[Concurso] OATMAN - Por Diogo Pires ☆ |
Diogodosnove « Citoyen » 1514414340000
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O texto foi baseado na prompt número (2. Ilustração: Diogo Pires Oatman Sendo radiados pelo sol no meio do deserto, Diogo e seu cavalo param na última pousada da estrada. A próxima parada seria Oatman, a pequena cidade no Arizona. Os homens por aquela região eram os mais cruéis de todo o país. Diogo apelava para atitudes bárbaras por causa de sua profissão. Contudo, os moradores de Oatman eram violentos por prazer e por natureza. Uma cidade que poucos ousavam atravessar. Naquela noite, dormiu pensativo em seu alvo; qual seria a melhor maneira de matá-lo, como o encontraria e como se livraria do corpo. Ser um assassino de aluguel requisita não só habilidade, mas também esforço mental para imaginar todas as possibilidades. Fora contratado pelo homem mais rico do estado, Coronel Luther. Aparentemente, esse alvo não só tirou a virgindade da única filha do Coronel, como também roubou pérolas preciosas do cofre pessoal da família e fugiu em um cavalo árabe branco que furtou do estábulo dos Luther. “Uma desonra que deveria ser punida com a morte do vagabundo”, o próprio Coronel disse. A única referência que o Coronel deu a Diogo era que o tal homem que ele deveria matar tinha uma tatuagem na nuca com a escrita “The Saints are Coming”. Felizmente, isso já bastava para assassinar o indivíduo. Os homens do Coronel rastrearam o vagabundo até Oatman, mas para evitar problemas judiciários seria melhor um assassino de aluguel fazer o serviço. Foi quando Diogo entrou. Pensava em se aposentar, mas o preço por esse serviço era muito alto e isso lhe garantiria dinheiro para o resto da vida. Diogo não queria nada mais do que uma vida simples. O assassino acordou cedo, pagou a pousada e foi-se embora com o nascer do sol. Seu chapéu enorme cobria metade de seu rosto. Sua boca fina e queixo quadrado eram visíveis. Ele tinha pouco pelo facial, mas o pouco que tinha estava aparado lhe oferecia um rosto bem liso. Tinha 27 anos, mas aparentava ser mais velho, provavelmente por conta do sol extremo do Arizona e da desidratação no deserto. Suas armas estavam bem guardadas em sua mochila. Conforme se aproximava de Oatman, ele as alojou dentro de seu casaco e de sua cintura. Não se sabia que tipo de gente poderia se encontrar ali. Ao entrar no distrito do município, foi cobrado imposto pelo xerife. Obviamente, era propina, dessa maneira Diogo poderia matar qualquer um na cidade e não ser preso. Era uma “licença para matar” propriamente dita. Oatman era tão pequena que não se podia acreditar em sua fama violenta. Todavia, dois minutos após pisar na cidade, Diogo ouviu um disparo a frente. Um homem morto saiu carregado do bar e o assassino saiu sendo espancado pela polícia local. “Então assassinato é crime aqui?”, você deve estar pensando. Bom, não. Esse assassino foi carregado pela polícia porque não pagou propina para o xerife. Possivelmente não sobreviverá uma noite na prisão. Diogo caminhou até dentro do bar. As músicas tocavam no piano e as pessoas bebiam alegres, como se nada tivesse acontecido. Bem à frente, ele observa os capangas do Coronel Luther bebendo em uma mesa. — Onde está o homem? — Diogo se aproxima. Estavam dois capangas na mesa. Contudo, ninguém o respondeu, e todos ficaram o encarando. Um usava chapéu longo e o outro um bigode; essa foi a referência dada a Diogo para encontrá-los no bar. O de chapéu encarou Diogo, pasmado. — Coronel Luther me enviou. Onde está o homem que eu devo matar? — perguntou novamente. Dessa vez, o homem