[Aventura] Confissões de um Vira-Lata |
Amstream « Citoyen » 1403129640000
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Você sabia que um cachorro pode sentir mais gratidão do que gente? Ainda que seja apenas um vira-lata sem nome e sem dono, cachorro ganha de quase todos em compreensão e solidariedade. Veja o que aconteceu com este, que, salvo da carrocinha, fez o possível e o impossível a fim de que compreendessem que ele compreendia. Essa é a sinopse do livro 'Confissões de um Vira-Lata', de Orígenes Lessa. O livro fala de um cachorro vira-lata, sem nome e sem dono. A Cada dia postarei um capítulo (cada capítulo tem 2 páginas) dos 31 capítulos do livro. Resolvi fazê-la na fanarts, pois, não sei se as regras editaram (eu tenho preguiça demais pra ir lá conferir) planejo fazer ilustrações da história c: Uma Raça Ofendida - Capítulo 1 - Cachorro! Cachorro ordinário! - Seu cachorro! Eu não conheço insulto maior Não aos homens, aos cães Porque os homens, nas suas rivalidades de luta, em suas brigas constantes (raça muito dividida...), sempre escolhem os piores, entre eles, para chamar de cachorro... é curioso. Por uma razão que eu desconheço, os homens sempre se comparam aos bichos. Ás vezes, tomando o nome deles. Tenho conhecido pessoas sem conta que buscam, entre os animais, o sobrenome. São inúmeros os Pintos, os Leões, os Lobos, os Coelhos, os Gatos, os Carneiros, os Raposos. Nunca entendi muito essa mania, tão comum na humanidade. Que alguém se chame de Lobo ou Leão, eu ainda compreendo. É vontade de se fazer passar por valente ou temível. Mas que outros se chamem de Pintos ou Coelhos (e eu soube de uma família Pinto Coelho), não me entra na cuca. Esbarrei uma vez com um menino lourinho. A família dele se chamava Formiga. Gente, com certeza, que pretendia ter a constância, a operosidade, a teimosia desse bichinho danado. Conheci um cara que se assinava Luis Bezerra. Por que Bezerra e não Bezerro, nunca percebi. Contradições do bicho homem... De qualquer maneira, sobrenome de bicho é sempre uma homenagem que o homem presta ao seus irmãos irracionais (é muita pretensão...), o reconhecimento da superioridade do mundo animal. Nunca, porém, soube da existência de um Antônio Cão ou de um João Cachorro. Há sujeitos de sobrenome Gato, por exemplo, o único bicho que detesto por ser egoísta e preguiçoso. Coelho, sobrenome tão frequente, é um bicho que não faz orgulho a ninguém. Tudo isso ficará, para mim,um mistério inexplicável. Se existe a família Carneiro (e eu conheci um sujeito de nome engraçado: Caneiro Leão) e existe uma família que não se ofenda de chamar-se Barata (eu acho que todo animal merece respeito, não tenho preconceito de raça) e há gente de nome Pulga e, se facilitarem, Percevejo, não vejo razão pra ser usado apenas como insulto o nosso nome, logo o nosso, quando muitos proclamam ser o cão o melhor amigo do homem... Pode ser que haja algum caso, por mim desconhecido, de alguém de sobrenome Cão. A ele, o meu latido mais cordial. Há de ser caso raríssimo. Cachorro e burro são dois animais injustiçados. Burro é ofensa também. (Aqui entre nós, eu justifico: Conheci alguns Burros entre certos homens da minha carreira.) Entre esses homens, sou comumente conhecido como vira-lata. Mal sabem eles que, para um cachorro chamar "sem-dono" é o maior dos elogios, para o homem seria também... Vira-lata sou, com orgulho o digo. E adoro os meus irmãos, com ou sem dono. Tenho aguentado muita injustiça pessoal, sem reagir. Eu vou aguentar ainda, com certeza. Mas á minha raça, na minha frente, não tolero ofensa. A Insconciente Homenagem - Capítulo 2 Essa mania de chamar de cachorro ao que há de pior no mundo humano foi sempre, para mim, um