Lixo espacial |
Misslulps « Censeur » 1587075240000
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O que há na órbita da Terra? Tire da sua cabeça a seguinte imagem da órbita do nosso planeta: satélites artificias e naturais voando rápido e silenciosamente enquanto possibilitam as previsões do tempo, as comunicações a longa distância e as transmissões em tempo real, vindas do outro lado do mundo. Ou melhor, não destrua completamente essa visão do entorno da Terra, pois esses maravilhosos de fato ocorrem, entretanto o que mais existe em volta da esfera que chamamos de lar é, infelizmente, lixo espacial. Ele consiste em partes de naves espaciais, deixadas para trás durante a subida dos foguetes, satélites que já encerraram sua vida útil e, acredite, até mesmo parafusos e ferramentas perdidas. 3 curiosidades sobre o lixo espacial: O1. Em 30 de junho de 2019, conforme os dados do Orbital Debris Program Office da NASA (Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica), 19.524 objetos de lixo espacial gravitavam acima da nossa cabeça. O2. A Comunidade de Estados Independentes (CEI) – antiga União Soviética – é tida como aquela com maior quantidade de lixo descartado no espaço, com um total de 6.589 objetos. O3. Atualmente, a Rússia é a primeira maior produtora de lixo espacial, ficando na frente apenas dos Estados Unidos e a da China, que ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugar. Por que precisamos encontrar maneiras de lidar com o lixo espacial? Desde o lançamento, em 1957, do primeiro satélite artificial à órbita terrestre, o Sputnik 1, dezenas de novos lançamentos são realizados a cada ano. E, se na teoria o lixo espacial seria um ecossistema autossustentável: depois de apenas 25 anos, os detritos deveriam simplesmente perder velocidade e cair na superfície da Terra. A questão é que, na prática, isso não acontece em uma escala que faça o lixo espacial desaparecer completamente, e as partículas que caem na superfície terrestre são muito pequenas em relação a quantidade que se encontra no espaço. Ainda, medidas precisam ser tomadas, já que mesmo as menores peças são capazes de fazer um buraco numa nave ou inutilizar um satélite. Logo, o perigo real mora na possibilidade do choque de satélites (em 2009, dois deles se colidiram: o US Iridium 33, que estava ativo, e o satélite inativo russo Russian 2251) e na segurança dos tripulantes que vão ao espaço (uma lasca de tinta do tamanho de um grão de sal, orbitando a uma velocidade de 14.400 km/h, pode abrir uma significante cratera de 2,5 cm de diâmetro num ônibus espacial, com a possibilidade de a janela estilhaçar-se durante a reentrada). Ainda falando sobre a colisão dos satélites em 2009, o acidente produziu toneladas de detritos, que repetidamente colidiram entre si. Essa reação em cadeia é chamada de Síndrome de Kessler, teoria desenvolvida na década de 1970 pelo consultor da NASA, Donald J. Kessler, que supõe que os choques dos objetos inativos com os instrumentos lançados produzirá quantidade de lixo suficiente para impossibilitar voos espaciais, interromper comunicações globais e enfraquecer a inteligência militar.
