Teoria da Relatividade |
Rafaklbvr « Consul » 1514495640000
| 1 | ||
Basicamente, acredito que entendo o que o Nebula está tentando passar. O negócio é que não temos como saber com certeza absoluta que a ciência está nos passando exatamente o que é real ou se ela está apenas nos enganando para manter uma espécie de controle, semelhante à religião. E o positivismo ajuda nesse trabalho da ciência por pregar que a ciência é infalível e sempre nos trará apenas a verdade. Estou correto? |
Bolodefchoco « Sénateur » 1514498880000
| 1 | ||
U92nebula a dit : Ops, creio que troquei as palavras durante o texto. lol. Desculpe. Positivismo é a crença na ciência. ㅤMe referi ao fato de você querer que eu deixe de crer em afirmações testáveis e que talvez eu passe a acreditar em afirmações baseadas totalmente em crenças. [talvez fique ambíguo por não se tratar de conversão, e sim de ceticismo, mas espero que entenda a ideia] ㅤSim, a frase é um pouco ambígua, mas, como eu já demonstrei ser meu ponto de vista, ainda creio que a ciência é a resposta para os fenômenos físicos e que a verdade é uma verdade, acreditando nela ou não, compreendendo ela ou não, descobrindo-a ou não. Afinal, a gravidade era uma verdade antes de newton existir: ㅤMaçãs caiam antes dele mesmo descobrir a gravidade! ㅤO que eu quero dizer é que a verdade é absoluta e imutável, independentemente se ela é imposta ou oculta de nós. ㅤRepito, a ciência não impõe nada, ela apresenta fatos e cabe a nós acreditarmos no que a ciência define como fato ou não. Pra mim, ela é a verdade única e absoluta até então descoberta por nós, seres humanos. Rafaklbvr a dit : ㅤCompreendo, mas foi como falei no texto lá em cima. A ciência também falha, e é dever dos cientistas consertar as falhas, mas até que sejam descobertas, é importante encarar o fato como verdade. ㅤDe fato, algumas inverdades podem ser ditas sim para controle de massa, assim como a religião, mas é inegável que a grande parte das descobertas físicas são por puro desenvolvimento do conhecimento: Buracos Negros, Supernovas, Exoplanetas. ㅤMas, de qualquer forma, isso se refere APENAS à ciência humana, e não à ciência cósmica, afinal, a última citada permanece imutável e constante, tendo sido descoberta ou não, ou mentindo sobre ela ou não. A questão é como ela é encarada e transmitida pelos humanos, e ai sim eu concordo, há muito erro semântico, tanto por parte dos pesquisadores quanto por parte dos leitores. |
Rafaklbvr « Consul » 1514500980000
| 1 | ||
Acredito que o que o Nebula esteja criticando na ciência seja uma fé cega que as pessoas desenvolvem nela, o que poderia levara ciência a cair como uma religião, com dogmas que ninguém se atreve a questionar. Se for isso, realmente o Nebula está correto, essa decadência da ciência e seu método são coisas a serem temidas e combatidas. |
Bolodefchoco « Sénateur » 1514506020000
| 1 | ||
Rafaklbvr a dit : Sobre isso eu concordo plenamente. Algo que "ninguém se atreva a questionar" é completamente fora dos padrões de uma ciência sadia. Tudo deve sim ser questionado, e sobre isso não tiro a razão dele. A questão é questionar sobre aquilo que já foi respondido, sobre aquilo que tem provas. Isso não entra em minha cabeça hehe. Mas de qualquer forma, sim, não devemos agir como cegos nunca, nem na ciência nem em qualquer crença. |
Nebulinn « Citoyen » 1514506560000
| 1 | ||
É que vcs acreditam na possibilidade de conhecimento em si. Quando voce diz que a cadeira X existe e afirma que aquilo é uma verdade absoluta pq vc pode toca-la, o conceito corresponde ao objeto, voce sabe que todas suas faculdades mentais estao funcionando corretamente, enfim, as condiçoes epistemologicas para conhecer estao satisfeitas. Ainda tem o problema do conceito se referir a uma ideia, e ideias sao recortes de um em si. Como toda a linguagem faz referencia a ideias e nao a objetos em si, o conhecimento em termos absolutos e impossivel. |
