♫ Acordo cedo para dar alta e dar ir para a escola. Minha cabeça não está totalmente bem, é claro. Ainda terei que cuidar dela um tempo em casa, e terei que usar um curativo na cabeça... mas é melhor que ficar no hospital.

♫ Quando chego em casa, está tudo uma bagunça: minhas roupas estão em cima do sofá. Por sorte, não queimaram. Minha mãe fala que lavou algumas delas e separou uma peça para mim ir à escola. Gosto da combinação: calça jeans preta, blusa roxa e sapatilhas pretas de verniz.

♫ Hoje não tem educação física, por sorte. Ainda terei que ver se praticarei ou não quando tiver.
Minha mãe me oferece carona, mas sabe quem aparece na minha porta? Will, ele está com uma calça jeans preta e blusa vermelho sangue. Está bonito. E sim: minha mãe deixa eu ir com ele... então...

♫ Imediatamente quando fecho a porta ele me dá um beijo bem de leve nos lábios:

- Vamos nos atrasar...
- Acha que me importo com isso...?
- Eu te dou mais um beijo se formos agora para a escola...
- Esse beijo vai ser agora?
- Não, mas você vai saber quando for.

♫ Ele dá um sorrisinho e vai para a moto.

♫ Tenho problemas quando vou pôr o capacete, por causa do curativo.... Mas com calma consigo colocar. Estou ofegante. Nem acredito, acabei de beijar Will como se fosse algo natural. Mas isso não muda o fato que eu praticamente fui atravessada por um raio quando ele apenas encostou os lábios nos meus.

♫ Quando chegamos a escola, todos ficam olhando para mim com um olhar meio impressionado. Não sei se por causa de eu ter ido para o hospital ou por que Will está com um braço sobre meus ombros me abraçando, enquanto eu cruzo meus dedos nos da mão dele.

♫ Sempre alguns amigos dele vêm falar com ele ou o cumprimentam antes da aula, mas hoje ninguém veio e todos ficaram me olhando de canto de olho.

♫ Minha professora de química fala comigo depois da aula, perguntado se eu estava melhor e se não queria desistir da competição de sábado... mas continuo dentro, não estou tão ruim assim. Espero que eu esteja certa quanto a isso.

♫ Também houve o fato de Charlie vir para minha turma, e como combinado... sentou atrás de mim. Ele não parecia muito feliz de eu ficar toda hora falando com Will, mas vi que ele compreendeu e não ficou realmente chateado comigo.

♫ Staicy falou com ele daquele jeito meloso que eu temia, mas eu simplesmente pensei: sei que Charlie não vai cair em armadilha de uma melodramática. No intervalo Will e eu vamos a um lugar mais reservado no pátio da escola, com uma árvore que faz uma grande sombra, que por coincidência está vazio.

♫ Ele está olhando para o nada enquanto caminhamos, por isso fica surpreso quando lhe dou um beijo. Ele sorri e nós sentamos em um banco, começando a conversar naturalmente.

♫ Depois de um tempo só escuto alguém dizer:

- Que bonitinhos, dois pombinhos... pena que um é cego e não vê que o outro é uma cobra pronta para dar o bote.

♫ Olho para o lado já sabendo a quem pertencia a voz irritante:

- Staicy, não lembro de ter trocado de lugar com você e ter virado cobra.
- Mas trocou quando seu pai morreu... tal pai tal filha... os dois são ladrões.
- Não ouse falar assim do meu pai... sua...
- Alex, calma. Que história é essa? - Pergunta Will.

♫ Ela ri como se ele fosse inocente:

- Você não sabe? O pai dela - ela aponta para mim com desprezo - era um ladrão, ou melhor, um covarde que não pagava suas dívidas e morreu com um tiro na cabeça por que quem ele tinha que pagar não recebeu no prazo. Que outra história ela inventou para você?
- Isso é verdade Alex?

♫ As lágrimas estão em meus olhos e uma escapa:

- ...sim.
- E ela.... É simplesmente uma ladra de namorados. Fiquei sabendo da história com a Victoria... pensei que você tinha bom gosto Will.

♫ Eu não falo nada, apenas... saio daqui quase voando. Eu não queria que ninguém me visse daquele jeito, então fui para um lugar que a tempos não ia: eu chamava de esconderijo. É uma parte da biblioteca que quase ninguém visita...