de bigode sussurrou algo para o de chapéu. Após isso, sua expressão mudou-se completamente e ele se acalmou. Ele não entendia a atitude dos dois homens. — Ele está no bordel na esquina. Seu cavalo está amarrado em frente ao prédio e ele está no quarto 7. Lembre-se da tatuagem. — O homem de bigode o respondeu. — Grato. — Diogo fez um sinal de despedida com o chapéu. The Saints Are Coming O assassino caminhou até o bar e comprou uma dose de uísque. Beber o ajuda a se acalmar antes de trabalhar. Logo seguiu em direção ao Bordel. Enquanto caminhava pela estrada de terra, a poeira levantava-se conforme a ventania se intensificava. O Sol foi coberto por nuvens, deixando o clima mais agradável por alguns minutos. Ao chegar à porta do Bordel, visualizou o cavalo árabe branco amarrado. Meretrizes estavam na entrada do Bordel se oferecendo para Diogo. — Senhoritas. — Diogo fez um sinal de puxar o chapéu novamente, demonstrando respeito. — Perdoem-me, mas estou aqui a serviço. Procuro um homem que, acredito eu, está no quarto 7. — Claro, docinho. Tem alguém lá sim. — Uma das meretrizes disse. — Maria! Esse senhor quer saber quem tá no quarto 7. Maria caminha para a entrada do Bordel e encara Diogo por um segundo. — Mas é vo... — Maria indaga, porém é interrompida quando Diogo atravessa por ela rapidamente. Diogo caminha entre os quartos, procurando o número 7. — Vá chamar o xerife, rápido! — Maria ordena uma das meretrizes. Após alguns segundos, o assassino encontra o quarto sete. Ele abre a porta lentamente e pode ver um homem de costas. O homem usava apenas calças e suas costas estavam nuas. Uma meretriz de cabelo loiro estava deitada na cama, completamente despida, apenas enrolada nos lençóis. Ela se cobre rapidamente e, ao ver Diogo, fica pasma. O assassino olha para o homem mais uma vez e vê tatuado em sua nuca as palavras “The Saints Are Coming”. Sem pensar duas vezes, ele saca sua arma da cintura e mira para o alvo. Estava pronto para atirar nas costas do vagabundo, quando o homem vira sua cabeça bem devagar para o lado. Nesse instante, Diogo se assusta ao ver que a silhueta do rosto do homem era igual a sua. Fica ainda mais pasmo quando o alvo se vira por completo e revela sua verdadeira face, idêntica a de Diogo. Nesse instante, Diogo abaixa a arma, impossibilitado de atirar. Ele estava mirando para um homem que tinha o mesmo rosto que o seu. Ficou chocado por alguns segundos, mas aquilo não era surpresa alguma. — Diego? — Diogo perguntou. — Que porra é essa? — Eu que pergunto. — Diego fala. — O que você está fazendo no meu quarto, logo quando eu estou me entendendo com a Julie? — Ele aponta para a meretriz. — Júlia — A meretriz responde. — Júlia. — Diego completa. — Você é o homem mais estúpido da face da Terra. Meu Deus! O que foi, Diogo? — Ele se senta na cama e veste uma camisa branca e um colete preto. — Cê tá estressado. Se quiser, pode ficar com a Júlia. Já nos divertimos o bastante. — Mas vai ter que pagar de novo, viu? — Júlia completa. — Qual é? Olha para os nossos rostos, somos praticamente a mesma pessoa. Você não pode cobrar duas vezes o mesmo cliente. — Diego sorri, apontando para o rosto de Diogo. Diogo empurra o braço de Diego para longe. — Seu estúpido pedaço de merda! — Diogo gritou. — Tá legal. Dá pra me explicar por que você tá agindo dessa maneira e por que entrou aqui armado? Tá trabalhando? — Tira a garota do quarto. — Amor, tem como dar licença para eu e meu irmão termos uma discussão familiar? Júlia sai do quarto, enrolada no lençol e carregando seu lingerie. — Luther me enviou. — Diogo diz. — Luther? Coronel Luther? — Diego