[Fanfic] Reine Folle |
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Não questionarás. —A rainha é louca. A rainha é minha própria família. Eu não sei como lidar com isso. Por que ela é assim? Ela inveja uma irmã que diz nunca ter conhecido. "Talvez seja por que ela não está aqui, Froid". Ela odeia tanto esse lugar... ela odeia tudo? Odeia até si mesma. E, principalmente, ME odeia. Eu não consigo entender, ninguém consegue... Torefon é um reino do sul, das terras gélidas de Qrimoss. É a região mais quente do local, ainda assim. E lá, havia dois reis e sua filha. Uma moça cinzenta, que posteriormente se iluminaria. Mas por pouco tempo. A escuridão continua a corroê-la mesmo despejando-a. Onde? Em quem mais? A rainha é uma mulher perturbada. Seu corpo é manchado. De sangue e marcas. Daquelas tais malditas garras que deslizavam sutilmente. Fleur sempre estava calma. Ela também era sútil. Observava sutilmente? Não. Ela nunca teve medo, sempre com a coragem. Mas para onde havia ido quando sua irmã mais precisava? Cerisier é uma princesa, e sua irmã é uma vierlle. Ou era. Ivoire é sua irmã mais nova, ela deveria ser a vierlle. Mas opondo-se as regras escritas por sua mãe, ela se auto intitula rainha. Ivoire é paranoica, sofreu nas mãos da mãe e de um homem que julgava como a sua luz. Mas nem a luz vai tão fundo na escuridão, principalmente desta rainha. Sua mãe era tão feliz e apaixonada — "Com certeza" — Cerisier sempre confirmava. Mas como a rainha esquecida era uma luz para Cerisier e trevas para Ivoire? — "A mãe não era assim. Acho que é uma fase, passa." — Assim dizia ela. Assim dizia Le Bleu sobre aquele andarilho que iluminou a vida da "mamãe". "Mamãe era mesmo assim? Ela só sabe gritar comigo", dizia assustada. "Um dia ela vai estar bem feliz e você poderá ver o quanto ela era, ou poderá ser!". A pequenina balançava a cabeça. "Eu acho que não..." Sinopse A história conta sobre uma rainha ferida por suas mágoas do passado. Uma rainha que se odeia, com o ódio a seu próprio gênero implantado nas veias."Mulheres são apenas uma costela. O homem nunca se deixaria levar no dialeto de uma cobra rugosa. Mas sim, de um demônio tão poderoso e maldito como uma mulher." Froid nunca entendeu o pensamento de sua mãe. Nunca achou que uma mãe e irmã tão boa quanto diziam, poderiam fazer com que uma garota fosse tão triste. Ivoire era pálida e magricela, tinha os cabelos castanhos e lisos, a sua boca era sem cor, meio arroxeada, e seus olhos eram como jade. Froid era bem diferente da mãe, em todos os aspectos, e um dos principais era sua curiosidade. Ela sempre buscava a resposta, o porquê de sua mãe ser tão magoada. Era difícil para Froid conviver bem, pois sua mãe era realmente maluca. Viviam num regime totalitarista, onde todo o poder estava nas mãos da rainha. Mas não pense que a filha tinha vantagens por pertencer a família desta rainha, pelo contrário. Sua própria mãe nutria um ódio incomensurável pela própria filha. De certa forma ela já tinha se acostumado com isso. E via o povo do reinado sofrer cada vez mais, enquanto aqueles olhos esverdeados e secos corriam de um lado para o outro, num sorriso prazeroso e assustador. Froid ainda não se acostumou a isso. Eu não pretendo fazer muuuitos capítulos pra essa fic, portanto não reservarei post. Se vier a ocorrer o limite de palavras, coloco o link para leitura num site externo. Faz um tempo que eu não escrevo uma fanfic, então pode ficar meio confuso. Então sempre me ajudem dizendo onde eu posso melhorar! :D Capítulos
1 Dur Saltou da cama rapidamente. As cobertas leves esvoaçaram ao pulo ligeiro da garota. Enquanto ainda flutuavam, rapidamente foram puxadas para as mãos da loira. Ela as dobrou com pressa e arrumou sua cama. Despiu-se e pegou um vestido no armário, dirigindo-se ao banheiro. Meteu-se na banheira com água fria, que arrepiou sua pele, mas já não se importava com aquilo pois tinha se acostumado. Lavou seu corpo passando uma pedra cremosa na pele, como era o nome daquilo? Sebete? Achava que sim, mas agora não tinha tempo para pensar nisso. Secou-se e pôs o vestido num instante. Ia novamente para o quarto terminar de se arrumar, quando congelou no meio dele, sem expressão. Seus olhos cor de cobalto fixaram numa mulher na porta. Não sabia quem era pois estava sem os óculos na cara, mas já imaginava. — Neige, a