Bolodefchoco « Sénateur » 1514507880000
| 1 | ||
Nebulinn a dit : Sim, eu concordo que nada é absoluto, por mais que eu cite a palavra "absoluto" várias vezes. Mas acredito que existem verdades temporariamente absolutas enquanto não existem refutações plausíveis para desmitificar aquele conceito. Por exemplo, a existência de átomos, para mim, é uma verdade absoluta, até que consigam refutar de forma eficiente. Mas de forma alguma significa que aquela verdade é absoluta sempre, para todos, em todas as perspectivas e que não está passível a mutabilidades de conceito ou existência. |
Nickporto « Citoyen » 1514529000000
| 1 | ||
U92nebula a dit : "verdade" e "mentira" são dois conceitos paradoxos de natureza humana liberdade é um conceito de natureza humana ceticismo entre os próprios pensamentos humanos é um conceito de natureza humana são todas ciências da parte humana, bem como a filosofia em geral se todos os seres humanos morressem, e se todas as suas consciências deixassem de existir, como já aconteceu tempos atrás antes de evoluirmos, a realidade ainda permaneceria intacta nós não criamos uma realidade; o cérebro interpreta a maneira como vemos a vida, mas fora dela, as coisas ainda continuariam a mesma coisa. sem contar que todos nós somos um só. os seres humanos fazem parte do todo, do universo em si, bem como suas consciências. portanto, independente do ceticismo, na minha visão a ciência mostra esse lado não-humano do pensamento. a ciência não é algo que você tem de pensar para chegar à conclusão - visto que teu próprio texto atinge a ideia da "ideia humana". a ciência não vem da ideia humana. ela vem de algo diferente disso. do experimento e do resultado, imparcial ao que a mente humana pensa talvez vc pode até falar "mas parcial ao que a mente humana vê", mas é como querer jogar ceticismo atrás de ceticismo (o que é como funciona basicamente o niilismo). somos todos parte do universo, somos todos um material só. a ciência explica, mas a ciência não dá ideias. é por isso que não tem "positivismo". porque não depende de nenhuma capacidade humana para que ela exista, mas apenas para que seja descoberta - e a maneira como interpretamos isso continua sendo de maneira humana, mas não deixa de ser uma "verdade". se todos nós morrêssemos, se todas as consciências deixassem de existir, o ceticismo iria embora. tudo iria embora. deus iria embora. mas a ciência não. ela ainda continuaria lá, independente do que acontecesse. porque é ela o que forma o conceito da realidade. a consciência humana é incrível a ponto de criticar até a si mesma, isso eu não discordo entretanto, a ciência não é algo 100% segurado da mão humana. pode ter um histórico humano, métodos de interesse econômico, influência política, sim pode ser que a ciência seja tocada em parte por essas motivações humanas mas o resultado final sempre será o absoluto, universalmente matemático do que a realidade é. a matemática é a maneira que um ser humano consegue compreender a linguagem do universo. mas ela existe, mesmo que seja diferente da que reconhecemos. é o que eu já disse e repito: morrem todas as consciências, morre tudo. menos a ciência. isso prova mais do que o suficiente de que ela sobrevive sem a base humana, mesmo que seja uma visão... digamos que humana também? a ciência pode ir muito além disso. claro que estamos limitados ao que somos, e ao que conseguimos ver, mas o universo em si não. acabei de perceber no final do meu texto que talvez ele mesmo seja um pouco niilista mas wtf enfim, imo o que eu acho é isso, pelo menos é o que eu vejo como a minha definição de ciência: a maneira como um ser humano pode olhar humanamente algo que não é humano, mas ainda sim verdadeiro e absoluto, ultrapassando os tropeços e questões humanas, mesmo que o visualizador ainda se encontre dentro dela. o resultado final do método científico não é algo posto pelas mãos dos seres humanos, e por isso pode ser