osso no gogó. Há cães que não ligam. Uns dão o maior desprezo. Ouvem com indirefença o baixo insulto. Outros, infelizmente "comprados" pelo íntimo convívio com os homens, preferem não reagir. Fazem-se de desentendidos. Acham mais negócio manter boas relações com exemplares dessa raça, que lhes asseguram restos de comida e outras consessões que nos aviltam. Por esses, tenho quase nojo. Mereciam ser xingados de "homens". Mas não vou tão longe. Eu compreendo as fraquezas caninas. A luta pelo osso não é sopa... Comigo, porém, não se brinca! Que não se use o sobrenome de Cachorro ou de Cão, pouco me importa. O problema é do homem. Mas que nos usem o nome para qualificar o que há de pior entre os homens, isso eu já disse: não suporto. Estou me lembrando agora de uma vez que perdi a calma, eu, que sou um cachorro, em geral, de boa paz. Não faço questão de ser enxotado quando revolvo uma lata de lixo. Não saio mordendo se me perturbam nos exercícios de funções fisiológicas a que os homens não fogem. Mas dessa vez eu mandei brasa! Dois homens brigavam. Gosto de assistir briga. Entre os humanos. É prova do subdesenvolvimento da espécie. Raramente, nessas ocasiões, eles partem para o murro na cara, para a briga leal. Ficam no terreno da provocação e do insulto, num linguajar que eu não vou reproduzir de jeito nenhum, sou cão de respeito. - Bandido! - Miserável! - Ordinário! - Sem-vergonha! Acho que qualquer um dos dois merecia muito mais. Um deles, pouco antes, me dera um pontapé. Outro me atrapalhara junto ao meu poste preferido. insultavam-se á grande... - Você é o maior ladrão do mundo! - Ladrão é você, seu pilantra! Eu me divertia, a distância, ouvindo o que pensavam um do outro, dois sujeitos até pouco antes tão amigos. Só me sentia vagamente envergonhado de ter de ganhar a vida numa rua tão mal frequentada... É certo que ouvi muito mais. Os dois pareciam enfurecidos, tomados de ódio mortal. Mas ainda estavam no vago terreno das palavras que eu não vou repetir... De qualquer modo, era chocante. Cachorro que latisse a metade daquilo era um cachorro liquidado. De repente, um deles bradou: - Quer saber de uma coisa? O que você é, seu canalha, é um grande cachorro! Um cachorro! Eu já não gostei. Mas o que me fez perder a coleira (maneira de dizer, coleira eu nunca tive), foi ver que o patife que tinha reagido apenas nos terrenos das palavras aos maiores insultos (desses de envolver a família...) dessa vez virou fera. Avançou contra o outro ("cachorro é você"), de faca em punho... Não chegou ás vias de fato, como dizem os homens, porque eu comprei a briga. Avancei contra os dois. Mordia um, mordia outro. Arrancava pedaços de carne e da calça. Pus a correr os patifes. E ainda alcancei o ofendido (na minha opnião o meu maior ofensor) e, de um golpe só, arranquei metade da barriga da perna. Que eu não comi, claro. Tive nojo... O pessoal ficou sem entender aquele ataque intempestivo. A turma do "deixa disso" morria de rir com o final imprevisto da briga. Mas eu estava de alma lavada. Um quilo de filé mignon (sonho de toda uma vida) não me daria alegria maior. A Inveja dos Nomes - Capítulo 3 Parte 1/3 Vira-lata sou. Cão sem dono. Esta condição de cão sem dono foi um dos complexos da minha vida longo tempo. Sem dono e sem nome. Filho de pai desconhecido (só os colegas de coleira, arrumadinhos e até perfumados, cachorros de enfeites, tem pai registrado) cresci ao acaso das ruas. Não me lembro muito da primeira infância. Pela contagem dos homens devo ter doze ou quatorze anos, sou quase um velho. Pelo menso foi isso o que ouvi, não faz muito, de dois caras que me observavam com ar de entendidos. Um deles dizia: - Esse bicho é velho pra cachorro! Olhei com desprezo