sua mãe saiu mais cedo hoje. Froid suspirou de alívio ao ver que a voz pertencia a Le Vert, sua prima que considerava tia. Ela ainda tinha uns 30 anos, mas mesmo assim possuía uma aparência cansada devido a suas tarefas pesadas no palácio, fazendo com que ela aparentasse ser mais velha. Trajava um vestido liso e escuro. — Quer me ajudar a fazer o almoço depois? A garota deu um pulinho de alegria, no qual a tia já identificara a resposta por meio daquele gesto. Froid era alguém de poucas palavras geralmente. Falava como uma matraca quando menor, mas acabou por provar um gosto amargo disso. Isso sempre vinha a tona, pelo menos uma vez na semana, odiava lembrar daquele momento. Chacoalhou a cabeça tentando-se esquecer, e sorriu para Le Vert. — Eu só vou terminar de me arrumar. Podemos fazer mais cedo até! — disse com o semblante radiante. Le Vert puxou os lábios como fazia. — Ah! — enfiou as mãos nos bolsos, procurando freneticamente algo dentro deles. — O que foi tia? — Eu deixei uma coisa no meu bolso para te dar, mas não está aqui... - repousou a cabeça sobre sua mão esquerda. — Não tem problema tia. Vá separando os ingredientes. — sorriu. A morena sorriu de volta, e puxou a porta. Froid soltou o ar. Todos os dias, o quarto deveria estar completamente arrumado. Mas vez ou outra aparecia algum defeito num móvel, ou um risco no tapete, ou até mesmo um fio de cabelo na cama, e a garota pagava por isso. De sua própria mãe. Froid começou a verificar o quarto inteiro. Abriu seu armário, mexeu numa das gavetas e sentiu algo no fundo desta. Algum tipo de alça. Tentou puxa-la, mas as roupas presentes no espaço a atrapalhavam, e ela não tinha força o suficiente para puxar com facilidade. De qualquer modo, deveria ser algo da estrutura do armário, deixou para lá. Continuou a arrumar seu quarto. Ela ajoelhou para ver algo de baixo da cama, botando as mãos em baixo. Sentiu algo peludo, e puxou. Ficou horrorizada ao ver que era a pele de Melun, seu gatinho que havia desaparecido a dias. Estava sem reação, mas ainda assim sentiu seus olhos incharem. Melun era o bichinho que Froid ganhou aos 7 anos. Ele era de uma raça resistente e que durava no mínimo 14 anos. Porém, o animal acabou por viver nem metade disso. A garota fechou o punho no tapete. Sabia exatamente que tinha feito isso. Agora sim tinha certeza de quem estava na porta. Olhou em direção a mesma. Ainda estava sem os óculos, mas sabia quem era. E conseguia ver os lábios se puxando num sorriso sádico. — Bom dia, Neige. — Não me chame ass-- — Você é minha filha, eu posso chamar você do que quiser. — disse com a voz rouca. Froid apenas se levantou. Com essa frase, já havia desacatado demais a rainha, de acordo com as leis. A Constituição de Rose Alame, uma das razões daquela vida sufocante. Olhou diretamente para a mulher, como mandava a constituição. Mantinha a expressão séria, como mandavam as leis. E deixou com que um puxão de cabelo forte a fizesse cair de cara no chão de madeira, como mandava a mãe. A garota sentiu uma dor intensa no nariz, mas tinha de ignorar, como sempre. Já tinha se acostumado. Levantou e olhou na direção de Ivoire. A mesma passou o dedo sobre uma das narinas da filha, que estavam sangrando. Olhou para o chão que se manchou com algumas gotas. Puxou os lábios numa expressão de fúria. Derrubou a filha num tapa intenso, que marcou sua pele parda. Mas ela devia se levantar novamente, e olhar para a rainha, diretamente. — O que é isso no chão? — Uma mancha de sangue. — Olhe para o chão, não há de você saber sem olhar. Olhou. A mulher aproveitou que a garota estava com a cabeça baixa, e desceu outro tapa que a derrubou. Doía, mas Froid já tinha se acostumado com aquilo. Com tudo. Ela apenas levantou novamente, como sempre. Segurava as lágrimas. Já esperava outra agressão quando a rainha se virou para ver Le Vert olhando-a diretamente da porta. — Você me enoja. — a rainha cuspiu em Froid e saiu do quarto. Le Vert se ajoelhou perto da garota. Agora, sem a presença daquela mesma, deixava as lágrimas rolarem sobre seu rosto vermelho. — Isso vai mudar algum dia, Neige. Você vai fazer esse reino mudar, não vai? — ... Eu não s-sei... - disse soluçando, com voz chorosa. A mulher passou a mão pelos cabelos claros de Froid, e sussurrou palavras: — Não se preocupe, eu achei a chave. Froid levantou a cabeça olhando em direção de Le Vert, com expressão de surpresa. 