tomado como verdade absoluta em termos gerais. não sob nossa visão, mesmo que a usamos para chegar até ele. entretanto, o que é observado, seria observado de qualquer jeito mesmo havendo a inexistência de qualquer consciência universal diante daquilo. considerando que ">" seja "chega até": humano > ciência ciência > verdade absoluta ciência = maneira como o ser humano, após observar algo, chega até sua conclusão não dependendo de suas próprias ideias, mas ainda observando-a através delas verdade absoluta = algo que se encontra fora da necessidade de um visualizador consciente (e de seus problemáticos questionamentos, ou qualquer coisa que ele sequer diga ou precise existir/pensar para que exista) no fim das contas, não podemos ver a verdade absoluta pelo simples fato de sermos visualizadores conscientes e problematizadores. pela nossa cultura, história, e pela nossa limitação humana de olhar para a realidade mas a ciência é, definitivamente, o método mais perto que chega de um ser humano observar sua própria verdade absoluta, sem precisar recorrer ao fato de sua não-existência Dernière modification le 1514529720000 |
Nickporto « Citoyen » 1514530500000
| 1 | ||
acho que no fim das contas meu texto acabou ficando contraditório as fuck se tu pensar por um lado mas diria que a ideia que eu soltei no final é a ideia que eu realmente quero dizer talvez eu esteja não compreendendo exatamente o que é ciência, e esteja substituindo outra palavra por ela, sendo que a definição de ciência pode ser totalmente diferente dessa que eu acabei de falar. precisaria pesquisar mais a fundo pra saber qual a melhor palavra então. mas se tem um ponto que isso prova, é: sim, existe a "verdade absoluta". é aquela que está presente independendo dos pensamentos, problemas e conclusões de um ser consciente olhando para ela. aliás, como eu já disse, o próprio conceito de "verdade" humana já é algo falho em si, então não sei dizer se o certo seria chamar de "verdade absoluta", mas creio que é a definição mais perto do que pode-se imaginar. e na minha opinião é isso o que atrapalha tanto conceitos como "niilismo" e "positivismo". porque são dois conceitos que não dizem nada além de uma grande burocracia na mente humana pra compreender o que está ali, na frente. o niilismo serve como uma espécie de ceticismo pra todos os pensamentos humanos, como se a realidade dependesse deles para existir, quando na verdade não; e o positivismo é um tanto quanto um termo usado apenas para se nomear aqueles que não questionam tudo, menos as próprias crenças. duas coisas que, ao tentarem explicar a verdade ou questionarem-na, esquecem que ela mesma é um termo humano, falho, velho, contraditório e ante ao que realmente é considerado verdade. enfim, nice discussão e tópico, finalmente alguma coisa interessante at all |
Bolodefchoco « Sénateur » 1514557080000
| 1 | ||
Nickporto a dit : É exatamente isso que procurei passar no meu texto: independentemente de nossa consciência estar ativa ou não, a realidade cósmica e física permanece intacta. Descobri que não sei, de fato, me expressar bem com as palavras. Em pouco uso delas você conseguiu resumir tudo o que eu sempre tentei apresentar como argumentar. A ciência não está aqui pela ideologia humana, está aqui porque é ela que está regendo nossa capacidade de ter ideias, afinal, tudo veio dela e nada poderia alterá-la apenas com pensamentos, apenas descobri-la. Sua argumentação foi invejável Eu acho que um termo melhor para "verdade absoluta" seria "realidade/fato absoluta(o)", afinal, "verdade" é um conceito, ao meu ver, puramente humano. Dernière modification le 1514558160000 |
1 | ||
Zombiewd a dit : Vi esse vídeo, me interessei, e acabei vendo mais de 5 sobre isso pqp |
U92nebula « Citoyen » 1514560380000
| 1 | ||
Bom, se e verdade absoluta eu quero que voce me prove atraves de uma deduçao a existencia da realidade. Conhecimento em si não é possivel, caras. Voces caem no conto da ciência midiatica, ja que quase nenhuma teoria de filosofia da ciencia aceita isso. |