fica surpreso. — Sim, quer você morto. Me contratou para isso. — Quanto? — Um milhão. — O QUÊ? O VELHO ENLOUQUECEU. Mas que desgraçado. — Mas se ele sabia que nós somos irmãos gêmeos, não faz sentido ele me contratar. — Claro que faz. — Faz? — Você oferece dinheiro para um homem matar não só alguém da família dele, mas alguém com o mesmo rosto que ele. Detalhe, sem ele saber. Foi uma piada de mau gosto. — Diego ri. — Muito mau gosto. — Ele gargalha a seguir. — Aquele velho desgraçado. E agora? — Eu não sei. Você quer me matar? — Claro que não. — Então eu não sei. — Diego veste seu paletó. — Onde arrumou tudo... Isso? — Diogo aponta para o terno de Diego. Os dois saem do quarto e vão caminhando pelo corredor, conversando. — O Coronel disse por que ele me quer morto? — Você transou com a filha dele e roubou joias de valor. — As joias me sustentaram nas últimas semanas. Comprei esse terno, putas, bebidas... O de sempre, cê sabe. O Assassino e o Vagabundo Os dois caminham pela entrada do bordel, quando Diego para de repente. — Você reparou em algo? — Diego pergunta. — Em que? — O bordel... — Diego olha em volta. — Está vazio. Neste instante, uma voz ecoa do lado de fora do bordel. Era o xerife da cidade. Junto com ele, estavam o homem de chapéu e o de bigode, capangas do Coronel Luther. — Oceis aí dentro do Bordé. Prestem atenção: não queremos danificar a estrutura do prédio. Favô, não atirem no edifício. — O xerife grita. Os capangas do Coronel pagam propina para o xerife, dando a eles licença para matar. Após isso, ele chama os policiais que o acompanhavam e retorna para a delegacia, deixando apenas os capangas do Coronel em frente ao bordel. Essa era a incrível polícia de Oatman. — Qual deles temos que matar? — Um dos capangas pergunta. — Todos têm o mesmo rosto. — O outro capanga de chapéu carrega a arma. — Tanto faz. Dentro do prédio, Diego e Diogo se escondem atrás do balcão das meretrizes. Diogo entrega uma de suas armas para Diego. — Não acredito nisso. E eu estava prestes a sair do país. — Diego diz. — Não iria se despedir da família? — Tenho a chance agora. — Ele sorri. Após isso, ambos saem de trás do balcão, mirando suas respectivas armas. Eles disparam apenas uma vez e acertam os capangas no rosto. Os dois caem mortos ali em frente ao Bordel, sem terem tido a chance de disparar. — Gatilhos mais rápidos do Oeste. — Diogo caminha para fora do prédio, guardando a arma. — Ainda mandamos bem nisso. — Diego acompanha o irmão. Diego e Diogo montam em seus respectivos cavalos. Diego, é claro, cavalga no árabe de cor branca que roubara do Coronel. O Sol do meio dia arde intensamente. Diego rouba o chapéu de um dos capangas mortos. A cidade fica vazia após o duelo dos irmãos contra os capangas. O único barulho que se ouve é dos cascos dos cavalos e do vento vindo do horizonte. Enquanto os irmãos seguem para a saída da cidade, eles se deparam com um bloqueio feito pelo xerife. — Alto lá. — O Xerife faz um sinal com as mãos. — Um dos companheiros efetuou um disparo na nossa cidade. Um disparo que custou a vida de um home. — Não há com o que se preocupar, Xerife. Eu paguei — Diogo responde. — O senhô sim. Mas ele não. — O xerife aponta para Diego. — Tenho certeza que podemos acertar isso. — Diego fala. — O senhô vai ter que acompanhar eu e meus homens até a delegacia. Não existe outra maneira: se a lei é quebrada, deve de haver consequências. Diego e Diogo trocam olhares rapidamente. — Temo que isso não vá acontecer, Xerife. — Diogo põe a mão em sua arma. — É melhor o senhô pensa duas vez antes de faze bobage. — O Xerife indaga, enquanto dez policiais sacam suas armas atrás dele. Haveria um massacre, e os irmãos gêmeos eram o alvo principal. A carnificina seria incomparável. — Não se trata de pagamento algum, não é? — Diego interrompe. — Você está recebendo ordens dele. — O Coroné quer ocêis dois vivos. Ocêis deviam se considerar sortudos.