2 Coupe Froid andava cabisbaixa pelos corredores cinzentos do palácio. As longas cortinas escuras, com cor de sangue, balançavam levemente com a brisa. Os cabelos úmidos e dourados da garota esvoaçavam, os fios dançavam com o vento gélido. Gélido. Era esse o significado de seu nome. Froid Flocon "de Neige". O que era engraçado, porque mesmo com todas as provocações, com todas as "brincadeiras" sádicas da rainha, sua própria mãe, Neige era uma menina forte e destemida, que ignorava as marcas de dor e sempre seguia em frente com passos firmes. Mas aquelas malditas marcas ficavam mais frequentes e profundas a cada dia. A loira pensava longe. Como seria se seu pai estivesse aqui? Sabia que seu pai não era o rei, uma ação que quebraria as leis do Código de Vigor. Mas esta declaração já havia sido cancelada por Poivrée, a última rainha antes de sua filha, Ivoire, tomar o trono. Dizem que ela fez isso muito jovem, pois na época a rainha esquecida - como a chamam pelo fato de que abandonou o reino e é vaiada pela população por causar "a ruína" do povoado - abandonou o trono sem deixar nada. Dizem que apenas Le Bleu, conselheira da época e criadora dócil de Ivoire, sabia detalhes internos. É claro que foi por causa da notícia de que o rei — avô de Froid — que já havia saído do reino a 12 anos, tinha sido dado como morto. Proivée era perdidamente apaixonada por seu rei, o que a levou a veter o Código de Vigor e criar uma nova declaração de leis e direitos populacionais e do estado, a Constituição de Rose Alame. O erro fatal que a pobre e apaixonada Privée cometeu, foi o de não assinar esta declaração, e assim, não trancar. Portanto, caiu nas mãos da atual rainha, o que foi um verdadeiro pesadelo para todos. A geração de Privée, La Reine Nomade, foi uma das melhores. Com o abandonamento do Código de Vigor e criação/reformulação de leis, Privée estabeleceu vários direitos beneficentes e justos para a população do reino de Torefon. Os 8 anos em que o rei ficou na companhia de sua rainha, foram de paz e prosperidade para o reino. A taxa de pobreza chegou a diminuir em até 79% em 5 anos, o que provara o quanto o Código de Vigor poderia estar desatualizado. Na realidade, Privée pouco se importava com isso, só queria ficar com seu rei. O rei. De todos os reis, ele era o mais respeitado. As pessoas levacam em consideração as ações beneficentes no reino como autoria dele, o que na realidade era um fato. O rei era um tipo de divindade, por trazer tantas vantagens para Toferon. Até mesmo com o cancelamento da guarda nacional de ataque, a população o aplaudia. E ainda o aplaudiria, se não fosse a rainha atual. Aquela rainha maldita e neurótica botava toda a culpa de suas dores naquele homem O odiava amargamente, tanto até que mandava para a guilhotina quem mencionasse seu "maldito" nome. As pessoas então passaram a chama-lo daquele modo. Isso era um pouco do que Froid sabia sobre seu avô, pois nem o nome do mesmo era de seu conhecimento, tamanho o amargor de Ivoire com ele. Froid brincava. — "Ivoire tem mais amargor do rei do que a Reine Nomade tinha de sua saída do reino." Estava uma vez mais perdida com seus pensamentos quando, de repente, Froid desabou no chão. O tapete liso fizera com que ela deslizasse repentinamente. Soltou um grunhido de dor, e logo a sua frente, viu algo. Um pedaço branco e robusto. De papel. Estava coberto pelo tapete, rasgado naquele exato ponto. Froid puxou o papel, que revelara-se dobrado. O desfez e observou as escritas no papel. Le Vieille —Le Barbe Froid ficou horrorizada. "Quem era Le Barbe? Quem era Le Vieille?". Por mais que a carta não se tratava nada mais, nada menos do que algum atentado a rainha, não foi apenas iso que surpreendeu a garota. Ps: traga a garota para mim, na Pont des Temp. — "Le Vert está tentando matar a rainha... e roubar meu lugar de herdeira no trono?!" Froid apertava o papel, com mãos trêmulas e suadas. Deslizou as costas num dos pilares de mármore, desabando no chão do corredor longo e fracamente iluminado pelas janelas que davam para um dia cinzento e nublado. A garota olhava para o céu carregado. Apertava o punho. Foi virar o papel para confirmar sua teoria e acabou por cortar seu dedo nele. O sangue escorreu pelo papel. Froid percebeu, então, que revelara algo