[One-shot] O Enigma da Nevasca |
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Em uma cidade terráquea de outra dimensão, Snowville, as coisas acontecem normalmente. A grande ceia de Natal está prestes a ser feita, quando um garoto que mora bem longe daquele lugar inesperadamente acaba no mesmo. Em meio à questões e aventuras, ele precisa descobrir como foi parar lá e como voltar para sua casa. E, além disso, precisa descobrir o que está por trás daquela Nevasca. Este é um rework da antiga one-shot A Fábrica de Ilusões, publicada há dois anos atrás (e republicada ano passado). As duas são situadas no mesmo ambiente, mas não é necessário ler a antiga para compreender a nova. É importante ressaltar que os personagens não são os mesmos, muito menos a história. Snowville Diz uma antiga lenda que, à todo natal que a humanidade chegar, haverá alguém para lhe salvar. Lhe entregar os presentes que você pediu porque mereceu, preencher as árvores de natal e as decorações da casa, colocar coisas nas meias penduradas no meio da parede. Dizem também que essa pessoa veste um gorro vermelho e branco assim como o resto da sua roupa, é gorda, e usa um trenó movido por renas que fica voando os céus de toda cidade e na grande noite de Natal, ele estará lá, entregando os presentes para milhares de crianças. E essa entidade, ou lenda, como desejar, é chamada de Papai Noel. O problema é que nem todos acreditam na sua existência. Na verdade, hoje em dia, apenas as pequenas crianças acreditam que ele ainda possa estar andando por aí, num grande trenó, e apenas por causa de seus pais, que os induzem a acreditar no Papai Noel para que eles mesmos possam fazer o papel do grande velho de barba branca. Então, a grande pergunta que toda criança que já acreditou no Papai Noel alguma vez na vida faz, a pergunta que nunca foi respondida, ou que outros acham que ela nunca deveria ser feita, pois ela não existe. Onde está o Papai Noel? E Gabriel Rech fazia essa pergunta para si mesmo, esperando ansiosamente a chegada de uma de suas datas prediletas. O Natal. O período sempre o fazia sentir-se mais esperançoso, mais vivo. Às vinte e três e cinquenta e nove, do dia vinte e três de dezembro, ele já reforçava seu terno novíssimo com uma gravata borboleta, organizando as coisas com a maior calma possível, para que nada saísse do jeito errado. Quando terminou de pendurar a última peça de seu guarda-roupa, rapidamente deixou a casa, e deu passos rápidos até o muro. Ao abrir o portão, deu de cara com um homem vestido com roupas brancas e vermelhas, além de usar um gorro de natal. Ele aproximou-se de Rech, entregando-lhe uma caixa fechada com detalhes verdes e dourados. — Feliz Natal, meu garoto! — Disse, feliz. Ele reconhecera a voz: era Miguel Rech, seu tio. — Estão dormindo, não? — Como sempre. — Trancou a porta, voltando-se para a visão. — O que acha? Eles encararam a rua por um momento. As pessoas estavam finalmente se reunindo depois de muito tempo, e pareciam esbanjar felicidade. Gabriel sentiu não precisar de uma resposta em palavras quando viu o brilho nos olhos de Miguel. De fato, o espírito do Natal estava atingindo todos, e tudo saía como o esperado. Após alguns minutos admirando a paisagem, resolveu quebrar o silêncio. — Tio, eu darei uma volta pela cidade — Disse, abotoando as mangas de seu terno. — Quero apreciar o momento. — Como quiser. — Falou, dando-lhe um breve abraço. Ao terminar, continuou: — Vê se não adormece na nevasca, hein? — Que mal faria? — Ironizou, rindo das próprias palavras. Colocou as mãos nos bolsos e começou a caminhar. Seu destino era um dos principais pontos turísticos da cidade de Whitepool: a enorme ponte de Northwood, que nessa época do ano sempre ficava decorada com enfeites natalinos. O telhado dela era curvado, o que fazia com que parecesse um túnel se olhada ao longe. Avançou em direção a ela com as mãos já frias, tanto devido à ansiosidade quanto ao clima frio da cidade. A névoa estava ficando mais forte, mas isso não importava. Ele sempre adorara explorar aquela parte da cidade, onde ficavam as lojas, os prédios e algumas moradias mais sofisticadas. Terminada a travessia, avistou um detalhe um tanto intrigante: Havia uma rua muito mais estreita do que as outras, e Rech não conseguia enxergar nada naquela direção além de neve. Determinado, correu até lá, e conseguiu definir o que encontrou como... curioso. Aquela rua não possuía casas, tampouco pontos de comércio. Na verdade, ele sequer tinha certeza de que o que havia descoberto era uma rua, visto que o asfalto acabara logo antes que ele pudesse entrar nela. Não haviam pessoas, exceto pela presença de alguém que surgira espontaneamente por detrás dele. Gabriel virou-se e a encarou. Era uma mulher. Seus cabelos estavam desidratados, quase incolores, e seus olhos