759920000
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lido depois dou uma crítica mais bem desenvolvida |
Ebanyle « Citoyen » 1417780500000
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Bravo, bravo! Bela oneshot. Eu não li tão atentamente, mas depois eu leio com mais calma pra ver se há algum erro (que provavelmente não tem, né). :³ |
Mrwhat « Citoyen » 1417789320000
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Louizx a dit : tá ligado que eu vou ficar te cobrando até você postar né que nem você fica quando sai cap novo de CdM HAUEAHUEAHUEHEA doiisa a dit : Talvez tenha, até porque escrevi isso em dezembro do ano passado e nem dei uma revisada pra postar de novo esse ano :P |
Louizx « Censeur » 1417792800000
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Ah, então você não reescreveu. Ficou bom, apesar de um pouco confuso em algumas partes (se bem que li 4 horas da manhã, mas beleza), só quero pedir para que faça (isso se você já não fizer atualmente) diálogos um pouco mais naturais, em algumas partes parece que ficou um tanto quanto forçado. Esse negócio de sr. Esperto toda hora, por exemplo, não ficou muito bom. A relação entre a Mary e o Zeke pareceu um pouco acelerada, não teve muito desenvolvimento, mas ainda assim você escreveu uma ótima one-shot, com uma gramática bem feita (apesar de um "haviam" ali meio errôneo) e uma história bem interessante, apesar de um pouco mal construída. Acho que se você reescrevesse, já melhoraria os erros que já citei. É isso. :v |
Mrwhat « Citoyen » 1417798980000
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Exactly, até porque essa one-shot ficou meio curtinha comparada a alguns capítulos à parte que eu já fiz... Well, eu tô escrevendo outra agora (não relacionada a FI, Fabric of Illusion) e depois vejo se reescrevo essa. Eu queria fazer uma continuação, mas preciso melhorar essa primeiro. |
Monchen « Citoyen » 1417800120000
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Pode dizer se falei merda, não sou leitor/escritor assíduo de fanfics, então não manjo Achei o monólogo aleatório demais, além de as ações acontecerem muito rápido e com pouca coesão (mesmo que seja uma one-shot, acho que dá pra melhorar). A história deve ser mais legal de se ler para quem já leu outras suas, mas eu, por exemplo, me senti meio perdido em alguns momentos, acho que você exagerou um pouco nas pontes. No mais, gostei, a proposta do gás é boa. |
Bolofrresco « Citoyen » 1417801800000
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isso é muito grande |
Mrwhat « Citoyen » 1417804080000
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bolofrresco a dit : eu nem revisei ainda a versão remasterizada vai ficar bem maior monchen a dit : relaxa, cê não tá falando merda não eu preciso fazer umas mudanças nisso mesmo mas vocês gostariam de uma continuação ou nem? |
Gayoonlove « Citoyen » 1417804620000
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Gostei achei bem criativo continue assim |
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Eh Maria como vc postou no antigo fórum já tenho minha opinião formada ta ótimo, é bom pra ler quando se quer ter criatividade |
Jonasmago « Citoyen » 1417823580000
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Uoow Curti bastante Amei as referências de Doctor Who :v Parabéns |
Nickporto « Citoyen » 1417877220000
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(Renato curtiu isso) A escrita da one-shot tá muito boa, praticamente sem erros. Não tem o que comentar em relação à isso. Os erros estão mesmo na história e nos personagens, primeiramente começando pela relação entre a Mary e o Zeke, como citaram. Ela está rápida demais e o desenvolvimento dela ficou muito ruim. Acho que esses personagens deviam se conhecer logo nessa one-shot, e não simplesmente Mary chegar e falar "sei tudo sobre você", porque o leitor vai ficar extremamente confuso. Os diálogos entre Mary e Zeke também foram um ponto negativo na história, com muitas referências e dificilmente um leitor que não assiste à essas séries vai entender o que eles estão exatamente falando por toda a one-shot. Você devia ter diminuído esse ponto da história e tornado essas "referências" uma coisa bem mais divertida e séria, tornando-as nem tão perceptíveis assim. O código 221b é um bom exemplo, mas quando os personagens começam a citar "Senhor do Tempo", e baldes... Enfim, apesar dessas coisas, diria que a história está 75% saudável. Não pense que é um número baixo, mas é por que é uma única one-shot e a história que você acabou de contar se prolonga por livros, deixando a fanfic muito confusa. Também não há nenhuma explicação pra morte do pai do Zeke, visto que agora que ele iria nadar no dinheiro, o suicídio foi a única parte péssima do roteiro. |
Mrwhat « Citoyen » 1426207500000
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Ressuscitando essa OS das trevas pra galera que não leu. E eu acabei sem reescrever nada nesse meio tempo EHUEAHUEAHUEAHEA Dernière modification le 1426207560000 |
Kiwrimai « Consul » 1461922440000
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Trancado por inatividade. |