importante, uma escritura muito mais antiga do que a que estava em tinta fresca naquele papel. Ela saiu correndo em direção da porta ao fim do corredor, que dava para o grande salão que levava a outro corredor na outra porta, quando ouviu uma voz. — É proibido vandalizar o palácio! Froid olhou em direção da voz e viu um guarda. Percebeu que o papel havia voado de sua mão, e este papel havia causado um grande corte no tapete, por onde voara. Começou a sentir uma dor lacinante, e percebeu que esvaia sangue em sua mão. Nada podia fazer. Colocou-se ereta, com os dois braços para frente e as mãos abaixadas, "um sinal de fraqueza e rendição daqueles que são inferiores". Já não bastava aquilo, Ivoire surgiu da porta na qual Froid teria passado a algum momento. Observou toda a situação, e balançando a cabeça, disse serenamente. — Outra vez na catacumba. A garota caminhava cabisbaixa junto ao guarda, enquanto a rainha cuidadosamente recolhera o papel do chão, com uma expressão inexplicável que misturava ódio, satisfação e surpresa. 3 Rugueux O guarda jogou Froid de modo bruto contra as paredes frias e mal escupidas das catacumbas. Foi fechar o portão, porém a fitou por um tempo. Froid já estava acostumada a encarar os outros e não se sentia embaraçada com isso. O homem era barbado, os fios brancos mostravam que tinha 45 anos ou algo por volta disso. Olhou para um lado, depois para o outro. Grunhiu. — Hoje não tem petiscos particulares Titane. O homem arrastou a grade com toda a força e saiu em passos pesados. Froid olhou em direção da voz e avistou um corpo sentado. Estava escuro, mas podia ver que seus cabelos eram azuis, e tinha feições femininas. — Eu sou Marine. Não se assuste comigo, vossa princesa. Eu sou das antigas. Levantou-se, e fez uma reverência para a garota. — É muito gentil de sua part-- — Por favor vossa alteza, não profira estes dizeres. É uma honra estar em sua presença mesmo que seja num lugar fétido como tal este. Froid arregalou os olhos — Ehm... tudo bem... — disse um pouco sem graça. Enxergou, com dificuldade, Marine puxando um sorriso nos lábios. — É muita sorte que tenha vindo para uma cela com uma mulher. Os guardas daqui não perdoam. — cuspiu para o lado — eu já me acostumei mesmo sendo raramente comigo. As vezes eles conseguem, o que é horrível. — Conseguem o que? Marine a fitou. — Você tem quantos anos? — Eu vou fazer 12 daqui a 2 meses... — disse quase sussurrando. — Achei que fosse mais velha, bah. — retorceu os lábios. — Mas do que você estava falando? A mulher a observou bem. — Vamos dizer... é uma violação... ... — Uh!!? — Froid levou as mãos ao rosto, com uma expressão surpresa. — Perdão, princesa. "Ou é muito esperta ou muito lerda." — Finja que eu não sou a princesa, ok? Não me sinto confortável com isso. A mulher assentiu, e sentou-se de pernas cruzadas. Apoiou a mão direita num dos joelhos. — O seu braço está com um corte... — Na verdade, é uma cicatriz. Eu consegui ela quando ainda era guarda. — Mas... por quê você foi presa? — Neige... se assim posso chama-la; eu disse que era das antigas. Eu servia o governo de Proivée. Os guardas eram totalmente respeitosos para com a família real ou qualquer pessoa do reino. Mas digamos que eu era a mais "rebelde". Froid a encarava, interessada. — Quando Ivoire assumiu o trono, eu já sabia o inferno que estava por vir. Eu conhecia muto bem sua mãe pois vivia a espiona-la por segurança. E então fiz um pacto com ela. Tossiu. — Eu seria a serva leal da rainha, a defendendo com unhas e dentes e impedindo qualquer ameaça de meter-se em seu caminho. A rainha assentiu. Apesar de ter tantos problemas, eu sabia exatamente como lidar com ela, e conquistar sua total confiança. Isso foi um problema. — Por que? Se ela confiava em ti... — A confiança daquela rainha louca e tirana era um dos bens mais invejados por qualquer um do reino. Ivoire tinha uma tamanha intimidade e afinidade comigo que revelava seus mais obscuros planos e segredos sem receio. Eu não sai espalhando nenhum deles por aí. Mas havia alguém prestando muita atenção nisso... — Quem? Marine a fuzilou com o olhar. — Montagne, o guarda real atual. Vulgo Calcaire. Ou muito mais intimidamente, Le Barbe. Froid arregalou os olhos. — L-Le Barbe? — Sim. Montagne é neto de Pierre, um homem que um dia laçou o coração da rainha Cheval, mãe de