transbordavam a sensação de que ela havia acabado de ver um fantasma. Suas roupas estavam rasgadas, e seus pés desbotados sangravam por causa de alguma espécie de... gelo. — SAIA DAÍ! — Ela gritou. — O que... O que aconteceu aqui? — Perguntou, confuso. Tentava entender exatamente que lugar era aquele. — Meus três garotos... — Desabou-se em lágrimas. — Enzo e Phillip, gêmeos. Benjamin, o mais velho, levou-os para um passeio nesta parte da cidade. Eu estava os esperando aqui. Exatamente aqui. —Bateu os pés com inconformismo enquanto chorava mais ainda, olhando para baixo. — Eles estavam no fim da rua, e depois... Depois não estavam mais. Ben poderia ter escapado. Ele ainda teve tempo de avisar sobre o desaparecimento dos dois, mas preferiu ir à procura de deles, mesmo com a forte tempestade. Eles nunca mais... voltaram. — Alguma coisa está errada nessa história... — Disse ele, com palavras firmes. Pôde enxergar raiva nos olhos da mulher por conta de suas falas, mas sabia que sua teoria era completamente plausível. — Esta é uma rua sem saída. Não haveria como os garotos terem desaparecido, a não ser que tenham sido enterrados na neve. — Você é quem está errado. — Retrucou. — Eu saberia se tivesse visto-os sendo engolidos pela neve. Não foi o que aconteceu, garoto. Eles simplesmente... sumiram. “Sumiram”. Agora, aquela véspera de Natal estava realmente interessante. Virou para trás e olhou para o fim da rua, focando no amontoado de neve que cobria toda a sua visão. Passou a mão por suas bochechas, já secas e avermelhadas, e guardou os óculos no bolso. Tentou pôr os olhos na mulher misteriosa novamente, mas ela já não estava mais lá. Seu coração explodia de adrenalina. Já deveriam ser cerca de meia noite e meia, mas qual a diferença? Não sairia de lá sem solucionar aquele mistério. Ao olhar para cima, no entanto, não enxergou o céu estrelado e a lua brilhante que vira em sua casa. Na verdade, ele não enxergava mais nada. Havia sido cegado pela névoa que surgira do nada. A única coisa que conseguia ver eram flocos de neve caindo deliberadamente, enquanto uma brisa sombria rodeava o local. Os sons que ele ouvia, era como se algo estivesse sendo... quebrado. No fundo de sua mente sonhadora, ele imaginava que havia entrado em uma espécie de máquina do tempo ou algo do tipo. Quando os flocos de neve começaram a predominar em seus cílios, ele respirou fundo e fechou os olhos, uma última vez. Mal conseguia mexer os dedos das mãos, mas os pensamentos continuavam a correr. A esse ponto, já não sentia mais nada. Era como se houvesse morrido, mas sua mente estivesse congelada no tempo. Com todas as suas forças, ergueu a mão direita até o pulso da mão esquerda, para ver se ainda batia. Não estava. “Eu tomei a decisão errada?”, perguntava-se. Por um instante, lembrou-se do que seu tio havia lhe dito: “Vê se não adormece na nevasca, hein?” O garoto imitou sua voz em um tom sarcástico. Era isso. Naquele momento, Miguel Rech havia se tornado o gênio do século para o garoto. “Não posso... adormecer... na nevasca”, murmurou, caindo ajoelhado na neve logo em seguida. Ao tentar mover-se, pôde sentir cinco dedos pequeninos abaixo dos seus. Não, não cinco. Dez. Eram duas mãos entrelaçadas, e a possibilidade de serem as de Enzo e Phillip causou-lhe certo temor. E, quando as coisas não poderiam ficar mais estranhas, ele sentiu um forte impacto no terreno, o qual liberou uma forte ventania em seu rosto. Era como se algo gigantesco houvesse acabado de cair. E, por sorte, ele não havia sido ferido. Seguindo a rota pela qual o vento o atingiu, arrastou-se até aquela coisa misteriosa, e quebrou o que ele imaginava ser a porta. Ignorou a mão direita sangrando e engatinhou para dentro do lugar, que estava incrivelmente quente. Deitou-se no chão de madeira e suspirou de alívio, feliz por ainda estar vivo. Ao abrir os olhos, viu que estava quase arrastando-se até uma lareira, e aquilo o fez despertar de certa forma, dando um salto para trás. A casa era impressionante. Tijolos vermelhos cobriam a estrutura, e ela caracterizava-se pela presença de objetos antigos. Ele dirigiu-se em direção a um piano, atentando-se à data em que fora produzido – Mil oitocentos e setenta. Nas paredes, um único quadro, emoldurado em ouro e exibindo a paisagem de uma cidade rodeada por uma floresta. Gabriel não sabia o motivo, mas sentia uma estranha vontade de pegar aquele quadro e analisá-lo. Era como se o objeto estivesse chamando por ele. Ao aproximar-se, contudo, sentira como se ela estivesse “viva” de alguma forma. Colocou-o no chão, observando que a borda dourada estava cada vez mais brilhante. E, quando tentou deslizar os dedos sobre a paisagem... Não acreditou na primeira vez. Esfregou os olhos e tentou novamente, mas não havia uma figura plana. Não havia... nada. Ele podia