♫ Vou para lá e sento no chão, com as mãos fechadas impedindo a circulação do sangue. Minhas lágrimas não são de tristeza, são de raiva. Raiva de Staicy, de mim por ter mentido. Raiva por aquela história ser verdade.

♫ Olho no meu celular: ainda tenho metade do intervalo. Ouso passos perto de mim e cesso a raiva por um momento para prestar atenção. Conheço esse andar... Will está me procurando. Como ele sabia que eu estava lá?

♫ Ele me encontra e vem sentar do meu lado. Escoro a cabeça em seu ombro cuidando para não estragar o curativo, em que abaixo o corte dói um pouco:

- Queria ter contado, mas não tive coragem, você tinha uma boa visão de mim. Não queria estragá-la.
- Eu entendo...
- Sério?
- Acha que eu vou me importar com a Staicy, ou com quem era seu pai? Eu gosto de você, não deles.
- Obrigada.

♫ Ficamos olhando para o nada por um tempo e então eu pergunto por curiosidade:

- Como você me achou aqui?
- Perguntei a Charlie, encontrei com ele enquanto te procurava. Ele disse que você provavelmente estaria aqui se estava triste ou irritada.

♫ Verdade, Charlie sabia do esconderijo.

- Me explica essa história direito?

♫ Solto um suspiro e começo:

- Meu pai devia a uma cara... que o matou sem dó nem piedade por não ter recebido. Sei que meu pai parece ser horrível, mas... era ótimo, me sentia bem com ele. Na época não tínhamos muito dinheiro, mas meus pais não deixavam me faltar nada... então me sinto culpada pela morte dele.
- Mas você não tinha como saber dessas coisas, naquela idade. Não é culpa sua.

♫ Ouvimos o sinal tocar e sabemos que temos que ir para a aula.

☆ ♫ ☆

♫ No fim volto para casa com Mary. Estamos caminhando quando ela desembucha:

- Acho que estou gostando do Charlie.

♫ Sorrio comigo mesma, eu sabia!:

- Então fala isso para ele...
- Você é louca Alex...
- Sou, mas vocês têm que dar um jeito de se declararem! Vocês são feitos um para o outro!
- Aí, já começou a exagerar.
- Eu não! Só estou falando a verdade.
- Você é EXAGERADA.
- Mary e Charlie se amam! - Cantarolo para irritá-la.
- Will e Alex se amam!
- O.k., parei.
- Há, ha! Vingança!

♫ Quando chegamos a minha casa nos despedimos ironicamente:

- Tchau miga!
- Tchau Maryzinha!

♫ Gargalhamos e cada uma segue seu caminho.

♫ Hoje é sábado, dia da competição de química. São 13 horas, e às 15 tenho que sair de casa para chegar lá com 15 min de antecedência. Não estou nervosa... quero dizer, talvez um pouco, mas tenho esperança de que tudo dará certo. Dou uma estudada antes de sair, é claro.

♫ Quando chega a hora, minha mãe me leva até o endereço que minha professora me deu.
Chego e logo a encontro... daí que eu fico realmente nervosa. Ela me guia pelo lugar até uma sala onde tudo será realizado. Já estão lá alguns alunos que estarão no meu grupo.

♫ Fico sentada em nossa mesa enquanto todos conversam em um grupinho, mas não me incluem. Eu estava lá, entediada. Então uma menina do grupo vem e senta comigo. Seus cabelos são cor de caramelo e seus olhos são espertos e azuis:

- Olá, meu nome é Gabriela.
- Oi, sou a Alex.
- Alex?
- Sim, Alexandra.
- Gostei do seu nome. Como entrou na competição? Digo, nunca tinha te visto aqui.
- A professora... ela me convidou e eu aceitei.
- Ah.... Acho que eu te conheço! Você não é a namorada do Will? A menina que passou pelo incêndio? - Ela fala olhando para o curativo que em alguns dias não precisarei mais usar.

♫ Opaaaaaaaa. Esse é meu título na outra turma?