Proivée. Porém, Cheval acabou por se cansar das intrigas desnecessárias do namorado, e terminou com ele. Isso deixou um grande rombo no rapaz e arranhões em Torefon e Sidqal, o reino a qual este príncipe pertencia. — Quer dizer que minha bisavó quase unificou dois reinos poderosos?! — Sim. Mas isso causaria vários problemas. O povo de Sidqal é muito arisco e diferente do de Toferon. Marine tirou uma folha de hortelã fresca do bolso e colocou-a na boca, mascando a mesma. — Pierre quase causou uma guerra devido ao término de seu relacionamento com Cheval, o que deixou os dois reinados numa rivalidade tensa. Sidalinos eram proibidos de ir a Toferon e vice-versa, o que deixou os dois povos bem revoltados, pois possuiam parentes nos outros reinos. Pierre passou a ser odiado, porém mantinha uma máscara serena de respeito e compreendimento para com todos. — Isso me parece familiar... — Até que ele assumiu o reino, e a máscara caiu. Amargurado, Pierre comandou Sidqal com mãos de ferro, num absolutismo não tão insano quanto o de sua mãe, porém muito mais sangrento. Pelo o que minha parceira Écarlate me contou — em cartas — do que ela tinha lido sobre, Pierre desde sempre preparava seu reino com armamentos e exércitos. — Então isso significa que... — Se Le Barbe conseguir derrubar o governo de Ivoire e voltar para Sidqal, Toferon irá sucumbir. Froid tremeu. — Há uma traidora no palácio... a conselheira... Le-- — Eu já sei quem é! — Froid falou com furor. Marine a encarou. Fez cara de pouco caso. — Mas sobre o que eu ia falar... Le Barbe criou toda uma estratégia para me atingir com uma fraude, no qual eu acabei por cair estupidamente como um gato a espiar um lago de peixes. A rainha se enfureceu e me mandou para cá. Ela ainda foi piedosa. — tossiu. — Mas o que ele fez? — É algo muito complexo e detalhado, eu não devo dizer agora princesa. — cuspiu a folha de hortelã — mas o que posso falar é que Le Barbe é inteligente e poderoso. Não é qualquer sidalino que consegue vir para Toferon calmamente e ainda mais se infiltrar no palácio, AINDA MAIS sendo alguém da família real de Sidqal. Froid ficou cabisbaixa. — Mais essa agora... — Você deve cuidar muito, princesa. Observe as pessoas atentamente, não confie em ninguém. Até eu mesma posso estar mentindo, se assim devo dizer. — assoviou. — Obrigada Marine... Froid levantou-se. A outra prisioneira deu um sorriso. Ouviram passos. Era outro guarda que vinha girando uma chave no dedo enquanto assoviava. Trazia consigo um prisioneiro. Abriu a cela e o colocou dentro. Fechou e foi embora assoviando. Froid e Marine olharam em direção do detento. Era grande e musculoso, da pele áspera. O mesmo soltou uma fraca risada. 4 Brut Marine coçou a cabeça. Froid deu uma tossida forçada e leve. O homem tirou um charuto do bolso. O aproximou de Marine, que riscou no chão de basalto um fósforo meio desbotado, mas que acendeu, e também acendeu o charuto. O homem apenas levou-o à boca, fumegou e soltou uma fumaça densa que fez Froid tossir naturalmente. E muito. — Hmm, a guria ai é bem enjoada, hein? - puxou a boca, soltando fumaça de lado. Froid apenas fuzilou o homem com um olhar cortante — He, tô só zoando. Não curto encher o saco dos outros... a menos que a pessoa mereça. Disse isso e brutalmente amassou o charuto aceso, jogando-o na cabeça de um dos guardas que passavam por ali. O mesmo enfureceu-se, porém ignorou e seguiu em frente quando percebeu quem lhe lançara o punhado de cinzas, tabaco e papel. Froid observou aquilo silenciosamente, com uma sobrancelha arqueada. Abriu a boca para falar mas foi cortada por Marine. — É a herdeira. O homem virou para olhar a jovem garota ali presente. Reparou que suas roupas eram de qualidade e sua fisionomia era melhor do que costumava ser as dos cidadãos de Torefon — não que aparentava ser totalmente saudável. Limpou a garganta e estendeu a mão à loira. — É um prazer, princesa. A menina hesitou um pouco com aquela saudação, não via com bons olhos aquele homem grande, sujo e mal trajado. Mas como havia sido educada por Le Vert, aceitou o aperto de mão - que foi leve para algum homem de tal porte e aparência, mas incomodante devido à sua pele áspera. — Perdoe-me por ter sido rude com vossa majestade - ajoelhou-se. Froid ficou com uma expressão de surpresa, piscado repetidamente. Marine balançou a cabeça levemente. — Sem