sentir uma forte ventania na mão que havia colocado dentro daquele vazio, e estava maravilhado. Havia feito uma descoberta fantástica. E, ao perder-se nos pensamentos apenas por alguns segundos, deixou com que o poder do “portal” tomasse conta de si, levando-o a cair de cara na neve de um lugar totalmente diferente. Ficou estirado no gelo pelo que pareceram serem horas, mas na verdade foram apenas cinco minutos. Tratou de retirar sua cabeça da neve, notando que o quadro já não estava mais lá. Ao horizonte, várias montanhas geladas preenchiam a visão panorâmica do que parecia ser uma pequena cidade – a mesma vista que houvera admirado anteriormente. À frente dele, uma enorme placa de madeira, erguida por duas hastes do mesmo material. Lia-se Snowville. Mesmo receoso, adentrou em direção à vila, sem fazer ideia do que esperar. Era o lugar mais organizado e bonito que já havia visto. Não haviam meios de transporte modernos — apenas motocicletas e algo que parecia ser um carro de golfe. O tempo mal parecia ser madrugada e o céu era roxo, o que o fazia acreditar que estava em outro planeta. De qualquer forma, ainda era Natal, mesmo que em outro universo, e as confraternizações não paravam de acontecer. Pôde observar que algumas pessoas estavam montando uma mesa gigantesca no centro da cidade, e não fazia ideia do propósito. Houveram certos olhares desconfiados, mas os habitantes aparentavam ser mais tranquilos do que ele imaginava. Em um passo acelerado, percebeu a presença de uma casa de dois andares. Ela tinha exatamente a mesma estrutura das outras, mas um adolescente de aproximadamente quinze anos trabalhava duro para pendurar uma guirlanda em sua porta. Não demorou muito para supor que estava sendo observado, e virou-se na direção de Rech. Seus cabelos eram loiros escuros, e os olhos azuis. Usava roupas que pareciam ter saído de um filme, com uma espécie de laço verde na gola de sua jaqueta e uma calça com vários bolsos. Na verdade, todo aquele cenário parecia ter saído de um filme. — Perdeu alguma coisa aqui? — Perguntou o jovem construtor. — Espere aí. — Fez uma pausa. — Vamos começar de novo. Qual é o seu nome? Silêncio. Após quase um minuto sem palavras, ele finalmente respondeu. — Benjamin — suspirou de raiva. Rech sentiu um frio na espinha. Como explicaria que, há pouco tempo atrás, houvera visto seus irmãos soterrados na neve e sua mãe se tornara uma delinquente? De qualquer forma, o adolescente não exibia sinais de esperança, e isso o tranquilizou de certa maneira. Mas também não demonstrava nenhum sinal de felicidade, ou sequer, algum sentimento bom. Os olhos de Ben o encaravam. O menino analisava suas roupas de cima a baixo, e demonstrava estar inquieto e curioso. — Você não é daqui, é? — Eu vim de muito longe, eu acho — Respondeu. — Da Terra. Sistema Solar. Via Láctea. — Eu sei onde fica, babaca. — Fala. — É meu planeta natal. Ele se sentiu constrangido com aquela situação, mas tentou agir como se nada anormal estivesse acontecendo. Talvez aquele povo fosse assim mesmo. — E nunca teve a oportunidade de voltar? — Falou, esquecendo o adjetivo pelo qual foi referido anteriormente. — Não há como voltar. Seus olhos ficaram arregalados de uma hora para outra. “Ele só pode estar brincando”, pensou. Pensando bem, depois de tudo o que havia passado em um só dia, duvidar daquilo seria tolice. Mas, para ele, se havia uma maneira de entrar, logicamente existia uma maneira de sair, a não ser que aquele lugar quebrasse todas as leis da física. Despediu-se do rapaz mentalmente e continuou a andar, sentindo a necessidade de parar quando uma pessoa saíra da casa ao lado. Uma garota de cabelos lisos e negros como os seus, vestindo uma longa blusa de mangas branca e calças cinzas, acompanhados de uma capa esbranquiçada dividida em duas partes e acoplada por debaixo de sua blusa, fazendo-a balançar conforme o vento a atingia. “Essa cidade deve ter alguma afeição por roupas exóticas”, pensou. Ela virou-se para ele, admirada. — Seus óculos denunciam que você não pertence a este lugar — disse, encostando-se na parede da casa. — As pessoas em Snowville prezam pela valorização dos cinco sentidos, portanto não podemos ter problemas de visão. A não ser que seja uma característica hereditária, é claro, mas lentes de contato existem para isso. — Obrigado pela aula. — Retrucou ironicamente. Ao contrário dos indivíduos irritados que conhecera anteriormente, ela reagiu bem à brincadeira. — Você parece ser natural desse lugar, mas aparenta estar à frente de seu tempo. Não tem medo de dizer a verdade, e é um pouco... diferente. — Você está certo. — Ela respondeu, mesmo que não parasse de analisá-lo de cima a baixo. Usava uma roupa que ela nunca vira antes em toda a sua vida. — O que te trouxe aqui? — Um buraco de minhoca. — A garota ergueu as