Bolodefchoco « Sénateur » 1514560680000
| 1 | ||
U92nebula a dit : Como você pode ser cético sobre experimentos e resultados e não a uma dedução humana? |
U92nebula « Citoyen » 1514560860000
| 1 | ||
Fato é um conceito humano tbm. Todos conceitos sao humanos. E esse é o problema da classificação. Quando voce diz que um planeta X continua a existir como planeta X mesmo depois da morte de todos os seres humanos, isso é evidentemente uma mentira. O planeta X nao passa de uma ideia, um recorte de uma parte do processo. Pq o planeta é um ente unico? Pq ele e o outro planeta do lado nao formam um didgeridoo? A classificaçao das coisas é arbitrária. Onde termina o chao e onde começa a arvore? Pq os dois nao formam um unico ente? Em algumas tribos indigenas o individuo nao existe, eu sempre me refiro a um grupo, nao tem separação. A separação que nos estamos acostumados é so a herança do pensamento grego, ela nao ta no mundo, mas em nossas ideias. |
U92nebula « Citoyen » 1514560860000
| 1 | ||
Bolodefchoco a dit : Por que a dedução é impossível |
U92nebula « Citoyen » 1514561100000
| 1 | ||
Há um argumento mais específico com vias a defender a posição excepcional que a ciência tem na sociedade atual. Em resumo o argumento diz (1) que a ciência encontrou finalmente o método correto para alcançar resultados e (2) que há muitos resultados para provar a excelência do método. O argumento é equivocado – mas a maioria das tentativas para provar isso acabam caindo em um beco sem saída. A metodologia tem hoje se tornada tão abarrotada de sofisticação vazia que é extremamente difícil perceber os erros simples na base. É como lutar contra a Hidra – corta-se uma cabeça feia e oito figuras tomam seu lugar. Desse jeito única resposta é superficialidade: quando a sofisticação perde o conteúdo, então a única maneira de manter contato com a realidade é tornar-se grosseiro e superficial. É o que pretendo ser. Contra o método Há um método, diz a parte (1) do argumento. Qual é? Como funciona? Uma resposta que já não é tão popular como costumava ser é que a ciência funciona através da coleta de fatos e infere teorias a partir deles. A resposta não é satisfatória porque as teorias nunca seguem de fatos, no estrito sentido lógico. Dizer que elas ainda podem ser apoiadas em fatos pressupõe uma noção de suporte que (a) não mostre esse defeito e (b) seja suficientemente sofisticada para nos permitir afirmar em que medida, por exemplo, a teoria da relatividade apóia-se em fatos. Tal noção não existe hoje, nem é provável que venha a ser encontrada (um dos problemas é que necessitamos uma noção de apoio que afirma que os corvos são cinzentos para sustentar “todos os corvos são negros”).[4] É o que foi levado a cabo pelos convencionalistas e pelos idealistas transcendentais, os quais assinalaram que as teorias dão forma e ordem aos fatos e podem, por conseguinte, serem conservados aconteça o que acontecer. Eles podem ser mantidos porque a mente humana, consciente ou inconscientemente, exerce sua função de ordenação. O problema com esses pontos de vista é que eles assumem para a mente o que pretendem explicar para o mundo, isto é, que funciona de forma regular. Há apenas uma visão que supera todas essas dificuldades. Foi inventada duas vezes no século XIX, por Mill, em seu imortal ensaio “A Liberdade”, e por alguns darwinistas que levaram o darwinismo para a batalha de idéias. Esse ponto de vista pega o touro pelos chifres: teorias não podem ser justificadas e a sua excelência não pode ser demonstrada sem referência a outras teorias. Nós podemos explicar o sucesso de uma teoria em função de uma teoria mais abrangente (podemos explicar o sucesso da teoria de Newton usando a teoria da relatividade geral); e podemos explicar nossa preferência por ela comparando-a com outras teorias. Essa comparação não prova a excelência intrínseca da teoria que escolhemos. De fato, a teoria que elegemos pode ser nojenta.