exageros, Noyer. Ela levantou-se, arrumando a roupa. Balançou os longos cabelos azuis e esfregou os olhos. — Você resolveu os negócios a tempo? — Não deu. Me pegaram quando eu tava quase lá. A mulher levou a mão à face, cobrindo parte dela. Suspirou profundamente. — Noyer... — É sério, a rainha tá cada vez mais esperta! Aquela velha é doida de pedra mas é ligeira, cê não sabe? — Sim, mas, que saco! Tinha tudo pra dar certo! Como que te pegaram? — Cara, simplesmente, a porra da mulher forrou os troços com MERCÚRIO! Como queria que eu passasse? — Tomar no teu rabo, a tua pele é praticamente de couro! — Couro, não ferro. — De qualquer modo!... - bateu o pé. — Como tu acha que nós vam-- — Querem falar mais baixo? — murmurou Froid — tem gente reparando. — Com essa bagunça toda ainda conseguiu perceber? Somos dois! Froid remexeu a cabeça, procurando a voz que vinha duma direção ao longe. Sentia ela familiar de certa forma. Mas quando foi se aproximar da cela, levou um murro - de um guarda - na cabeça, que a fez recuar ao chão. — Fica quieta ai, ninfetinha. - falou num tom irônico, com a voz rouca. Noyer apertou os olhos contra o guarda, que assustado desapareceu da vista dele. — Você está bem? - perguntou Marine. — ... Eu... uff... mais ou... arf... menos... — Tem certeza? — Eu... t... Froid estava sentido as pálpebras pesadas, seu peito estava com falta de ar e a visão embaçada. Sentia sua cabeça tilintando como se um sino estivesse à bater nas paredes. Sua nuca estava quente, mas o resto de seu corpo estava frio. — Ajuda aqui!... — Eu vou acabar com aquele... Já não conseguia distinguir mais as vozes no meio daquela barulhada tumultuosa. Mas sua visão ainda estava acesa. Sem conseguir processar o que via. Era como um borrão, um borrão nítido. Sentia tudo passando lenta e vagarosamente. Sua visão ficava perfeita às vezes, como antes, mas por um curto período de tempo. Seu peito subia e descia num sufoco, num conforto incomodante. E enfim, acordou de seu estranho devaneio. Em sua cama. Estava surpresa, não percebera a mudança de ambiente. Sentia algo estranho em si, mas não soube detectar o que poderia ser no momento. Apertou os olhos, olhou ao redor, e seu quarto estava como antes. Limpo e organizado. Levantou-se pesadamente, pousando seus leves pés em meio a madeira fria e lisa do chão. Notou a falta de seus calçados e pôs-se a procura-los. Enquanto vagava pelo cômodo, aquela exótica sensação comprimia sua paciência e calma. O simples fato de ficar parada ali a fazia sentir-se sufocada. O clima de lá dava uma sensação de afugentar. Froid ignorou seus pés nus e sinuosamente caminhou para fora do quarto. O castelo estava mergulhado num profundo silêncio. Como sempre, mas, de certa forma, a garota sentia o ar morto e gelado. Pensou em gritar por Le Vert, mas a rainha não permitia gritos no castelo. Juntou os braços e continuou a caminhar. Sabia que tudo o que estava fazendo era simples, entretanto infligiria no "conforto" inalcançável de sua mãe. Quer dizer, não estivera acostumada a sair livremente de seu quarto sozinha, em pés descalçados e sem ao menos arrumar sua cama. Mas algo dentro de si a puxava para este algo misterioso e estranho que balançava-se juntamente com o vento que mexia as cortinas imóveis. Froid botou reparo no tapete. Estava duro como pedra. É claro que ele nunca fora macio, porém não à este ponto de rigidez. Estava também áspero, mas não incomodava a sola de seus pés. Por um momento, um feixe de memória cruzou seu consciente, e lembrou-se de Noyer e Marine na prisão. Passou a correr em meio aos corredores vazios tentando achar a entrada do calabouço. Não fazia ideia de onde era, mas aquilo não importava. Estava correndo. A ação era um pouco estranha, parecia travar seus joelhos que continuavam a mexer-se em conjunto das pernas. As correntes de ar batiam em seu corpo, numa harmonia àquele sentimento que a enchia. Liberdade. Aquela estranha atmosfera vazia lhe dava uma sensação de liberdade. Sentia-se livre, e leve e empolgadamente continuava correndo como nunca podia ter feito. Até que tropeçou. Riu. Riu do tombo presenciado pelo vazio, ria de sua ingenuidade e empolgação. Ria como nunca riu antes, sentia-se alegre. Alegre, porém, ainda cinzenta. Aquele cinza que tomou sua consciência e a fez parar e congelar repentinamente. Olhou ao