— O Xerife sorri.— Mas ele também disse que se ocêis dessem trabalho eu poderia atirar. —Completa. — Ele sabia que você não me mataria. Armou tudo isso. — Diego diz a Diogo. — Nós nos entregamos. — Diogo joga sua arma no chão e desce de seu cavalo com as mãos levantadas. — Não haverá mais mortes hoje. Diego obedece à decisão do irmão e se entrega para os policiais igualmente. O Coronel Luther A noite caía sobre Oatman. Diego e Diogo foram presos na mesma cela, colocados lá de qualquer maneira. Segundo o que ouviram, o Coronel estava a caminho. Chegaria de trem no dia seguinte. Certamente, se eles não pensassem em algo, seria o fim de Diego e talvez de ambos. Sentaram-se no chão úmido e frio da cela de prisão. Diego olhou o luar pela pequena janela da prisão. — Papai não estaria preso.— Diego falou. — Ele teria morrido no momento que o Xerife o desafiasse. Ele teria atirado contra os dez policiais, com certeza. — Diogo diz. — Não... Ele teria atirado em mim. Você me deu tempo para virar. E se não tivesse dado? E se tivesse atirado no momento que me viu? — Gosto de olhar minhas vítimas nos olhos. E não se mata um homem pelas costas... Mudando de assunto, onde que você conseguiu essa tatuagem? Nós nos afastamos por uns meses e você reaparece todo diferente. — Diogo brincava com os dedos entre as barras da cela. — Foi em Las Vegas. Conheci uma garota tatuadora. — Diogo continua encarando o luar. — Ela me ensinou várias coisas. — E porque não continuou em Las Vegas? — A garota acabou que era filha de um tal Coronel, como você pode imaginar. Vim pro Arizona com ela, o pai dela quis me matar por ter tirado a virgindade da garota antes do casamento e ela me deu umas joias para fugir. — Estive na casa dele quando fui contratado. Agora me recordo da garota. — Parece que nenhum de nós tem um plano. — Diego para de encarar o luar. — É o nosso fim. — Se você for, eu vou. Juntos até no fim. — Diogo sorri. O dia amanhece. Diogo é acordado pelos raios solares que saem da janela da prisão. Diego já está acordado e de pé, encarando as barras da cela. — Ele está aqui. — Diego diz encarando alguém do lado de fora. — O Coronel está aqui. — Diego se vira para Diogo. Homens mortos não contam histórias O Coronel está conversando com o Xerife no lado de fora da delegacia. É possível ver a silhueta de um homem gordo, bigodudo e careca pela janela. Após uma rápida conversa, o Xerife entra sozinho na delegacia e abre a cela de Diego e Diogo. — Vamo simbora ocêis. Que o Coroné quer ocêis dois pra modo de ter uma conversa. — O Xerife diz. — Deixa os paletó e os casaco docêis aí na cela mesmo. — Por que? — Diogo pergunta. — Primeiro porque não podemo arrisca que cêis tem amar escondida aí. Segundo que vai pesar na hora de carregar o corpo morto docêis. — O Xerife gargalha enquanto escolta os dois irmãos para fora da delegacia. Eles são levados até o único hotel de Oatman. Provavelmente, era o local onde o Coronel estava hospedado em sua estadia naquela maldita cidade. Eles eram escoltados por policiais e por capangas do Coronel. Seria impossível escapar com vida durante a escolta. Enquanto eles caminhavam, testemunharam o assassinato de dois homens que não pagaram o bordel. Caminharam pelo chão de madeira do hotel. Não havia ninguém no prédio a não ser os capangas do Coronel. Foram