[5] Pode conter contradições, pode entrar em conflito com fatos conhecidos, pode ser incômoda, pouco clara, ad hoc em situações decisivas, e assim por diante. Mas ela ainda pode ser melhor do que qualquer outra teoria disponível no momento.[6] Tampouco os padrões [7] de julgamento são escolhidos de forma absoluta. Nossa sofisticação é incrementada a cada escolha que fazemos, e o mesmo ocorre com nossos padrões. Os padrões rivalizam da mesma maneira como as teorias competem e nós escolhemos os padrões mais adequados à situação histórica na qual a escolha ocorre. As alternativas rejeitadas (teorias, normas, “fatos”) não são eliminadas. Elas servem como corretivos (afinal de contas, nós podemos ter feito a escolha errada) e também servem para explicar o conteúdo das posições preferenciais (nós entendemos relativamente melhor quando compreendemos a estrutura das suas concorrentes; conhecemos o sentido pleno de liberdade somente quando temos idéia da vida em um estado totalitário, de suas vantagens – e há muitas vantagens – assim como das suas desvantagens). O conhecimento assim concebido é um oceano de alternativas canalizadas e subdivididas por um oceano de padrões. Isso força a nossa mente a fazer escolhas imaginativas e, portanto, a faz crescer. Faz nossa mente ser capaz de escolher, imaginar, criticar. Hoje esse ponto de vista é frequentemente associado ao nome de Karl Popper. Mas há algumas diferenças decisivas entre Popper e Mill. Para começar, Popper desenvolveu sua visão para resolver um problema específico da epistemologia – procurava resolver o “problema de Hume”.[8] Mill, por outro lado, está interessado nas condições favoráveis para o desenvolvimento humano. Sua epistemologia é o resultado de uma determinada teoria do homem, e não o contrário. Popper, também, sob influência do Círculo de Viena, melhora a forma lógica de uma teoria antes de passar a discuti-la, enquanto Mill usa cada teoria na forma em que ela ocorre na ciência. Em terceiro lugar, os padrões de comparação de Popper são rígidos e fixos, enquanto os padrões de Mill são passíveis de mudança com a situação histórica. Finalmente, os padrões de Popper eliminam os concorrentes de uma vez por todas: as teorias que apresentam ou não falsificabilidade ou falsidade não têm lugar na ciência. Os critérios de Popper são claros, inequívocos, precisamente formulados; os critérios de Mill não o são. Essa seria uma vantagem se a própria ciência fosse clara, inequívoca e precisamente formulada. Felizmente, não é. Para começar, nenhuma teoria científica nova e revolucionária é sempre formulada de maneira que nos permita dizer em quais circunstâncias devemos considerá-la como perigosa: muitas teorias revolucionárias são irrefutáveis. Versões falsificáveis existem, mas elas quase nunca estão de acordo com as declarações de princípio aceitas: toda teoria moderadamente interessante é falsificada. Além disso, as teorias têm falhas formais, muitas delas contêm contradições, ajustes ad hoc, e assim por diante, etc. Aplicados com determinação, os critérios de Popper eliminariam a ciência sem substituí-la por nada comparável. Eles são inúteis como ajuda para a ciência. Na última década, isso foi realizado por vários pensadores, entre eles Kuhn e Lakatos. As idéias de Kuhn são interessantes, mas, infelizmente, são demasiado vagas para dar origem a nada mais do que falsas novidades.