redor, sentia-se estranha novamente, mas de outra forma. Sua mente estava tentando processar agora o que Froid praticamente não conseguiu ver antes. Balançou a cabeça e olhou para os lados. Até que reparou que havia tropeçado num charuto. Viu-o ali, estilhaçado. Cinzas, papel, e tabaco. Abaixou-se para observar. Aquilo era completamente familiar. Até que percebeu um vulto a sua frente. Levantou a cabeça para vê-lo, porém não conseguia saber o que era aquilo. Estava voltando a situação anterior. Um borrão total. Sentia seu corpo num vácuo. Sentia-se sufocada como antes. Mas sentia que retiravam-lhe o ar que não havia percorrido em seus pulmões antes. Tentou gritar, mas o que saía era uma escuridão infinita. Que a engoliu por completo num aparente eterno abraço do vazio. Olá olá pessoinhas. O tópico pode estar muito "enrolado" e a história confusa. Mas não se preocupem, é pra ser assim mesmo. Vocês irão ir descobrindo sobre nos capítulos. ¬3¬ Enfim, se você leu até aqui, não deixe de curtir e compartilhar comentar o que está achando! Bezos!~ :³ Wattpad Dernière modification le 1446308580000 |
Kouguinha « Citoyen » 1438177260000
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First Agora vou ler essa fanfic que parece ser mt boa <3 |
Vikavilewell « Citoyen » 1438183260000
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Omg To amando isso :3 |
Louizx « Censeur » 1438187700000
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QUE DOR NO OLHO APESAR DE TER FICADO DAORA O EFEITO DO PRETO jaja leio |
Ebanyle « Citoyen » 1438264500000
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Capítulo 2 :v Coupe Froid andava cabisbaixa pelos corredores cinzentos do palácio. As longas cortinas escuras, com cor de sangue, balançavam levemente com a brisa. Os cabelos úmidos e dourados da garota esvoaçavam, os fios dançavam com o vento gélido. Gélido. Era esse o significado de seu nome. Froid Flocon "de Neige". O que era engraçado, porque mesmo com todas as provocações, com todas as "brincadeiras" sádicas da rainha, sua própria mãe, Neige era uma menina forte e destemida, que ignorava as marcas de dor e sempre seguia em frente com passos firmes. Mas aquelas malditas marcas ficavam mais frequentes e profundas a cada dia. Froid pensava longe. Como seria se seu pai estivesse aqui? Sabia que seu pai não era o rei, uma ação que quebraria as leis do Código de Vigor. Mas esta declaração já havia sido cancelada por Poivrée, a última rainha antes de sua filha, Ivoire, tomar o trono. Dizem que ela fez isso muito jovem, pois na época a rainha esquecida - como a chamam pelo fato de que abandonou o reino e é vaiada pela população por causar "a ruína" do povoado - abandonou o trono sem deixar nada. Dizem que apenas Le Bleu, conselheira da época e criadora dócil de Ivoire, sabia detalhes internos. É claro que foi por causa da notícia de que o rei — avô de Froid — que já havia saído do reino a 12 anos, tinha sido dado como morto. Proivée era perdidamente apaixonada por seu rei, o que a levou a veter o Código de Vigor e criar uma nova declaração de leis e direitos populacionais e do estado, a Constituição de Rose Alame. O erro fatal que a pobre e apaixonada Privée cometeu, foi o de não assinar esta declaração, e assim, não trancar. Portanto, caiu nas mãos da atual rainha, o que foi um verdadeiro pesadelo para todos. A geração de Privée, La Reine Nomade, foi uma das melhores. Com o abandonamento do Código de Vigor e criação/reformulação de leis, Privée estabeleceu vários direitos beneficentes e justos para a população do reino de Torefon. Os 8 anos em que o rei ficou na companhia de sua rainha, foram de paz e prosperidade para o reino. A taxa de pobreza chegou a diminuir em até 79% em 5 anos, o que provara o quanto o Código de Vigor poderia estar desatualizado. Na realidade, Privée pouco se importava com isso, só queria ficar com seu rei. O rei. De todos os reis, ele era o mais respeitado. As pessoas levacam em consideração as ações beneficentes no reino como autoria dele, o que na realidade era um fato. O rei era um tipo de divindade, por trazer tantas vantagens para Toferon. Até mesmo com o cancelamento da guarda nacional de ataque, a população o aplaudia. E ainda o aplaudiria, se não fosse a rainha atual. Aquela rainha maldita e neurótica botava toda a culpa de suas dores naquele homem