sobrancelhas, como se não escutasse aquele termo há muito tempo. — Havia uma grande nevasca, e uma espécie de casa simplesmente apareceu onde não deveria. Levantei um quadro com a pintura dessa cidade e caí de cara na neve. Parece incoerente, mas... estou preso agora. Ela desatou a rir. Rech não sabia se tentava encontrar algum ponto positivo naquela situação ou se dava um soco nos dentes da menina, mas preferiu esperar até que ela justificasse o motivo das risadas. Em menos de sete segundos, ela sentiu-se obrigada a voltar a falar. — Quem lhe disse isso? — Você não conhece o próprio vizinho? — Ah... — suspirou — Pobre rapaz, Benjamin. Ao chegar aqui, ao invés de procurar ajuda como qualquer outra pessoa normal, decidiu que começaria a saquear os arredores da cidade. Não demorou muito para ser pego. Mas não temos prisões como na Terra, e deram-lhe a possibilidade de começar uma nova vida em Snowville. Ou seja, ele recebeu uma casa e os mantimentos necessários. Provavelmente sopraram em sua orelha que não haviam formas de retornar à Terra, e ele nunca questionou. Na verdade, aceitou da melhor forma possível. Dizem que é traumatizado por acontecimentos infelizes da infância e, por isso, vive insatisfeito consigo mesmo. — Vocês parecem exageradamente... bondosos. Na Terra, temos que lidar com todos os tipos de atrocidades. — É nossa essência. Mas eu admito que, às vezes, sinto falta de uma dose de emoção correndo por minhas veias, ou uma nova aventura. Na última vez que isso aconteceu, os responsáveis foram— Os dois foram interrompidos pelo barulho de um trovão que fez com que as casas da vila estremecessem. Gabriel olhou para cima, preocupado. — Não se preocupe. É só mais uma tempestade. — Disse ela. — Sinto que estamos esquecendo de algo importante. — Gabriel Rech — disse, estendendo o braço direito em direção à garota. — Judy Crowells. — Respondeu, apertando sua mão. Em seguida, fechou a porta. — Está tudo bem. Encontraremos uma maneira de você voltar para casa. Mas, antes... você não quer conhecer a cidade? Poderíamos ver como anda a preparação da Ceia, ou visitar o grande relógio no centro. Voltaremos logo, eu prometo. — Certo. — Levou as mãos de volta aos bolsos, tremendo. — Antes que o frio me mate, é claro. Judy voltou a segurar a mão do garoto, agora para puxá-lo na maior velocidade possível até o centro de Snowville. A garota parecia estar eletrizada apenas pelo fato de estar se aventurando um pouco e, principalmente, intrigada pelo fato de alguém ter conseguido conquistar a confiança de alguém em tão pouco tempo, algo que não ocorria há anos. De repente, um estrondo gigante atraiu a atenção dos dois, que viraram-se no mesmo instante para ver o que estava acontecendo. — O que foi isso? — Perguntou Rech. Dessa vez, nem a nativa sabia como responder essa pergunta. Um pequeno garoto de seis anos segurava um punhal de gelo em mãos, ao mesmo tempo em que seus olhos brilhavam em um azul estridente. Não havia nada de bondade naquela criatura. Eles não conseguiam definir o que ele era, mas tinham certeza de que não havia um pingo de bondade naquilo. — Patético... — Sua voz infantil havia se transformado em um grunhido ameaçador. — O tempo de vocês acabou. Está na hora de revelar o que essa cidade realmente precisa. Plano — O que é... isso? — Perguntou Rech, preso ao momento enquanto analisava-o desesperadamente. Talvez não fosse uma situação de tanto perigo assim, mas era surpreendente. Naquela pequena e velha vila, onde os cidadãos confiam um no outro e deixam até mesmo suas casas abertas e sozinhas no Natal para ir comemorar uma ceia com o restante da cidade, havia uma exceção. Ou, mais, havia o outro lado da história. O lado que ele justamente não queria explorar. Enquanto pensava profundamente ao mesmo tempo que mantinha seus olhos abertos em direção ao garoto, Judy surpreendia-se tanto quanto Rech: — Colin? — Ela começou a rodear o garoto, que seguia seus passos em direção contrária. — O que você está fazendo com isso na sua mão, garoto? Ela conhecia-o. Era um nativo normal da cidade, o qual ela acompanhou toda a sua infância e o seu crescimento até aquele ponto. Mas logo a extraordinária criatura enfurecida falou: — Eu vim trazer a justiça pra esse lugar de merda. E VOCÊ SERÁ A PRIMEIRA! Ele saiu correndo em direção à Crowells, que ainda não se movimentava. Quando chegou perto, tentou deslocar seu braço para frente com força atingindo a barriga da garota, mas ela se virou da maneira mais simples possível e segurou a mão do garoto, tirando-lhe o estranho punho de gelo. Em seguida, o garoto desabou na neve e começou a chorar alto, como se estivesse extremamente arrependido do que fez. Antes que Judy pudesse perguntar alguma coisa daquela situação, ela olhara para o lado e vira sua mãe, que chegava correndo para ver como