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  • [Concurso] Santuário das Faces
[Concurso] Santuário das Faces
Rafaklbvr
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#1
  1
Utilizei o prompt 4: Você acorda em um lugar desconhecido com uma tatuagem estranha em seu braço.

Acordei me sentindo numa cama muito mais confortável do que a que havia deitado para dormir, estava coberto por um lençol muito mais macio e minha cabeça repousava num travesseiro muito mais agradável, meus olhos me mostravam uma parede diferente da qual eu fitava antes de pegar no sono, diferente do cimento cinza do meu quarto, parecia ser revestida ou composta por tábuas de alguma espécie de madeira que eu desconhecia, com uma coloração um tanto quanto marrom-escura.
Sentei-me na cama e observei o recinto ao meu redor, era um tanto maior que um quarto normal, a parede do lado oposto à minha cama era forrada de estantes, as quais estavam abarrotadas de livros, à esquerda desta parede estava uma parede com uma única porta quase indistinguível da parede por ter sido feita no mesmo material, o centro do quarto tinha um tapete até que bem bonito, mostrava o que parecia ser uma águia com as asas mais ou menos fechadas ao redor de uma espécie de balança, como se estivesse protegendo a mesma, enquanto meu olhar passeava pelo quarto, senti uma pequena pontada em meu braço direito, como se algo tivesse me beliscado, olhei para a fonte da sensação e notei uma marca negra como nanquim no meu braço, era uma águia, semelhante à do tapete, só que essa estava com as asas retas, abaixo da águia estavam alguns números “XV-AD”, quando olhei para meu braço, também notei que estava com roupas diferentes, minha camisa e bermuda que sempre usava para dormir haviam sido substituídas por uma espécie de uniforme, bem semelhante aos que usavam nos exércitos do século 19, só que esse era estranhamente preto e com as mangas mais curtas que o normal, indo até pouco antes do cotovelo.

Meu cérebro não conseguira processar nada até agora, ainda estava tentando entender o porquê de eu estar numa cama diferente, não havia nem começado a tentar processar esse estranho lugar em que eu havia acordado, muito menos essa marca em meu braço, talvez eu estivesse sonhando... “Espere, em um sonho temos controle de tudo, não é?” pensei “Então, talvez eu finalmente possa ter um sonho lúcido!” Larguei por um momento a confusão do meu cérebro e tentei me concentrar em algo, pensei em uma espada, levantei minha mão e foquei meus pensamentos na imagem de uma típica espada medieval, para minha surpresa, uma parte dos livros na estante derreteu calmamente em uma espécie de pasta luminosa e começou a se dirigir à minha pessoa, recuei assustado na cama com tanta velocidade que quase bati minha cabeça na parede atrás de mim, assim que desmontei minha pose e perdi a concentração, o feixe luminoso parou no ar e caiu no chão, só que, no processo, ele tomou a forma de uma espada, a qual caiu no chão com um tintilar agudo.

O medo que sentia foi quase instantaneamente substituído por um sentimento de curiosidade misturado com euforia “finalmente um sonho lúcido!” comentei comigo mesmo “agora sim, isso vai ser bom!”, levantei-me da cama e fui até a espada, andando com cautela mas quase não conseguindo controlar minha ansiedade por dentro, quando cheguei perto dela, estendi minha mão e comecei a pensar nela voando para minha mão, para minha alegria, ela seguiu meus pensamentos e seu cabo, após uma pequena e rápida jornada, encontrou refúgio entre meus dedos. Segurei aquele objeto com força, um sorriso gigante passando pela minha cara, uma sensação de liberdade extrema tomando conta do meu cérebro, estava pensando no que faria agora, várias ideias passando pela minha cabeça, quando ouvi um barulho na porta, alguém estava batendo. Quando o susto inicial das batidas passou, lembrei que estava no comando ali, e tentei usar minhas capacidades para abrir a porta ou sumir com ela, porém, não conseguia, eu não conseguia entender, se isso era um sonho lúcido, era pra eu ter poder absoluto, por que não conseguia abrir aquela porta? Antes que meus pensamentos entrassem em confusão mais uma vez, ouvi um barulho que não conseguia saber se vinha da porta ou da parede como um todo, um som estranhamente parecido com minha voz, só que muito mais grave e estrondoso, quase como se eu estivesse gritando de dentro de um colosso metálico oco.
“Ordo, que bom que você acordou, peço que se apresse, estou esperando por você”
Ordo? Meu nome não é Ordo, é Natanael! Quem é essa voz? Será que está me confundindo com alguém? Será que fui sequestrado? Será que isso é um sonho? As perguntas se atropelavam em minha mente para ver quem ganharia a honra de ser a primeira a ser perguntada, após alguns segundos, uma alcançou a linha de chegada.
“Quem é você?” Perguntei, tentando esconder a confusão e medo na minha voz
“Você terá que ver com seus próprios olhos, Ordo...” A voz reverberou de novo, seguida por um barulho estranho vindo da porta, parecia uma tranca abrindo, outras perguntas saíram
“Onde eu estou?” “Como eu vim parar aqui?” e coisas do gênero, mas foram respondidas com um silêncio lúgubre, fiquei mais alguns segundos ali parado, tentando me recompor, quando o meu lado lógico pulou a frente e tentou ajeitar as coisas, se o que quer que estivesse do outro
lado da porta quisesse me matar já o teria feito, raciocinei, e ficar ali parado olhando pro nada não me renderia nada mesmo, então eu caminhei cautelosamente até a porta, mesmo com o meu cérebro mais calmo, cada passo era como se eu pisasse mais forte no acelerador do meu coração, quando encostei a mão na maçaneta, era como se meu coração tivesse virado um carro de corrida. Engoli em seco, girei a maçaneta e abri a porta devagarzinho.