deixados no último quarto, no último andar. Ao entrar, o Coronel estava de costas, se apoiando em uma bengala. Sua obesidade era percebida pelo seu terno apertado, e seu enorme bigode cobria todo seu lábio superior. Ele se virou devagar. — Ora, ora. — O Coronel Luther diz. — Se não são os dois homens mais perigosos de todo o Arizona. O Assassino e o Vagabundo. Ambos os irmãos estavam encarando o Coronel. Eles estavam muito semelhantes, pois Diego estava sem o paletó e Diogo sem seu chapéu e respectivo casaco. A camisa dos dois tinha uma tonalidade clara muito parecida. O Coronel levou um tempo para reconhecer cada um dos irmãos. Mesmo assim, não tinha certeza. Os dois estavam mudos o tempo todo. Combinaram de não erguer a voz contra o Coronel. — Sabe, Diogo... — O Coronel continua.— Você não fez nada de errado. Eu não gostaria de me meter com o clã dos assassinos de aluguel. Seu irmão é o verdadeiro delinquente. O Coronel põe uma arma de prata em cima de uma mesa de madeira diante dos dois. — Entendo que pode estar despontado por eu não ter lhe revelado quem seria seu verdadeiro alvo. Mas, vamos admitir... Foi uma piada de muito bom gosto, não foi? — O Coronel ri. Os capangas que estavam na sala começam a gargalhar e param junto com o Coronel. — Filho... Eu dou essa chance de consertar seus crimes contra mim. Eu te contratei para matar um homem e você assassina dois de meus capangas... Não foi legal. Te dou essa arma para dar o golpe final no seu irmão. Caso contrário, a situação vai ficar muito complicada... Os dois irmãos o encararam por alguns segundos, sem responder. O Coronel respira fundo. Ele caminha pela sala, ofegante, e dá as costas para os irmãos. Coloca as mãos para trás para demonstrar sua autoridade e encara pela janela a cidade de Oatman. — Então, infelizmente as coisas vão ficar muito complicadas... Lembre-se que isso foi escolha sua, não quero o clã dos assassinos me perturbando depois. Eu realmente gostaria que— Um som de tiro interrompe o Coronel. Fora disparado dentro do quarto. Quando o Coronel se vira, ele se depara com um dos irmãos segurando a arma prateada e com o outro caído no chão. Sangue se espalhava por toda a sala. O tiro foi certeiro na cabeça. Todos os capangas apontavam as armas para o irmão sobrevivente, temendo que ele atentasse contra a vida do Coronel. Contudo, o irmão joga a arma no chão e se ajoelha. — Esperem! — O Coronel ordena aos capangas. O poderoso homem caminha com sua bengala até o corpo do irmão morto. Ele puxa as costas da camisa para trás para conferir se era mesmo Diego que havia morrido. Sua certeza se provou quando, na nuca do cadáver, ele viu a tatuagem “The Saints Are Coming” estampada na pele do rapaz. — Brilhante! — O Coronel diz. — Sabia que não iria me decepcionar! Diogo está cabisbaixo e ajoelhado no chão, pensando na atrocidade que acabara de cometer. Mas, para garantir sua sobrevivência, foi preciso. O lado negro do assassino foi exposto naquele momento. — Você terá seu dinheiro, como prometido. — O Coronel diz, tocando no ombro de Diogo. — Você realmente é um homem perigoso. Lembre-me de não me intrometer contigo. Diogo gostaria de trocar o cadáver do irmão pelo Coronel. Ele colocava a culpa da morte de Diego no próprio Coronel Luther e, quando a hora chegasse, ele buscaria vingança. O bafo de pinga do Coronel se aloja nas narinas de Diogo, fazendo o assassino tossir enquanto o corpo do irmão era arrastado para ser enterrado. Os capangas cavaram a cova do “Vagabundo” no cemitério de Oatman. A cidade já contava com mil mortes. Era um terreno muito extenso. Diogo presta homenagens ao