estava o seu filho. Ela chegou perto do pequeno garoto, ajoelhou-se na neve e colocou suas mãos sobre sua cintura, levantando-o e abraçando-o. A mãe permaneceu um tempo lá, na neve, abraçando-se com seu filho, dando todo o conforto possível à ele e arrancando as lágrimas de seus olhos avermelhados. Delongas depois, ela se levantou, ainda com o menino no colo e chorando, e virou seu olhar para os dois aventureiros. Não um olhar normal, como qualquer outro. Mas sim um olhar de ódio, um olhar que Judy nunca vira Lana fazer antes. Ela se virou novamente, agora andando em direção à sua casa na vila, mas a garota que buscava por uma aventura interrompeu aquele momento constrangedor, em busca de esclarecimento: — O que aconteceu com seu filho? — Ela perguntou, alto. A mulher se virou pela terceira vez, permanecendo o ódio intacto de seus olhos. — Vocês trabalham para Nicolau, não trabalham? — Suspirou. — Eu odeio vocês. Judy não conseguia entender aquela situação. Na sua vila, as coisas sempre foram boas. Tudo o que eles faziam sempre empregavam a bondade e o entendimento, e a última coisa que fariam, nem mesmo depois da morte, seria repudiar ou odiar alguém. — Lana... — Demonstrava o desentendimento daquela situação na sua expressão facial. — O que tá acontecendo? Você... você nunca demonstrou ódio antes em toda a sua vida. Nós não trabalhamos para o Nicolau. — Ele está fazendo isso com todos nós. Ele está transformando essa cidade num inferno sem bondade. Vocês deveriam ir vê-lo agora, caso queiram fazer parte do plano também. — Chutou neve em direção aos meninos. — E eu nem sei por que estou falando isso para você. Pela última vez, ela se virou, e definitivamente foi embora, sem mudar um pingo da sua opinião ou discutir sobre aquilo. Parecia intacta sobre sua opinião, seu ódio, e principalmente aquela atrocidade que seu filho pudera cometer. Quando a transe de Rech parou, ele finalmente falou alguma coisa: — Isso foi... estranho. Completamente estranho. — Suspirou. — Eu achei que a sua cidade era boa, mas parece que estou mudando de opinião depois do que vi aqui. — Não. — Contradizia o pensamento do garoto, tentando falar a verdade. — Nós somos bons, e sempre fomos. Eu conheço essa família desde que nasci, e eles sempre foram as melhores pessoas do mundo comigo. Algo está acontecendo, e Nicolau está envolvido nisso tudo. — Quem é Nicolau? — É o homem mais... poderoso da cidade. Mais rico, por assim dizer. Ele quem controla as pessoas ou invasões de humanos da Terra caso alguma coisa ruim aconteça, como se fosse o poder militar daqui. Mas claro, faz mais de trinta anos que ele está no cargo e nunca precisou usar seu poder social para nada... até esses últimos dias. — É. Você me disse que Benjamin foi pego depois dos roubos, e também pelo fato de ser da Terra... mas ele foi a primeira pessoa com quem conversei quando cheguei aqui. E ele não demonstrava um pingo de bondade ou gentileza comigo. Ele praticamente me xingou no meio da conversa, e eu tentei não ligar muito... — É. Eu sei perfeitamente como ele mudou tanto esses últimos dias, assim como algumas pessoas. Nós precisamos investigar, precisamos entrar na câmara de Nicolau. Rech pensou. — Bom, aqui as casas são abertas... então acho que não vai ter problemas nisso... — Na verdade, não mesmo. Mas precisamos ter cuidado, porque qualquer que seja a coisa que ele está tramando, não é nem um pouco boa e nós podemos acabar como eles ou até mesmo mortos. — Isso tá começando a ficar mais interessante. — Abriu um rápido sorriso e movimentou suas mãos — Mas espera... onde que ele mora? A garota apontou para uma casa específica naquela descida gigantesca. No meio da neve e de muitas casas de madeira completamente iguais, Rech não saberia identificar a câmara de Nicolau. Exceto por um único detalhe daquela visão: a sua construção, diferente de todas as outras daquela pequena vila, era a única com mais de dois andares. A única que tinha um tamanho relativamente grande, além de ter um formato diferente, parecendo uma torre de vigia. Talvez aquilo explicasse o fato de Nicolau ter tanto poder sobre aquela região. A cada mais tempo que ele passava naquele lugar, menos achava-o tão bondoso ou simpático ou até mesmo justo. E refletia seus pensamentos naquele chão feito de neve, enquanto a tempestade ainda não se agravara e nem sequer chegara naquelas terras. Então, ele olhou para trás, e tomou um enorme susto. — WOW! A nevasca estava cem vezes mais forte logo atrás dele, mas o céu continuava estrelado e sem nuvens. E, o principal de tudo aquilo: a tempestade parecia estar vindo da floresta, e ela, de certa forma, parecia estar mais perto ainda da cidade. E era incrivelmente notável. — Essa floresta... — Ele dizia, voltando a sentir o frio daquela nevasca forte que o impedia de ver direito as