À minha frente, havia o que parecia ser uma varanda, se estendia por alguns metros da porta até o que parecia ser uma espécie de parapeito de mármore, o chão era todo gramado, uma grama aparentemente bem cuidada e aparada, havia uma espécie de caminho pavimentado com pedras que cortava esse gramado, ao chegar no que parecia ser o centro dessa área, ele se dividia em três outros caminhos, um para frente e dois para os lados, mas o que me deixou mais impressionado foi o que parecia ter fora daquela área, parecia que eu estava no topo de uma montanha numa noite de céu limpo, eu via as estrelas sem problema algum e a lua cheia estava bastante brilhante, brilhante o bastante para iluminar toda a minha vista, a qual captava o que pareciam ser outras torres, todas em diferentes altitudes e estilos, eu via uma muito colorida, outra mais escura, uma estranhamente metálica, e todas estavam interligadas por passarelas. Dei alguns passos para frente, impressionado pela vista, virei com um sobressalto para trás quando ouvi um som de algo fechando, a porta por onde eu havia saído havia fechado, olhei para a construção atrás de mim, ela tinha um outro andar acima do qual eu havia acordado, parecia uma pequena torre achatada no topo, observando agora do lado de fora eu via que ela parecia ser feita de mármore, bem bonita até. A confusão continuava, eu fui seguindo o caminho, quando cheguei na divisão dos caminhos, resolvi que seguiria em frente, conforme ia me aproximando do parapeito, eu conseguia ver que o caminho parecia acabar numa espécie de escada/passarela de mármore que levava para o que parecia ser uma plataforma circular, semelhante a uma rosquinha, com parapeitos tanto na borda externa quanto na interna e, apoiado no parapeito interno, de costas para mim e com a cabeça aparentemente abaixada, estava um rapaz, ele usava uma roupa que muito se assemelhava às túnicas dos gregos, completamente branca, e tinha um cabelo liso, curto e negro como o meu quando eu era mais jovem, eu comecei a descer a escada, estranhamente o meu receio estava se esvaindo pouco a pouco, conforme dava meus passos eles iam passando de cautelosos para despreocupados, até que, quando cheguei na base da escada, chamei por ele.
“Ei, você, que lugar é esse? Quem é você?”
O rapaz ajeitou sua postura, levantou a cabeça e virou para me encarar, e meu coração falhou uma batida, ele tinha feições vagamente semelhantes às minhas, com pequenas alterações mas semelhantes o bastante para me surpreenderem, a única coisa que mudava era que o rosto dele era livre de pelos e seus olhos tinham um tom azul claro, diferente do castanho escuro dos meus, até a altura era semelhante, apenas uns centímetros mais baixo, sua voz também era muito semelhante à minha, só que um pouco mais calma e baixa do que a minha costumava ser.
“Ah, olá, você deve ser o recém-chegado, bem-vindo, Ordo, ao nosso santuário”
“Santuário? Como assim? Que lugar é esse? Como eu vim parar aqui? Quem é você?” As perguntas saíram como uma rajada de metralhadora, mas o rapaz parecia usar um colete a prova de balas, porque estava quieto e calmo, eu pensei em apontar minha espada para ele, para tentar intimidá-lo, mas quando apertei meus punhos ela já não estava mais lá, olhei para minha mão e confirmei o que meu tato havia falado, ela estava vazia.
Ele deu um pequeno sorriso “Calma, eu sei que está muito confuso, todo mundo fica quando chega aqui, mas não precisa ficar com medo, você está entre amigos”
“Como assim? Eu morri? Isso aqui é uma espécie de pós-vida?”
“Bom, não é bem uma pós-vida, e você não morreu no sentido que está querendo dizer, você
apenas foi... Transferido”
“Transferido?”
“Sim, transferido, veja bem, é uma questão um pouco complicada no começo, mas logo você se acostuma, sabe quando alguém é substituído no trabalho? Pois bem, algo semelhante aconteceu com você.”
“Mas, como assim? Que trabalho? Que substituição?”
“Bom, isso seria melhor explicado pelo Primus, ele já deve ter falado com você, a voz grave que deve ter ouvido vindo da porta”
“Como você sabe disso?”
“Acontece com todo mundo”
“Então você também já passou por isso?”
“Eu... não, nunca passei por isso, digamos que eu faço parte de um grupo especial entre nós”
Quando ele falou isso, meu olhar caiu sobre o braço direito dele, diferente do meu ele não ostentava uma águia ou números, ostentava o que parecia ser três ondas, abaixo daquilo estava escrito SENSUM, tudo isso com uma cor cinza.
“Mas, perdoe-me por não responder sua segunda pergunta, eu sou Serenus, muito prazer
Ordo” disse ele esticando a mão.
Eu, mesmo que ainda confuso, estendi minha mão e apertei a mão dele, era macia e leve, bem confortável pra falar a verdade.
“Bom, então eu vou te levar até o Primus, ele pode te responder tudo de uma forma melhor” disse ele após soltarmos as mãos.

