Nesta noite de domingo, deparo-me com as belas luzes dos prédios, olhando-as... me sinto numa bela paisagem urbana,
mas, assim como as estrelas, elas são o meu prestígio quando saio de um dia mórbido e cansativo. No entanto, pensando bem, as luzes provindo desses prédios são as estrelas do mundo moderno. Ao olhar para o céu, não vejo nenhuma estrela, de fato, aquela da própria natureza cósmica é muito melhor e mais prestigiosa. A luminosidade da cidade, na verdade, obscurece a do universo, e isso me entristece, porque, em meio a tantas ruas, carros, prédios e pessoas indo e fugindo dos seus ambientes sujos, tediosos e desesperançosos, eu me afundo cada vez mais numa fantasia de explorar tudo o que está afora do condicionamento e da alienação humana, todos presos às suas garras criadas pelo próprio homem. E, assim, as estrelas sintéticas continuam a substituírem as reais. O homem está progressivamente caminhando à perda do brilho da sua natureza,
que está nos diversos cantos do espaço, construindo sua própria natureza de concreto.