- Eu sou a garota do incêndio sim, e é assim que sou conhecida na outra turma?
- Me desculpa... eu sou muito linguaruda!
- Não, tudo bem, é que é estranho... não pensei que as pessoas sabiam.
- Está de brincadeira? Você é considerada popular agora. Todo mundo só fala de você.

♫ Olho para baixo. Ótimo, nunca gostei da ideia de ser popular, e agora eu sou considerada uma mesmo não tendo feito nada. Meu olhar é atraído para alguém que me observa e eu fico paralisada... Will está aqui. Eu não havia contado nada para ele sobre isso. Como ele descobriu?

♫ Peço licença e me encontro com ele:

- O que você está fazendo aqui?
- Sua mãe me contou que estaria aqui. Só uma coisa, por que não falou?
- É que isso é coisa de nerd...
- Que nada.
- Aham...
- Vim desejar boa sorte... não quero ficar para atrapalhar.
- Tudo bem, pode ficar.

♫ Ele se aproxima e me dá um beijo rápido no rosto. Percebo que Gabriela está nos olhando. Professora Cintia chega e fala de brincadeira:

- Nada de tirar a atenção da minha competidora, sr. Will!

♫ Sorrio para Will e vou me sentar. Logo vai começar. Will acaba sentando nas mini-arquibancadas de onde todo mundo que quiser vai assistir. Estou perdida olhando para Will quando Gabriela fala:

- Só vê se na hora você acha as respostas no seu cérebro e não olhando para Will.

♫ Fico toda sem jeito:

- Não... relaxa... eu acho que nem vão me deixar competir por eu ser novata nisso.
- É aí que você se engana.

♫ Realmente, foi como Gabriela disse. Eu me enganei. Eu fui a primeira a ser proposta para resolver o primeiro problema. Eu fiquei ali, olhando para todo mundo do meu time, tentando dizer com o olhar: NÃO QUERO IR LÁ.

♫ Não funcionou. Levantei e fui para o quadro. Marcaram o tempo e quando disseram “JÁ” eu automaticamente olhei para a conta e tentei me desligar do mundo. Quando termino, digo “ACABEI” afobada e olho para o professor que marcou meu tempo. Ele assente e o outro participante também fala que acabou. O professor olha para nossos desenvolvimentos parecendo fazer um cálculo mental:

- Alexandra, seu cálculo está correto. Sr. Louis, o seu está incorreto. Ponto para Neowschool.

♫ Os participantes do meu time dão uma breve comemoração. Quando sento, Gabriela - que está do meu lado - sorri:

- Você é boa!
- Obrigada.

♫ A competição continua, porém não sou chamada novamente. Graças a Deus.

☆ ♫ ☆

♫ Após o término, saem os resultados. Eu no caso não vou ver, mas um minuto depois escuto os gritos de comemoração do pessoal da minha escola e sei que ganhamos.

♫ Vou saindo e me encontro com Will:

- Sua mãe disse que eu podia te levar tomar um sorvete, depois dar um passeio.

♫ Já estamos do lado de fora. Sorrio para ele. Isso se tornou natural:

- Me surpreenda.

♫ Ele me guia até a moto. Em seguida senta na minha frente enquanto eu coloco o capacete.
Vamos até a praça e nos sentamos em um banco depois de comprarmos o sorvete:

- Qual a graça de sorvete de flocos? - Ele pergunta, me observando.
- É melhor que o de chocolate! - Respondo fazendo sinal para o castão de chocolate que ele segura.
- Duvido! Chocolate é o melhor, senhorita Clowen.
- Pelo amor de Deus, não me chama assim.
- Hahaha.

♫ Depois de tomarmos o sorvete, vamos dar uma volta de moto na faixa. O céu está quase para ficar laranja. Estou me segurando forte nele e o olhando o céu com suas nuvens brancas começando a ficar rosas

♫ Passou-se uma semana desde a competição de química. Acordo com meu celular tocando. É Will... motivo por eu estar dormindo em plena tarde de sexta-feira: depois de chegar em casa e almoçar, fui para o quarto de hóspedes – já que o meu estava de reforma - e deitei na cama para olhar um pouco de TV. Como consequência de estar cansada, eu durmo.

♫ Então, voltando ao assunto inicial... Will me liga. Fico preocupada... geralmente ele não me liga a tarde.... Atendo, ansiosa:

- Alô, Will, aconteceu alguma coisa?
- Convoco a senhorita para um piquenique. Vou te buscar daqui a exatos 15 minutos.