Qual a situação da reciclagem do lixo espacial atualmente? Muitas ideias já foram cogitadas para limpar o espaço, e a nova proposta veio do Gateway Earth Development Group (GEDG), um grupo formado por acadêmicos de universidades de todo o mundo. A reciclagem é o melhor caminho, visto que, em 2007, uma experiência chinesa testou um laser antissatélite em um dos seus satélites meteorológicos inativos, o Fengyun IC, e gerou mais de 2.300 pedaços em órbita maiores que um centímetro e milhares de partes menores. Definitivamente, destruição não é a solução. A proposta do GEDG é colocar em órbita, em 2050, a Gateway Earth — uma estação espacial totalmente operacional com uma instalação para reciclar satélites antigos e outros tipos de lixo deixados no espaço pelos humanos. A ideia é posicionar o complexo na chamada órbita geoestacionária (órbita onde posicionam os satélites e coincide com a linha do Equador): um cinturão a 36 mil quilômetros da superfície onde os objetos giram em sincronia com a rotação terrestre. É o ponto ideal para satélites de telecomunicação ou de previsão do tempo, já que eles ficam 100% do tempo acima de uma única porção territorial. Essa órbita é mais conhecida como GEO e não é tão poluída quanto a órbita baixa LEO (que conta com pelo menos 300 mil peças com 10 centímetros ou mais), mas está começando a ficar. Os benefícios da reciclagem espacial incluem, além de evitar o perigo das colisões e manter a vida dos astronautas a salvo, a redução dos custos por meio da reutilização de peças valiosas de satélites inativados, como câmeras e painéis solares, e a facilitação da construção de espaçonaves ou postos avançados de exploração, com material reaproveitado no próprio espaço para esse fim. Portanto, um investimento desse tipo trará grandes possibilidades para o avanço da tecnologia espacial. Uma reflexão sobre a reciclagem espacial com base no cenário da Terra. Mesmo com a perspectiva de uma reciclagem futurística, é necessária uma certa reflexão acerca da eficácia dela, posto que, se ainda hoje a reciclagem na Terra é ineficiente em vários aspectos, ela obteria progressos a quilômetros daqui? Os avanços da reciclagem e do reaproveitamento em alguns países são enormes, citando-se a campeã mundial nesse quesito: a Alemanha, da qual possui atualmente o índice de envio de lixos aos aterros sanitários inferior a 1%. Apesar disso, inúmeras nações sofrem um desestímulo para a educação ambiental, especialmente as com grandes territórios e abundância de recursos, como a China, o Brasil e o México. Outro grande problema mundial é reciclar as 300 milhões de toneladas de lixo plástico produzidas a cada ano. Até o momento, somente 9% do lixo plástico gerado foi reciclado e somente 14% são coletados para reciclagem. No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante, pois apesar de produzir 11,3 milhões de toneladas anuais de plástico, sendo o 4° maior produtor do mundo, o país reaproveita apenas 1,28% de 10,3 milhões de toneladas coletadas, o que está bem abaixo da média global de reciclagem plástica. Ademais, a coleta seletiva nas regiões brasileiras não avançou o necessário, sendo que há um grande contingente de pessoas não atendidas por serviços de coleta, e o setor apresenta déficits consideráveis em relação à coleta seletiva, recuperação de materiais e disposição dos resíduos. Os dados mais recentes, de 2018, mostram que a coleta seletiva atendia, dois anos atrás, apenas 17% da população, de acordo com o relatório do Cempre (Compromisso Empresarial de Reciclagem). Existia, também, uma concentração nos serviços, onde 83% das cidades com coleta seletiva estavam nas regiões Sudeste e Sul do país. Dicas simples para a sua reciclagem de lixo terrestre O1. Junte as suas tampinhas de plástico e os lacres de latas e as entregue para algum projeto social da sua cidade. Diversas entidades recolhem esses materiais, vendem-os para postos de reciclagem e utilizam o dinheiro em causas específicas; a campanha do Lacre Solidário, por exemplo, usa o valor recebido para comprar cadeiras de rodas, as quais são doadas aos que necessitam. O2. Evite consumir produtos de difícil reciclagem, como embalagens PET coloridas (frascos de mostarda, garrafas de leite brancas) e E.V.A (encontrado em brinquedos infantis e alguns solados de chinelos). O processo de reciclagem desses materiais é tão complicado que os descartam nos aterros. O3. O processo de reaproveitamento de lixo orgânico é feito por meio da compostagem, a qual transforma os restos de alimentos em adubo, entretanto ter uma composteira doméstica pode ser trabalhoso e nem sempre viável. Portanto, uma maneira alternativa de lidar com esses detritos é utilizando o máximo possível deles. As cascas de frutas como a maçã podem ser usadas em um bolo e as folhas da cenoura colocadas na salada. Créditos. • Tópico: Pesquisa: Foreverlouca #0000 e Lulucche#4768; Textos: Foreverlouca#0000, Lulucche#4768; BBcode, organização: Misslulps#0000; Banners: Liiihsouza#0000; Correções: Misslulps#0000 e Ashlynnether#0000. • Fontes de pesquisa: https://nossaciencia.com.br/colunas/lixo-espacial/ https://www.zenite.nu/a-ceu-aberto/ https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49158200 https://www.techtudo.com.br/noticias/2019/10/sputnik-62-anos-saiba-tudo-sobre-o-primeiro-satelite-artificial-no-espaco.ghtml https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2018/03/infografico-entenda-como-lixo-espacial-pode-cair-na-terra-nas-proximas-semanas-cjexewt37043e01r42x6hdzx1.html https://pplware.sapo.pt/ciencia/lixo-espacial-terra-nasa-espaco/ http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI336673-17770,00-QUANTIDADE+DE+LIXO+ESPACIAL+ATINGIU+NIVEL+INSUSTENTAVEL+GARANTEM+ESPECIALIS.html https://nacoesunidas.org/onu-meio-ambiente-aponta-lacunas-na-reciclagem-global-de-plastico/ https://www.wwf.org.br/?70222/Brasil-e-o-4-pais-do-mundo-que-mais-gera-lixo-plastico https://beegreen.eco.br/plasticos-nao-reciclaveis/ https://www.cartacapital.com.br/tecnologia/ha-solucao-para-o-lixo-espacial/ https://canaltech.com.br/espaco/reciclagem-futurista-como-o-lixo-espacial-pode-ser-recolhido-e-reaproveitado-145173/ https://super.abril.com.br/ciencia/a-usina-de-reciclagem-de-lixo-espacial-que-pode-orbitar-a-terra-em-2050/ http://abrelpe.org.br/brasil-produz-mais-lixo-mas-nao-avanca-em-coleta-seletiva/ https://www.bbc.com/portuguese/geral-50564869 https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/10/06/Qual-o-tamanho-do-lixo-espacial.-E-como-lidar-com-o-problema https://www.tecmundo.com.br/nave-espacial/92850-simulacao-incrivel-mostra-terra-cercada-detritos-espaciais.htm https://www12.senado.leg.br/emdiscussao/edicoes/residuos-solidos/mundo-rumo-a-4-bilhoes-de-toneladas-por-ano/como-alguns-paises-tratam-seus-residuos |
Viniciusdara « Consul » 1587077280000
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é só jogar no sol né |
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Viniciusdara a dit : kkkk que horror , adorei a ideia do tópico bem original :D ! e adorei também os banners essas paletas são lindas uwu |
Bolodefchoco « Sénateur » 1587080700000
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Ótimo tema, é algo que pode vir a se tornar bastante preocupante a longo prazo. |
Ginnoca « Archonte » 1587081300000
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Adorei, o conhecimento enriquecedor que vocês trouxeram é muito importante! A decoração do tópico está maravilhosa ʕっ•ᴥ•ʔっ♡ |
Melanicherry « Citoyen » 1587085860000
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Gostei bastante do tópico, dá pra perceber que quem escreveu realmente "estudou" para entender e explicar coerentemente! É um tema muito interessante, mas que não é muito mencionado, adorei que vocês o trouxeram e ainda com uma abordagem detalhada :3 |
Foreverlouca « Citoyen » 1587089760000
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Mad a dit : Agradeço o elogio ao tópico!! Confesso que no começo achei que a paleta de cores não ia rolar kkKKK Bolodefchoco a dit : Obrigado!! Eu acho incrível o aumento das novas descobertas astronômicas, mas fico bastante preocupado com algumas coisas envolvidas nisso, porque parece que as pessoas só tomam medidas de verdade pros problemas quando o negócio se torna um caos. Ou nem isso se brincar KKKkkk Ginnoca a dit : Que bom que gostou!! Principalmente da nossa decoração (Miss agradece pq ela acordou mais cedo só para tacar o bbcode) Melanicherry a dit : OBRIGADO!! Nosso tópico construído pela força do ódio e do choro KKKKKK Foi interessante pesquisar sobre ele, faz um tempinho que comecei a estudar mais sobre Astronomia e lixo espacial é um dos pontos que me interessa bastante |
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Que tópico maravilhoso, parabéns!! Muito útil e informativo |
Luascas « Citoyen » 1587147300000
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Gostei bastante do tema do tópico, visto que não se fala muito nisso. Aliás, muito boa tanto a organização quanto a explicação. |
Ronjamesdio « Citoyen » 1587150960000
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gosto muito, inclusive pratico |
Thebits « Citoyen » 1587151080000
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Ótimo tópico super informativo, ótimo layout e organização, parabéns |
Mahnya « Citoyen » 1587159960000
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Tópico super interessante e muito organizado! meus parabéns. |
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esse tópico ficou muito bom, parabéns namoral, adorei |
Kiwrimai « Consul » 1587164700000
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Tópico lindo! |