vilas à sua frente. — Ela está mais perto... eu consigo perceber isso. Ou é só impressão minha? — Não, não é. A tempestade está vindo junto com ela, e isso também é muito estranho. — Respondeu. — Em mais de dois mil anos de história dessa vila, nunca houveram relatos disso acontecer antes. As tempestades sempre surgiram em cima da cidade, e... eu nunca vi uma floresta se movimentar antes em toda a minha vida. E realmente estava. Aquela gigante floresta feita de galhos e árvores mortas cobertas por neve parecia estar gigantescamente dando passos à frente, chegando cada vez mais perto das primeiras casas mais perto dela. Aquilo era, no mínimo, completamente assustador. — Isso nos diz que nós não temos tempo. Precisamos ser rápidos, venha. — Judy segurou a mão de Gabriel mais uma vez. Os dois foram correndo, pela cidade, em direção à “torre” de Nicolau, um velho e poderoso homem da cidade. Talvez o único que era possível de se atribuir o segundo adjetivo. Mas, como Rech pensava sobre suas pesquisas políticas: “Nenhum lugar pode sobreviver sem ter o topo do poder ou qualquer desigualdade. É justo, no fim das contas. Não posso ficar pensando como se esse lugar fosse sujo, afinal, qualquer cidade ou país ou planeta do universo é assim.” Inclusive, chegou a perguntar para Crowells no meio do caminho se ele era uma espécie de prefeito, que “ditava” as regras da cidade e coisas parecidas. Infelizmente ela confirmou que sim, e que isso se repetira por mais de trezentos anos em todas as gerações da família do garoto, que sempre foram todas muito boas com a vila. Gabriel Rech estava aprofundado na pouca política que aquele mundo estranho tinha, entretanto se esquecera totalmente do problema que teria de enfrentar para voltar para sua casa e sua família. Na verdade, a tal investigação estava indo tão bem que até ele mesmo não se lembrava de um pingo de suas preocupações. Todos os focos estavam lá, em Nicolau, um estranho homem que começa a surgir com a maldade em uma vila que deveria ser, na verdade, extremamente boa. Delongas depois após muita caminhada, os dois finalmente chegaram em frente à pequena torre do homem da cidade. Conversaram um pouco durante o caminho, indo dos costumes da cidade à vida de Rech e Judy, mas estavam firmados de que fariam aquilo e conseguiriam resolver. Ou, ao menos, se alguma coisa não desse certo, pelo menos eles tentariam. E Gabriel via como a verdadeira bondade da cidade, vindo de Judy, era realmente graciosa e admirável. À frente, um gigantesco portão de pedra esperava fechado para finalmente ser aberto. A neve não atingia-o, o que fazia acumular bastante poeira, enquanto ao seu redor todo aquele edifício feito de madeira cobria boa parte da visão dos dois garotos que pairavam em sua frente, sozinhos, sem nenhuma guarda observando-os ou algum outro nativo da população. Todos eles estavam naquele momento no centro da cidade, ainda preparando a grande ceia. — Que horas são nesse mundo? — Gabriel fez a última pergunta antes de entrar naquele lugar. — É estranho. Meu relógio continua contando o horário da Terra normalmente, como se não tivesse parado. São uma e meia da manhã nele. A garota olhou para o céu antes de responder. — Aqui ainda são onze e quarenta. Não precisamos de relógio, porque nós conseguimos calcular o horário a partir das constelações do céu. É um dom que todos aprendem e aprimoram enquanto crescem aqui. — Agora, começou a olhar fixamente para o grande portão. — Aqui vamos nós, então. Ela foi rapidamente andando em direção à entrada pro lugar, sendo seguida logo atrás por Gabriel que se apressava também. A garota, ao chegar perto do portão, empurrou-o com tudo para frente, abrindo-o por completo. Os dois logo olharam para o cenário dentro do local, antes mesmo de dar o primeiro passo para dentro dele. Era uma gigantesca sala vazia, com apenas um enormíssimo palco coberto por cortinas enquanto uma cadeira permanecia posicionada em sua direção. Uma única cadeira, sozinha, vendo toda aquela cortina enorme e vermelha cobrir algo que nenhum dos dois garotos sabiam o que era. Era possível de subir até o topo e encontrar a cobertura da torre nas escadas ao canto, mas todo o cenário era vazio. Totalmente vazio. Na cadeira, posicionada para a direção das cortinas, um velho homem elegante vestindo um terno preto e azul olhava para elas fixamente, com uma bengala logo ao lado, segurando-se nas bordas do objeto. Ele tinha um olhar determinado, como se estivesse se surpreendendo consigo mesmo. Como se estivesse mais do que orgulhoso de si mesmo, arrancando um sorriso subentendido. Embora Nicolau aparentemente não notara a presença dos dois garotos que caminhavam lentamente em direção à ele, o homem permanecia olhando fixamente para as grandes cortinas vermelhas, como se não ligasse para nada. Rech e