♫ Começo a rir. E eu ainda tinha ficado preocupada:

- Tudo bem.

♫ Desço as escadas correndo e digo para minha mãe:

- Eu vou...

♫ Ela me olha com daqueles olhares de mãe que sabe de tudo:

- Já sei, sair com Will. Eu ouvi suas risadas.

♫ Fico impressionada com minha mãe, ela descobriu em um piscar de olhos.

- Lex, é como eu disse. Eu sei reconhecer paixonite de adolescente.
- Estou vendo... quero dizer... isso não é uma paixonite...
- Nem tente me explicar.

♫ Nós duas rimos juntas. Subo para o quarto novamente e não sei... que roupa boto? Como se vestir para um encontro? Aquilo era um encontro? Escuto batidinhas na porta e tia Carmen entra no quarto:

- Tenho ouvidos bons, e já sei que você não sabe o que vestir, então serei sua fada madrinha e ajudarei.

♫ Olho para ela... eu devia estar cheirando a desespero. Ela mesma escolhe minha roupa. Depois que eu contei que era um piquenique ela imediatamente falou que sabia o que eu devia vestir.
Descemos novamente para o andar inferior para ela pegar alguma coisa da pilha de roupas em cima do sofá... aquele era meus guarda roupas atual e – espero - temporário.

♫ Ela vasculha um pouco o monte e puxa de lá um vestidinho florido que costumava ficar no fundo do meu armário. Ele é cinza com florezinhas vermelho escuro. Eu imediatamente falo que não é boa ideia eu pôr aquele vestido, mas ela insiste, e assegura que eu não vou ficar fofinha.

♫ Novamente vasculha minhas roupas e puxa uma jaquetinha curta de couro preta. Minha tia é um gênio da moda.... Depois ela apanha uma sapatilha vermelha escuro de veludo do chão e põe em frente dos meus pés. As calço e vou para o quarto me vestir. Ela fala que eu não devia me maquiar muito, que devia ficar o mais natural possível. Sigo seu conselho e me olho no espelho. Eu estou bonita, mas não exagerada.

♫ Will chega minutos depois. Está com jeans azul escuro e blusa preta. Sempre gostei de pessoas que se vestem assim... mas nele fica mil vezes melhor. Ele me olha de cima a baixo e dá um sorrisinho. Ele me puxa para a moto e me alcança o capacete.

♫ Chegamos a um campo que logo depois tem um pequeno bosque. Pera... onde estão as coisas do piquenique? Olho para Will que está com um olhar de mistério. O que ele está tramando?
Ele me guia até uma parte do campo onde há já um piquenique montado embaixo de uma árvore. Sorrio para ele:

- Fiquei com dúvidas sobre esse piquenique... não vi você com as coisas...
- Decidi fazer mistério.
- Conseguiu.

♫ Sentamos na tradicional toalha xadrez vermelha e branca e começamos a comer. Estava tudo ótimo, e tinham várias coisas:

- Como você preparou tudo isso?
- Minha mãe me ajudou.

♫ Ele dá uma risadinha, parece um pouco constrangido com o que acabou de dizer. Sorrio para ele:

- Obrigada.

♫ Quando acabamos, ainda é cedo, mas há uma brisa meio fria no ar. Me aproximo dele e me aconchego ao seu lado, para que ele me esquente. Ele me abraça e eu me esquento imediatamente...

- Nunca pensei que ia estar abraçada com você num piquenique... e que ia estar gostando disso...
- Se eu não tentasse fazer isso, outro teria tentado.
- Não sei se outro aguentaria meu jeito de ser.
- Aham, sei. Eu só não acredito que eu fiquei com a Victoria todo esse tempo e não vi que você estava lá...
- Tudo bem, todos cometemos erros.