os dois infelizes. Idade não se mede pelo tempo vivido (eu sei que foi muito), mas pelo desgaste deixado. Eu sou o mesmo que era a não sei quanto tempo. A mesma disposição, a mesma alegria, a mesma coragem pela comida difícil, a mesma rapidez no revolver uma lata do que eles chamam lixo (eles desperdiçam demais, felizmente), a mesma satisfação em encontrar um colega eventual, para perpetuar a raça. Tenho a mesma ligeireza no fugir ao fantasma das carrocinhas que tem levado tantos dos nossos irmãos para destinos incertos. A mesma capacidade de evitar os colegas atacados pela raiva que eu tão cedo aprendi, nos dias longínquos da inexperiência, quando ainda me agoniava por não tem nome sem dono. Dernière modification le 1403362140000 |
Dolgls « Citoyen » 1403130420000
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NENHUM CAPITULO ? AVA N ME DIGA. Qnd se cria uma fanfic , antes de tudo ja precisa pensar no titulo e capitulo. |
Amstream « Citoyen » 1403130600000
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Dolgls a dit : eu estou reescrevendo um livro de papel, que tá na real no momento to fazendo a art q enfeita o tpc e-e |
Vikavilewell « Citoyen » 1403131020000
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Regra 2) Ao criar o seu tópico, tenha em mente que é necessária a presença de 3 obras. No caso de Fanfics, o prólogo ou o primeiro capítulo completo basta. mas vou acompanhar qnd vc postar :3 acho q vai ser boa |
Amstream « Citoyen » 1403131200000
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Vikavilewell a dit : Uma Raça Ofendida - Capítulo 1 - Cachorro! Cachorro ordinário! - Seu cachorro! Eu não conheço insulto maior Não aos homens, aos cães Porque os homens, nas suas rivalidades de luta, em suas brigas constantes (raça muito dividida...), sempre escolhem os piores, entre eles, para chamar de cachorro... é curioso. Por uma razão que eu desconheço, os homens sempre se comparam aos bichos. Ás vezes, tomando o nome deles. Tenho conhecido pessoas sem conta que buscam, entre os animais, o sobrenome. São inúmeros os Pintos, os Leões, os Lobos, os Coelhos, os Gatos, os Carneiros, os Raposos. Nunca entendi muito essa mania, tão comum na humanidade. Que alguém se chame de Lobo ou Leão, eu ainda compreendo. É vontade de se fazer passar por valente ou temível. Mas que outros se chamem de Pintos ou Coelhos (e eu soube de uma família Pinto Coelho), não me entra na cuca. Esbarrei uma vez com um menino lourinho. A família dele se chamava Formiga. Gente, com certeza, que pretendia ter a constância, a operosidade, a teimosia desse bichinho danado. Conheci um cara que se assinava Luis Bezerra. Por que Bezerra e não Bezerro, nunca percebi. Contradições do bicho homem... De qualquer maneira, sobrenome de bicho é sempre uma homenagem que o homem presta ao seus irmãos irracionais (é muita pretensão...), o reconhecimento da superioridade do mundo animal. Nunca, porém, soube da existência de um Antônio Cão ou de um João Cachorro. Há sujeitos de sobrenome Gato, por exemplo, o único bicho que detesto por ser egoísta e preguiçoso. Coelho, sobrenome tão frequente, é um bicho que não faz orgulho a ninguém. Tudo isso ficará, para mim,um mistério inexplicável. Se existe a família Carneiro (e eu conheci um sujeito de nome engraçado: Caneiro Leão) e existe uma família que não se ofenda de chamar-se Barata (eu acho que todo animal merece respeito, não tenho preconceito de raça) e há gente de nome Pulga e, se facilitarem, Percevejo, não vejo razão pra ser usado apenas como insulto o nosso nome, logo o nosso, quando muitos proclamam ser o cão o melhor amigo do homem... Pode ser que haja algum caso, por mim desconhecido, de alguém de sobrenome