irmão morto e jura vingança sobre seu túmulo. A cidade de Oatman é conhecida por sua brutalidade e pela violência que não existe em nenhum outro lugar. Aqueles que pisam na cidade, se conseguirem sair vivos, retornam de uma maneira muito diferente da que entraram. A crueldade muda os homens que se aventuram por aquelas terras, fazendo-os cometer loucuras para continuarem vivos. Diogo monta em seu cavalo. Coloca duas malas, cada uma com 500 mil dólares, nas costas de seu animal. Essa era a recompensa pelo seu trabalho em Oatman. Agora, ele estava mais mortal do que nunca. Ao entardecer daquele dia, partiu sem rumo certo. Só queria se afastar daquela cidade. Enquanto o assassino sai do distrito da cidade, é possível ver algo gravado em sua nuca. “The Saint's Are Coming”. As pontas dos dedos dele estão sujas com uma tinta permanente que não sairia tão fácil. O que realmente aconteceu foi que, enquanto Diogo dormia, Diego gravou sua tatuagem na nuca do irmão com tinta que ele carregava no paletó. Foi por essa razão que Diego já estava acordado quando Diogo despertou. Fez o pacto com o irmão de ambos ficarem em silêncio durante o interrogatório com o Coronel, e sabia que quando atirasse em Diogo, o Coronel iria conferir se era o irmão certo averiguando a tatuagem na nuca. Uma tatuagem falsa e feita de última hora que ninguém perceberia se era verdadeira ou não. Dessa maneira, suja e árdua, Diego assumiu o manto de Assassino de Aluguel. Fadado a fingir ser seu irmão falecido pela eternidade, ele cavalgava para fora de Oatman. Agora não havia mais ninguém para ele dividir o título de gatilho mais rápido do Oeste. |
Mrwhat « Citoyen » 1514415480000
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AE CACETA |
Kinhusxd « Consul » 1515462360000
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Comentários sob a perspectiva de um mero leitor Atenção: pode conter spoilers sobre o texto acima Oi, Diogodosnove. A ideia de fazer uma imagem para seu texto no início foi muito criativa. A propósito, imagens podem ser consideradas como "linguagem não verbal". kkkkkk Ao ler o trecho denominado "Oatman", pensei que seria um texto muito cansativo. Entretanto, você trouxe um tom mais humorístico a partir de "The saints are coming", o que acabou dando mais equilíbrio para o texto e tornando a leitura mais divertida e empolgante. A utilização da linguagem coloquial também reforça o fato de estarem em uma cidade do interior. Acho que você soube utilizar a linguagem informal de maneira satisfatória nos diálogos. Sobre o final: pessoalmente, eu costumo preferir finais abertos porque instigam a imaginação do leitor, mas gostei da forma que você conseguiu fazer um final fechado explicando o que havia acontecido. Isso deu credibilidade e sustentação à sua história. Enfim, parabéns pelo texto! Muito bom! Dernière modification le 1515468540000 |
Diogodosnove « Citoyen » 1515550200000
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Kinhusxd a dit : Obrigado. Eu realmente gosto de ficar ilustrando ideias, essa capa foi só um rascunho kkk. Eu iria deixar o desfecho da história em aberto mesmo, mas optei por concluir tudo. Bem fechada e sem deixar o leitor confuso no final. |
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Esse texto foi mt bom mesmo |
Sigrid « Citoyen » 1547096640000
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Muito bem escrito, parabéns. O plot twist no final ficou ótimo. |
Kiwrimai « Consul » 1556509080000
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Tópico trancado por inatividade. Para reabri-lo entre em contato com um sentinela! |