Judy tentaram andar lentamente até chegar por detrás de Nicolau e interrogá-lo, mas claro. O prefeito daquela cidade já tinha percebido tudo há tempos, mas estava esperando que eles chegassem mais perto para que pudesse soltar algumas palavras. — Então... — Ele falou, virando seu rosto, mas ainda não olhava para Judy e nem para o seu companheiro. — É com esse audacioso plano de requerimento cauteloso e furtivo que vocês pensam claramente que irão neutralizar-me? Os dois pararam, como se todo o plano pensado na hora tivesse sido completamente destruído. Eles se entreolharam, com os olhos arregalados, e logo depois viraram-se novamente para o poderoso. Ele, no caso, finalmente levantou-se da cadeira, movimentando-se mais rápido do que qualquer outro homem da idade dele poderia conseguir, mas ainda segurando a bengala. Não como suporte, mas sim como alguma atração visual, tornando-o mais elegante. Ele arrumou sua gravata borboleta, e sem dar nenhum passo, apenas virando-se para os dois companheiros, falou como se não estivesse nem um pouco impressionado, assustado ou emitindo qualquer emoção da companhia inesperada dos dois: — Bom, vocês acabaram por demorar demais. Permaneci nessa anosa cadeira desgastada por tanto tempo, sentado, esperando-vos para a nossa gratificante reunião. Queria contar-lhes tudo detalhadamente, pulando as velhíssimas cenas de clichê dessa região, e acabei de perceber que ainda há tempo para isso. Não é, senhor Rech? Até mesmo nas suas falas eram possíveis de sentir um tom sarcástico vindo de uma mente que se achava tão poderosa quanto qualquer outra pessoa daquela vila. Ele era diferente. Diferente por sentir mais autoridade do que a própria bondade do lugar de onde nascera. Talvez fosse até mesmo a verdadeira matriz do problema. Se já não era. — Já que as senhoras e os senhores permanecem calados contemplando o silêncio desta moderna sala e creditando-se dentre suas falácias mentais sobre a minha personalidade, devo começar com a primeira resposta, talvez? — Deu outros dois giros, puxando a bengala consigo, e parando novamente em outra posição mais ameaçadora, mas sem dar um passo à frente. — Vossa chegada já era esperada. Desde quando tornei-me o líder militar desse sucinto lugar, sempre obtive dispositivos e máquinas gigantescas que pudessem me aproximar de ouvir tudo o que cada cidadão desta cidade falasse, monitorando pessoa por pessoa. No fim das contas, pude notar a presença de um novo cidadão com seu material orgânico ainda não acostumado com o nosso, além de vossa pessoa não obter o microfone que vendo em todas as roupas da cidade. Eu só podia escutá-lo a partir da roupa de Judy, e acredite, me ajudou bastante permanecer tanto tempo ouvindo suas conversas adolescentes e maravilhadas. Devo dizer que estou impressionado com sua inteligência e seus termos ultrapassados como “buraco de minhoca”. Judy agora rodeava o vilão, que dessa vez não acompanhava ela. Já era a terceira vez que fazia isso, como se fosse um costume. Ela encarava-o com um ódio, um sentimento de traição e ao mesmo tempo de determinação e impressionismo. Sua íris estava avermelhada das artérias que corriam pelo seu olho, transparecendo os sentimentos da garota. — Então... você tem vigiado todos da cidade sem que saibamos? Veremos o que o povo e o ministério farão com você após descobrirem isso... descobrirem que você anda tirando a bondade das pessoas. Ele riu, debochado. Começou a rir descontroladamente, mas logo depois forçou-se a parar, colocando a mão em sua boca e posicionando seu corpo ao estado inicial de seus movimentos. — O ministério? — Se segurou fortemente mais uma vez para não rir. — Eu sou o ministério, minha querida. E esse povo, esse povo bondoso e gracioso um com o outro? Que mal eles poderiam fazer com a minha forte identidade? Não há meios de me parar, e se eles existissem por uma fração de segundo, acredite: eu jamais contaria todo o meu plano se ele não fosse imparável. — E... qual é o seu plano? — Perguntou Rech, que não mudara muito a sua posição desde que fora descoberto. — Meu plano... é isso. Ele tirou de seu bolso um pequeno dispositivo com um grande botão vermelho em volta dele, destacando-se por volta de todos aqueles fios presos dentro de um material de vidro que dava-lhe a forma. Judy se afastou rapidamente, achando que o dispositivo pudesse ser uma bomba com um ideal suicida por trás dele, assim como Rech também achara. Mas, no fim das contas, o homem apertou o botão e a única coisa que estava de diferente naquela sala eram as gigantescas cortinas: elas agora se abriam aos poucos. Conforme o “teatro” se revelava, até acabar, Nicolau mostrava seu verdadeiro plano por cima daquele... cenário. Uma gigantesca máquina feita de muitas ligações de vidro por onde saíam tubos de diversos materiais possíveis