O odiava amargamente, tanto até que mandava para a guilhotina quem mencionasse seu "maldito" nome. As pessoas então passaram a chama-lo daquele modo. Isso era um pouco do que Froid sabia sobre seu avô, pois nem o nome do mesmo era de seu conhecimento, tamanho o amargor de Ivoire com ele. Froid brincava. — "Ivoire tem mais amargor do rei do que a Reine Nomade tinha de sua saída do reino." Estava uma vez mais perdida com seus pensamentos quando, de repente, Froid desabou no chão. O tapete liso fizera com que ela deslizasse repentinamente. Soltou um grunhido de dor, e logo a sua frente, viu algo. Um pedaço branco e robusto. De papel. Estava coberto pelo tapete, rasgado naquele exato ponto. Froid puxou o papel, que revelara-se dobrado. O desfez e observou as escritas no papel. Le Vieille Você está cuidando bem da rainha? Nós deixaremos la toxique naquele lugar que você sabe qual. Aquele onde a "amorosa" rainha quebrou seu braço num ato de fúria. Lembranças, lembranças... perdoe pelo lugar "inusitado", mas por quê iria a rainha reparar neste local? Além disso, la toxique está debaixo da madeira saltada da quina. Você já sabe como abri-la. Estamos contando com você, Le J... sua prima é um monstro e deve ser erradicado, sabe disso. Um passo em falso e saberás teu destino. —Le Barbe Froid ficou horrorizada. "Quem era Le Barbe? Quem era Le Vieille?". Por mais que a carta não se tratava nada mais, nada menos do que algum atentado a rainha, não foi apenas iso que surpreendeu a garota. Ps: traga a garota para mim, na Pont des Temp. A conselheira, a senhora, venha depois da meia noite. E finalmente terá sua recompensa. Uma pena que a garota que deveria ter estas vantagens também não as terá." — "Le Vert está tentando matar a rainha... e roubar meu lugar de herdeira no trono?!" Froid apertava o papel, com mãos trêmulas e suadas. Deslizou as costas num dos pilares de mármore, desabando no chão do corredor longo e fracamente iluminado pelas janelas que davam para um dia cinzento e nublado. A garota olhava para o céu carregado. Apertava o punho. Foi virar o papel para confirmar sua teoria e acabou por cortar seu dedo nele. O sangue escorreu pelo papel. Froid percebeu, então, que revelara algo importante, uma escritura muito mais antiga do que a que estava em tinta fresca naquele papel. Ela saiu correndo em direção da porta ao fim do corredor, que dava para o grande salão que levava a outro corredor na outra porta, quando ouviu uma voz. — É proibido vandalizar o palácio! Froid olhou em direção da voz e viu um guarda. Percebeu que o papel havia voado de sua mão, e este papel havia causado um grande corte no tapete, por onde voara. Começou a sentir uma dor lacinante, e percebeu que esvaia sangue em sua mão. Nada podia fazer. Colocou-se ereta, com os dois braços para frente e as mãos abaixadas, "um sinal de fraqueza e rendição daqueles que são inferiores". Já não bastava aquilo, Ivoire surgiu da porta na qual Froid teria passado a algum momento. Observou toda a situação, e balançando a cabeça, disse serenamente. — Outra vez na catacumba. A garota caminhava cabisbaixa junto ao guarda, enquanto a rainha cuidadosamente recolhera o papel do chão, com uma expressão inexplicável que misturava ódio, satisfação e surpresa. Depois arrumo o tp pelo pc agsgaysgayg zxkouga a dit : Yay brigada :3 Vikavilewell a dit : uhu vlwleo tia Louizx a dit : aff nem doi tantorr Dernière modification le 1438264800000 |
Ebanyle « Citoyen » 1438453260000
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Capítulo 3 postado. |
Louizx « Censeur » 1438568340000
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ainda lerei os capítulos mas tava lendo a sinopse ali embaixo toma cuidado "haviam dois reis, e uma filha." haver é impessoal quando está no sentido de ocorrer ou existir, portanto, n vai pro plural ou sejá o certo é "havia dois reis e uma filha" e sim, a vírgula depois de reis é desnecessária a história parece foda, só to comentando antes de ler o resto pra eu não esquecer askdjasldk edit: não a sinopse, a prévia escrita em preto dsakldjsal Dernière modification le 1438568400000 |
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Bem legal a fanfic. |
Ebanyle « Citoyen » 1446246660000
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desculpa a demora, tinha ido no banheiro capítulo 4 postado |