Cão. A ele, o meu latido mais cordial. Há de ser caso raríssimo. Cachorro e burro são dois animais injustiçados. Burro é ofensa também. (Aqui entre nós, eu justifico: Conheci alguns Burros entre certos homens da minha carreira.) Entre esses homens, sou comumente conhecido como vira-lata. Mal sabem eles que, para um cachorro chamar "sem-dono" é o maior dos elogios, para o homem seria também... Vira-lata sou, com orgulho o digo. E adoro os meus irmãos, com ou sem dono. Tenho aguentado muita injustiça pessoal, sem reagir. Eu vou aguentar ainda, com certeza. Mas á minha raça, na minha frente, não tolero ofensa. Dernière modification le 1403131800000 |
Saahlevy « Citoyen » 1403224740000
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Ótima fanfic ^^ |
Lulusmoothie « Citoyen » 1403227620000
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Que tem, haver com TFM? |
Amstream « Citoyen » 1403227800000
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Lulusmoothie a dit : nessa mesma página tinha uma fanfic sobre adolescentes em um orfanato http://atelier801.com/topic?f=6&t=771985 |
Amstream « Citoyen » 1403228280000
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A Insconciente Homenagem - Capítulo 2 Essa mania de chamar de cachorro ao que há de pior no mundo humano foi sempre, para mim, um osso no gogó. Há cães que não ligam. Uns dão o maior desprezo. Ouvem com indirefença o baixo insulto. Outros, infelizmente "comprados" pelo íntimo convívio com os homens, preferem não reagir. Fazem-se de desentendidos. Acham mais negócio manter boas relações com exemplares dessa raça, que lhes asseguram restos de comida e outras consessões que nos aviltam. Por esses, tenho quase nojo. Mereciam ser xingados de "homens". Mas não vou tão longe. Eu compreendo as fraquezas caninas. A luta pelo osso não é sopa... Comigo, porém, não se brinca! Que não se use o sobrenome de Cachorro ou de Cão, pouco me importa. O problema é do homem. Mas que nos usem o nome para qualificar o que há de pior entre os homens, isso eu já disse: não suporto. Estou me lembrando agora de uma vez que perdi a calma, eu, que sou um cachorro, em geral, de boa paz. Não faço questão de ser enxotado quando revolvo uma lata de lixo. Não saio mordendo se me perturbam nos exercícios de funções fisiológicas a que os homens não fogem. Mas dessa vez eu mandei brasa! Dois homens brigavam. Gosto de assistir briga. Entre os humanos. É prova do subdesenvolvimento da espécie. Raramente, nessas ocasiões, eles partem para o murro na cara, para a briga leal. Ficam no terreno da provocação e do insulto, num linguajar que eu não vou reproduzir de jeito nenhum, sou cão de respeito. - Bandido! - Miserável! - Ordinário! - Sem-vergonha! Acho que qualquer um dos dois merecia muito mais. Um deles, pouco antes, me dera um pontapé. Outro me atrapalhara junto ao meu poste preferido. insultavam-se á grande... - Você é o maior ladrão do mundo! - Ladrão é você, seu pilantra! Eu me divertia, a distância, ouvindo o que pensavam um do outro, dois sujeitos até pouco antes tão amigos. Só me sentia vagamente envergonhado de ter de ganhar a vida numa rua tão mal frequentada... É certo que ouvi muito mais. Os dois pareciam enfurecidos, tomados de ódio mortal. Mas ainda estavam no vago terreno das palavras que eu não vou repetir... De qualquer modo, era chocante. Cachorro que latisse a metade daquilo era um cachorro liquidado. De repente, um deles bradou: - Quer saber de uma coisa? O que você é, seu canalha, é um grande cachorro! Um cachorro! Eu já não gostei. Mas o que me fez perder a coleira (maneira de dizer, coleira eu nunca tive), foi ver que o patife que tinha reagido apenas nos terrenos das palavras aos maiores insultos (desses de envolver a família...) dessa vez virou fera. Avançou contra o outro ("cachorro é você"), de faca em punho... Não chegou ás vias de fato, como dizem os homens, porque eu comprei a briga. Avancei contra os dois. Mordia um, mordia outro. Arrancava pedaços de carne e da calça. Pus a correr os patifes. E ainda alcancei o ofendido (na minha opnião o meu maior ofensor) e, de um golpe só, arranquei metade da barriga da perna. Que eu não comi, claro. Tive nojo... O pessoal ficou sem entender aquele ataque intempestivo. A turma do "deixa disso" morria de rir com o final imprevisto da briga. Mas eu estava de alma lavada. Um quilo de filé mignon (sonho de toda uma vida) não me daria alegria maior. Dernière modification le 1403291700000 |
Ilhaqjo « Citoyen » 1403361360000
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Gostei da fanfic :P |
Amstream « Citoyen » 1403369100000
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ilhaqjo a dit : vlw ^^ A Inveja dos Nomes - Capítulo 3 Parte 2/3 Vira-lata sou. Cão sem dono. Esta condição de cão sem dono foi um dos complexos da minha vida longo tempo. Sem dono e sem nome. Filho de pai desconhecido (só os colegas de coleira, arrumadinhos e até perfumados, cachorros de enfeites, tem pai registrado) cresci ao acaso das ruas. Não me lembro muito da primeira infância. Pela contagem dos homens devo ter doze ou quatorze anos, sou quase um velho. Pelo menso foi isso o que ouvi, não faz muito, de dois caras que me observavam com ar de entendidos. Um deles dizia: - Esse bicho é velho pra cachorro! Olhei com desprezo os dois infelizes. Idade não se mede pelo tempo vivido (eu sei que foi muito), mas pelo desgaste deixado. Eu sou o mesmo que era a não sei quanto tempo. A mesma disposição, a mesma alegria, a mesma coragem pela comida difícil, a mesma rapidez no revolver uma lata do que eles chamam lixo (eles desperdiçam demais, felizmente), a mesma satisfação em encontrar um colega eventual, para perpetuar a raça. Tenho a mesma ligeireza no fugir ao fantasma das carrocinhas que tem levado tantos dos nossos irmãos para destinos incertos. A mesma capacidade de evitar os colegas atacados pela raiva que eu tão cedo aprendi, nos dias longínquos da inexperiência, quando ainda me agoniava por não tem nome sem dono. Mas eu sofri muito, nos primeiros tempos, confesso. Casa não tinha. era quase sempre enxotado dos lugares onde me escondia. Os outros moravam em casa de gente (eu descobri depois que a casa era um caixote no quintal ou um buraco embaixo do tanque de lavar roupa e não um quarto especial, como diziam). E tinha esta coisa que me causava a maior inveja:eram "chamados"... - Leão! (Nome de bicho e de gente, como atrás falei.) - Lobo! (Um cachorro como os homens de igual sobrenome. Tinha nada de lobo...) - Valente! (Foi o cachorro mais covarde que eu conheci...) - Bob! (Nome de homem que para mim não honra cachorro nenhum.) - Bolinha! (Foi a cadela mais metida a gente da minha carreira.) - Peri! (Conheci vários. Um acabou louco.) - Jaqueline! (Quase tive um infarte quando foi atropelada.) - Tupi! (Nome de uma estação de TV.) - Princesa! (Dei-lhe uma ninhada de seis ceguinhos. Todos nós nascemos cegos, com a pressa de vir ao mundo.) - Veludo! (Morreu de sarna, o infeliz.) - Lorde! (Mania de botar nome estrangeiro...) - Sirigaita! (Não era um nome, era um retrato.) - Samanta! (Fugiu com um vira-lata.) - Tupã! (A carrocinha levou.) - Mimosa! (Caminhão...) - Javali! (Não valia nada...) - Chicão! (Pertencia a um garoto de nome Chiquinho. Pra diferençar, com certeza.) Dernière modification le 1403462940000 |
Ilhaqjo « Citoyen » 1403377740000
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Acho que tou viciado nessa fanfic :O Mt boa |