♫ Ele me abraça mais forte, percebo que ele também está com um pouco de frio. Ficamos conversando por um tempo. Então nos beijamos. Deitamos na grama e paramos por um momento, vendo o céu azul com apenas algumas nuvens. Então eu o beijo de novo, bem levemente. Me afasto. Ele está olhando meio estranho para mim:

- Que foi?
- Tem uma coisa que você não sabe sobre mim...
- O que?
- Eu... você deveria saber que... agora que estamos juntos...
- Fala, pode falar...
- Eu conheci seu pai...
- ...?
- Meu tio fazia negócios com quem o matou. Naquela noite segui meu tio e... não pude fazer nada... se eu me aproximasse... eu convenci meu tio depois a fazer uma denúncia anônima...

♫ Não... não... isso não está acontecendo...

- Will... ah meu Deus...

♫ Eu entro em pânico.

- Me desculpa, eu queria fazer alguma coisa... mas eu tinha 10 anos de idade...
- Eu... eu sei. Então era vo.…vo.…cê... o menino que estava no enterro dele.... O menino que falou comigo...
- Sim...
- Ele sofreu?
- O que?
- Meu... pai. Sofreu?
- Não... ele morreu na hora.
- Eu nem sei o que dizer...
- Eu sou um estúpido... não devia ter contado...
- Devia sim... - falo limpando uma lágrima pequena que cai do meu olho sem permissão. - Eu respeito a verdade... mesmo que ela me faça sofrer... então você já sabia quem eu era?
- Não até ontem... quando a Staicy falou que eu me liguei... e imediatamente quis contar a verdade... me arrependi de todos os meus pecados naquela hora...
- É graças a você que... quem o matou está apodrecendo na cadeia. Obrigada.
- Você não está brava comigo?
- O que passou... passou. Meu pai não gostaria que eu guardasse rancor de alguém por causa dele. Mas mesmo assim... continuo chorando como um bebe.
- Isso prova que você tem um coração. Ao contrário da Staicy e da Victoria, que não se importam com nada.
- Talvez você tenha razão.

♫ Vamos embora um tempo depois. Me despeço dele na frente da minha casa com um abraço e um beijo rápido. Imediatamente minha mãe percebe que eu não estava legal. Pergunta o que aconteceu e quase sai para fora para interrogar Will. Eu apenas digo:

- Ele me contou uma coisa...

♫ Conto a ela a história e ela fica com uma cara indiferente, devia estar pensado em algo para falar:

- Ele foi o responsável pela prisão de quem o matou mãe.
- Ele era o garotinho do enterro.

♫ Explicação a quem está perguntando:
O que é que tem haver?
Resposta:

♫ Will - agora eu sei que era ele - foi ao enterro quando tínhamos 10 anos de idade e falou comigo. Eu não o conhecia, mas... o deixei se aproximar e ele conversou muito comigo, até me fez se sentir melhor... Will tinha ido lá por que se sentiu culpado por não fazer nada...
Passo o resto do dia pensando no que aconteceu. E a noite... acabo dormindo mais rápido do que pensei que dormiria.

♫ Mais ou menos um mês se passou comigo e Will vivendo dia a dia como amigos, mas também mais que isso. Amo a sensação de poder contar com ele para tudo. Claro, também tenho Charlie e Mary que se tornou minha amiga. Mas Will é.… o Will. Hoje é sexta e pelas 20hs Will bate na minha porta, me convidando para jantar em sua casa. Minha mãe deixa, então me arrumo e vou com ele.

♫ Quando chegamos a casa dele e entramos, me sinto estranha em meio àquela mansão de luxo. Nem dá para acreditar que aquela casa é de Will, ele não parece rico nem nada. Entramos e ele me guia para a sala de jantar, na qual o pai e mãe dele estão sentados na grande mesa um em cada ponta. O pai de Will tem uma expressão carrancuda. A mãe dele está como naquele dia do trabalho.

♫ Os cumprimento e me sento ao lado de Will numa das laterais da mesa. De repente um menininho de no máximo 8 anos vem correndo e senta na cadeira ao meu lado. Ele tem os cabelos mais escuros, como os do pai de Will, igualmente com olhos verdes como os dele:

- Ah, Alex, este é meu irmão... Jackson.

♫ Viro para o lado e digo:

- Prazer em conhecê-lo Jackson, me chamo Alex.
- Prazer, você que é a namorada do Will?
- Namorada? - Pergunta o pai de Will me olhando com aquela cara carrancuda.
- Sim pai, namorada.
- Por que não nos contou?
- Estou contando agora.