[9] Se vocês não acreditam em mim, vejam a literatura. Nunca antes a literatura sobre a filosofia da ciência foi invadida por tantos puxa-sacos e incompetentes. Kuhn incentiva pessoas que não sabem nem por que uma pedra cai no chão a falar com segurança sobre método científico. Não tenho qualquer objeção à incompetência, mas me oponho quando a incompetência é acompanhada de tédio e pedantismo. E é exatamente isso que acontece. Nós não selecionamos interessantes idéias falsas, pegamos idéias chatas ou palavras não relacionadas com idéia alguma. Em segundo lugar, sempre que alguém tenta definir melhor as idéias de Kuhn, acaba achando que são falsas. Já houve um período de ciência normal [10] na história do pensamento? Não – e eu desafio qualquer um a provar o contrário. Lakatos é muito mais sofisticado do que Kuhn. Em vez de teorias, ele considera programas de investigação, os quais são seqüências de teorias ligadas por métodos de modificação, a chamada heurística. Cada teoria na seqüência pode estar cheia de falhas. Pode estar assolada por anomalias, contradições, ambigüidades. O que conta não é a forma das teorias individuais, mas a tendência exibida pela seqüência. Julgamos a evolução histórica e as conquistas ao longo de um período de tempo em vez da situação em um determinado momento. História e metodologia são combinadas em uma única empreitada. Um programa de investigação é dito que progride se a seqüência de teorias leva a novas predições. Diz-se que degenera, se ficar reduzido à absorção de fatos que foram descobertos sem a sua ajuda. Uma característica determinante da metodologia de Lakatos é que essas avaliações já não estão mais ligadas a regras metodológicas que determinam se o cientista deve manter ou abandonar um programa de investigação. Os cientistas podem aderir a um programa degenerado, eles podem até ter sucesso em fazer o programa ultrapassar seus rivais e, por conseguinte, prosseguir racionalmente o que estão fazendo (desde que continuem chamando de degenerados os programa degenerados e de progressivos os programas progressivos). Isso significa que Lakatos oferece palavras que soam como os elementos de uma metodologia; ele não oferece uma metodologia. Não há método de acordo com a metodologia mais avançada e sofisticada que hoje existe. Com isso finalizo a minha resposta à parte (1) do argumento específico. |
Nickporto « Citoyen » 1514601780000
| 1 | ||
o que o ser humano vê não é algo da criação dele não é algo que ele pensa ou idealiza portanto, o que a gente vê talvez seja mais confiável do que a gente pensa e o que a gente pensa não é o que projeta o que a gente vê. pensar dessa maneira é pensar de uma maneira errada, porque na verdade é o contrário e a própria ciência diz isso, independente do que pensamos: a gente projeta o que pensa a partir do que vemos. criamos a nossa realidade interpretada a partir da nossa realidade consciente-existente. então a nossa realidade interpretada não é fruto da nossa mente. é fruto de um resultado da nossa mente. U92nebula a dit : tu quer que eu te prove algo que tá na tua frente? o simples ato da tua existência é o ato da tua consciência a "realidade" pode ser interpretada como um conceito humano a partir de uma visão, mas o termo que me refiro é como algo além disso, algo não variável, não modificado e nem tomado pela mente humana, a "realidade absoluta". sim, estou usando dois termos de origem humana, como qualquer outra palavra aqui nesse texto, mas vc consegue entender o conceito na sua mente. ou seja, essa nossa "realidade" é uma visão humana (logo, falha). se ela dá match com a própria realidade absoluta em si não é algo que cabe a mim afirmar, até pq eu sou um ser visualizador consciente 120 anos atrás nenhuma das consciências existentes hoje em dia havia nascido ainda 120 anos atrás a realidade/mundo ainda eram os mesmos que são hoje em dia, assim como todos os ciclos anteriores U92nebula a dit : sim, e é exatamente por isso que a visão humana é falha. vc mesmo acabou de provar esse ponto. o que vemos é uma ideia do que já temos, mas também uma ideia cultural, uma ideia própria. ou seja, no fim das contas, a ideia humana não pode ser tomada como ponto de questionamento para a realidade absoluta. "Quando voce diz que um planeta X continua a existir como planeta X mesmo depois da morte de todos os seres