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Mt boa a fanfic :D |
Amstream « Citoyen » 1403384100000
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Luanpow a dit : vlw ^^ |
Amstream « Citoyen » 1403462940000
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A Inveja dos Nomes - Capítulo 3 Parte 2/3 Vira-lata sou. Cão sem dono. Esta condição de cão sem dono foi um dos complexos da minha vida longo tempo. Sem dono e sem nome. Filho de pai desconhecido (só os colegas de coleira, arrumadinhos e até perfumados, cachorros de enfeites, tem pai registrado) cresci ao acaso das ruas. Não me lembro muito da primeira infância. Pela contagem dos homens devo ter doze ou quatorze anos, sou quase um velho. Pelo menso foi isso o que ouvi, não faz muito, de dois caras que me observavam com ar de entendidos. Um deles dizia: - Esse bicho é velho pra cachorro! Olhei com desprezo os dois infelizes. Idade não se mede pelo tempo vivido (eu sei que foi muito), mas pelo desgaste deixado. Eu sou o mesmo que era a não sei quanto tempo. A mesma disposição, a mesma alegria, a mesma coragem pela comida difícil, a mesma rapidez no revolver uma lata do que eles chamam lixo (eles desperdiçam demais, felizmente), a mesma satisfação em encontrar um colega eventual, para perpetuar a raça. Tenho a mesma ligeireza no fugir ao fantasma das carrocinhas que tem levado tantos dos nossos irmãos para destinos incertos. A mesma capacidade de evitar os colegas atacados pela raiva que eu tão cedo aprendi, nos dias longínquos da inexperiência, quando ainda me agoniava por não tem nome sem dono. Mas eu sofri muito, nos primeiros tempos, confesso. Casa não tinha. era quase sempre enxotado dos lugares onde me escondia. Os outros moravam em casa de gente (eu descobri depois que a casa era um caixote no quintal ou um buraco embaixo do tanque de lavar roupa e não um quarto especial, como diziam). E tinha esta coisa que me causava a maior inveja:eram "chamados"... - Leão! (Nome de bicho e de gente, como atrás falei.) - Lobo! (Um cachorro como os homens de igual sobrenome. Tinha nada de lobo...) - Valente! (Foi o cachorro mais covarde que eu conheci...) - Bob! (Nome de homem que para mim não honra cachorro nenhum.) - Bolinha! (Foi a cadela mais metida a gente da minha carreira.) - Peri! (Conheci vários. Um acabou louco.) - Jaqueline! (Quase tive um infarte quando foi atropelada.) - Tupi! (Nome de uma estação de TV.) - Princesa! (Dei-lhe uma ninhada de seis ceguinhos. Todos nós nascemos cegos, com a pressa de vir ao mundo.) - Veludo! (Morreu de sarna, o infeliz.) - Lorde! (Mania de botar nome estrangeiro...) - Sirigaita! (Não era um nome, era um retrato.) - Samanta! (Fugiu com um vira-lata.) - Tupã! (A carrocinha levou.) - Mimosa! (Caminhão...) - Javali! (Não valia nada...) - Chicão! (Pertencia a um garoto de nome Chiquinho. Pra diferençar, com certeza.) é a parte 2. Eu já editei o post de cima, mas acabei de escrever '-' |
Haimys « Citoyen » 1403465100000
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Não elogiem ela/ele pela "fanfic" Por que ele(a) mesmo avisou que está retirando os capítulos de um livro que já existe. |
Amstream « Citoyen » 1403476140000
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haimys a dit : sim, mas quando eles elogiam o livro me elogiam pela recomendação junto ^^ |
Martinmuller « Citoyen » 1403480100000
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Amstream a dit : o.O O que minha fanfic está fazendo aí? |
Amstream « Citoyen » 1403532300000
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Martinmuller a dit : a Luh disse que não tinha nada a ver com o mice, e eu mostrei a sua que tbm n tinha nada a ver |