♫ Ele olha para o pai como se não fosse tão importante eles saberem o que ele anda fazendo. Mas o irmão dele sabia, e a mãe também, por que está olhando para baixo como se quisesse esconder que sabia.

♫ O pai de Will olha para mim com desconfiança e diz:

- Tudo bem, conte-nos sobre você.
- Bem... sou da turma de Will... e é isso...

♫ Fico bem interessada no prato com salmão na minha frente que a um minuto atrás eu não sabia que existia.

- Quais são suas notas?
- Que sutileza pai, quem sabe não pergunta se ela quer ir para uma sala de interrogatório.
- Tudo bem. Tiro A ou A+. E se tiver dúvida, Will é meu primeiro namorado. Pode perguntar à vontade. - Falo naturalmente.

♫ Percebo de canto de olho que Sônia disfarça uma risada. O resto do jantar segue normalmente, já que o pai de Will viu que não fui atingida por sua pergunta indiscreta.
Depois de comermos, eu e Will vamos para o jardim dos fundos, onde percebo que no canto há uma piscina.

♫ Sentamos em uma mesinha e percebo que Jackson está logo atrás de nós:

- Sua namorada é demais Will, papai fez papel de bobo.

♫ Eu e Will damos risada e eu agradeço:

- Obrigada, e você é muito gentil.
- Alex, eu vou ir rapidinho no meu quarto pegar uma coisa, já volto.
- O.k.

♫ Will vai em direção a casa e entra:

- Então, que idade você tem?
- 7 anos e você?
- 15 - mostro a língua para ele de brincadeira.

♫ Ele devolve o gesto e comenta:

- Você é um ano mais nova que Will.
- Como?
- Ele tem 16.
- Acho que ele esqueceu de contar...
- Hum...

♫ Ele chega e diz que a mãe deles está chamando. Então Jackson antes me abana e depois entra na casa. Will está com uma caixinha na mão:

- Um presente.

♫ Olho para ele com desconfiança e abro a caixinha. Dentro há um colarzinho com um pingente de borboleta, uma linda borboleta roxa com mesclagem de rosa e azul:

- Que lindo... é...
- Achei que você aí gostar, é a sua cara.

♫ Sorrio para ele que pega a caixinha da minha mão e tira o colar de lá, colocando no meu pescoço enquanto seguro meu cabelo.

- Descobri uma coisa...
- Hum? - Diz ele fechando o colar.
- É um ano mais velho que eu?
- Meu irmão é um fofoqueirinho.
- Ele é um fofo - rio - e eu não sei porque não me contou.
- O motivo por eu ter contado é bem vergonhoso.
- Conta, vai.
- Hum... rodei por que gasiava aula com a Victoria.

♫ Então era isso. Bendita Victoria, que menina trouxa:

- Ah... entendi. Tudo bem. O que importa é que você mudou.
- Se para você importa, para mim também.

♫ Ele não diz mais nada, não tem como. Estou o beijando nos lábios e depois o abraçando, o lado do meu rosto em seu peito.

♫ Vamos para seu quarto.

♫ Depois de cuidadosamente fecharmos a porta, Will segura meu rosto e guia seus lábios pelos meus. Ele para um pouco e me olha bem de perto, como se quisesse ver se eu estava bem. Ele se importava comigo, se eu estava bem, inclusive enquanto eu estava com aquele curativo ele sempre me perguntava como estava. Eu apenas liguei nossos lábios novamente.

♫ Escutamos batidas na porta. Corremos e sentamos na cama, como se estivéssemos apenas conversando. Então a porta é aberta e a mãe de Will põem a cabeça para dentro do quarto:

- Alex, você não gostaria de posar aqui?
- Ah... olha.... Eu precisava ir para a casa cedo, tenho que ver um trabalho que foi dado hoje para segunda, é gigante. O Will também tem que fazer.... Então...
- Tem certeza que não quer? É que sua mãe ligou perguntando.
- Muito obrigada, mas terei que recusar.
- O.k.

♫ Ela refecha a porta e Will me olha:

- É por causa do trabalho mesmo?
- Sim, e seu pai não gostou muito de mim.
- Esqueça meu pai. Ele é assim mesmo.
- Está bem.

♫ Ficamos um tempo conversando e então vou embora.