humanos, isso é evidentemente uma mentira. O planeta X nao passa de uma ideia, um recorte de uma parte do processo. Pq o planeta é um ente unico?" sim, mas isso não invalida meu argumento. a classificação "planeta" é algo humano. a maneira como vemos tudo é humana. mas essas coisas ainda continuariam a existir mesmo depois da nossa inexistência, óbvio que não conseguimos ver algo além da nossa visão humana, mas ele ainda estaria lá independente dos nossos tropeços e burocracias mentais para definir o que é aquilo porque, antes da definição de algo, antes do olhar humano e de suas percepções diante daquela coisa, ela primeiro tem de existir na realidade absoluta. o que vem depois é o nosso processo, questionador e totalmente duvidoso. mas antes disso, ela tá lá, independente à maneira como classificamos-a, se é em grupo, se é um indivíduo, se é uma maçã cortada ao meio ou se são dois objetos diferentes, antes disso, ela tá lá na realidade absoluta, longe dos nossos sentidos e percepções. depois, vem a nossa classificação, a maneira diversificada como a vemos. enfim, agora darei uma lida no outro texto |
Bxmice « Censeur » 1514602080000
| 1 | ||
aceita q tu é positivista |
Nickporto « Citoyen » 1514602080000
| 1 | ||
e ah, só pra deixar claro que a questão de separação entre entes, grupos, indivíduos e quantidades muito provavelmente sejam também conceitos humanos, logo esse não pode ser um argumento utilizado contra o que eu disse. como eu disse acima: a matemática é uma maneira humana de olhar para a matemática absoluta universal (nesse caso, algo que eu tenho certeza que ninguém sabe absolutamente nada sobre). então, enquanto não temos noção disso, a única coisa que podemos deixar nesse caso é a existência de "entes" fora da realidade absoluta e eu mesmo havia dito acima: uma maneira de pensar mais fácil sob a realidade absoluta é pensar que somos todos "um só". na verdade, não somos "um". somos, e apenas somos. o universo é parte dele mesmo, como um ente inteiro. como uma "quantidade inteira", mesmo que não tratado como um. a maneira como eu, você e outros humanos olhamos diante dele, dividindo-o, já é parte de um processo humano. mas antes disso, somos todos um só. ou apenas somos. e estamos no processo de existência da realidade absoluta desse universo. |
Bolodefchoco « Sénateur » 1514602200000
| 1 | ||
Pessoal, este é um tópico sobre Albert Einstein, Relatividade e suas implicações na ciência moderna. É uma discussão sadia, mas acho que está saindo do tema do tópico. Sugiro criar um tópico sobre positivismo ou whatever hehe |
Nickporto « Citoyen » 1514602980000
| 1 | ||
Bxmice a dit : eu sou bxista na verdade U92nebula a dit : compreendo o argumento do texto. ele tá, acima de tudo, trazendo a ciência pro lado humano como qualquer outra coisa, quando outros tratam-na como uma metodologia além do humano, como uma verdade absoluta, sendo que o próprio termo já é de um conceito humano paradoxal. e ele também aponta as falhas históricas e culturais presentes na ciência, que nem tudo é mágico e é bonitinho porque é ciência. ele diz que a ciência é como qualquer outra coisa corrupta tocada pelos dedos humanos: cheio de falhas, cheio de interesses, cheio de porcaria e burocracia. talvez eu prefira mais esse texto do que o outro que cê mandou. esse consegue apontar os erros que mal sequer precisam começar pra mostrar que é possível de se questionar a ciência. entretanto, eu vejo que, junto dos pontos da minha discussão, a ciência, apesar de toda a burocracia e toda a corrupção, ainda se resultaria sempre no mesmo sentido final: a tentativa mais fácil de explicar o universo não-humano através de uma maneira humana. paradoxal também, eu sei. paradoxal é a mente humana. são os nossos conceitos. são tudo. paradoxal é a palavra paradoxal. mas eu não acho que a ciência seja passível de questionamento. não dentro de seu próprio método. somente o seu método em si. |