dava numa gigantesca esfera de armazenamento, logo no centro da construção. Era gigante, e extremamente bonita. Ela trabalhava a cada segundo, misturando, triturando, fabricando várias combinações químicas dentre os milhares de tubos e chegando à pequena fonte ao lado da grande esfera do centro, onde era armazenado um líquido verde. Na esfera, ao lado daquele armazenamento grande, estava uma espécie de energia azul pouco acumulada dentro do vidro. O único tubo que se conectava à parte principal daquela máquina, onde armazenava-se aquela energia azul estranha, saía pelo teatro e não era visível aos olhos dos dois aventureiros. A máquina era simplesmente gigantesca, e trabalhava sozinha sem parar. — O que diabos é isso... — Isso, Sr. Rech, é o futuro. — Disse, com toda a elegância e apresentação possível. — É chamada de Máquina da Esperança, e eu mesmo construí ela trabalhando nesse árduo projeto desde quando era uma pequena e sonhadora criança. Sarcasticamente, a máquina não rouba esperança, mas sim toda a bondade presente nesses humanos insignificantes. Uma bondade, uma energia psíquica extremamente forte que pode ser transformada em energia astral para que eu possa consumi-la e me tornar cada vez mais poderoso. Tão poderoso que dominarei o resto dessa vila, e desse mundo. Senhoras e senhores, apresento-lhes o fim dessa jovial vila: — Ele parou por um momento, erguendo suas sobrancelhas, dando aos dois garotos mais medo ainda — A Nevasca... está vindo. Quando os dois garotos olharam de volta para Nicolau, a primeira coisa que podiam notar eram chamas azuis saindo de uma de suas mãos. Na sua outra mão, onde originalmente deveria estar a bengala, estava agora saindo uma conjuração de gelo que soprava puro poder cristalino. Um controle elementar e poderoso, algo nunca visto antes naquele lugar, naquela realidade. E ele parecia extremamente determinado. Em breve, 25/12/2015 Dernière modification le 1450920900000 |
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boa fanfic frist vou ler o cap aqui e dar as opiniões ah não já dei peraí |
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Vou ler pera |
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Senhor Colocar minha animação diária em ler essa one-shot valeu a pena Depois de tantas histórias sobre a lendária Mr. What ... Gostei muito, MUITO mesmo. Fazia tempo que eu não lia alguma coisa curta que pudesse ser tão prazerosa. |
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Lerei assim que eu ler |
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Nickporto a dit : èu anjaddeus a dit : ehehe sinto-me lisonjeada admiro que tenha gostado não se esqueçam que ainda faltam duas partes pra história terminar, hein |
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Louizx a dit : e foi assim que começou a breve história do garoto que no futuro disse: "caralho, tô 3 partes atrasado" |
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Nickporto a dit : to com cinco capitulo de linked atrasados quatro de linear ultimo livro de hp incompleto e daqui a pouco vou começar a ler o jogo dos tronos eu to 10/10 ah e nao se esqueça dos TEXTOS DE NATAL QUE VOU TER QUE AVALIAR :DDD dps leio essa oneshot aaa |
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Louizx a dit : ou seja, tudo é mais importante do que a oneshot pistolei |
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Mrwhat a dit : nope vou ler a oneshot antes pq e oneshot mas ate eu ler heh |
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Louizx a dit : tu tem tanta coisa pra fazer mas n faz nada ne |
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Parte 2 has been published Dernière modification le 1450920960000 |
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engraçado que a parte 2 tá mil vezes melhor que a parte 1, né não sei os erros da parte 1 foram incrivelmente todos corrigidos na parte 2 |
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verdade nem tinha percebido |
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Ele se sente cheio de determinação Muito bom, muito bom. Ansioso pelo desfecho :33 |
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li tudo maravilhoso |
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passando pra avisar que provavelmente a parte final vai sair só amanhã, unfortunately |
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Não haviam meios de transporte modernos havia* li a primeira parte bom pra caralho, mari, parabéns dps arranjo mais alguns comentários sobre a one-shot e leio a segunda parte |
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Achei ótimo o enredo e o detalhamento ao longo da história, ansioso para os próximos capítulos darling. |
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Em breve, 25/12/2015 |