Ele começou a caminhar calmamente em direção ao que parecia ser o começo de outra escada, que eu não havia notado na minha descida, quando eu estava prestes a segui-lo, ouvi um barulho atrás de mim, olhei para trás e fui recebido com um grito “SPANISH INQUISITION”, eu fiz o que seria comum nessa situação, dei um grito e pulei para trás, não sei como não caí no chão ou da plataforma nessa brincadeira, o indivíduo na minha frente começou a rir.
“HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, ai ai, isso nunca fica velho, eles sempre caem, nos dois sentidos” disse o cara na minha frente, ele era semelhante a mim também, só que um pouco mais alto e com o rosto um pouco mais marcado que o meu, ele tinha um bigode e um cavanhaque que pareciam ser a versão mais avançada dos meus próprios, os olhos dele pareciam ter uma espécie de brilho fraco e usava uma roupa que muito lembrava a da nobreza francesa, aquelas meias longas, calça curta e chapéu, acompanhados de uma capa, todo o vestuário dele era estranhamente púrpura.
“Epulari, o Primus já falou para você parar com isso, eles já têm problemas demais em se adaptarem aqui por si sós, você não precisa piorar a situação assustando eles” Ouvi a voz do Serenus se aproximando de nós.
“Não esquenta, Serenus, você sabe que somos todos uma família aqui, na verdade diria que somos todos um aqui, não é isso? Ele tem isso dentro dele, assim como todos os outros, isso vai ajudar ele a se acostumar” Disse ele sorrindo e olhando pra mim “Aqui, rapaz, deixe-me te ajudar a levantar, eu sei como nós somos” Disse ele se abaixando e estendendo o braço para eu pegar, nisso eu vi que a roupa dele também tinha uma abertura perto do antebraço, eu vi uma marca que lembrava uma máscara alegre de teatro, com o nome “EPULARI” gravado abaixo, tudo em púrpura leve, eu não sei por que, mas estendi meu braço e segurei a mão dele sem medo, era quase como se nos conhecêssemos de muito tempo, ele deu um sorriso e me ajudou a me levantar.
"Quando você fala "isso" você se esquece que eu não saio por aí assustando as pessoas nem fazendo pegadinhas" disse Serenus.
“É, mas isso é porque você é preguiçoso" replicou Epulari "Viu? Não quebrou um osso nem nada, não se ralou nem contraiu hepatite, você se preocupa demais com eles, Serenus, não era pra você fazer exatamente o contrário? Não se estressar?”
“A gente já discutiu isso várias vezes, ninguém aqui é 100% puro no que representa, nós somente temos traços mais fortes”
“Sim, mas as vezes você apresenta a antítese do seu traço, eu acho isso estranho e passível de piadas”
“Você acha tudo passível de piadas” disse Serenus recobrando sua calma
“Exatamente, my boy” respondeu Epilarus com um sorriso “Então, você está levando ele até o Primus? Claro que está, é seu trabalho, eu vou com vocês.”
“Bom, eu previa que você ia querer vir, só tente não assustar ele de novo” Disse Serenus calmamente “Então, vamos”
A gente se dirigiu para a escada, ela era larga o bastante para que nós três pudéssemos andar lado a lado, Serenus ia um pouco na frente à esquerda e Epilarus estava emparelhado comigo, Epilarus parecia muito mais falante que Serenus. Para minha surpresa, ele parecia assistir as mesmas coisas que eu, ele fazia referências que eu captava instantaneamente, até sobre as coisas mais undergrounds que eu assistia, além de usar um linguajar e conversar de uma forma que era muito parecida com a minha em meus momentos alegres, de vez em quando ele apontava para uma torre ou outra das várias que pontuavam a paisagem e fazia comentários sobre os moradores, e mesmo eles só pela descrição já me pareciam estranhamente familiares, olhei para baixo pelo parapeito da escada e vi que o vazio sobre o qual estávamos prosseguia infinitamente, era como se estivéssemos numa espécie de estação espacial, lá embaixo eu via o que parecia ser uma construção com um teto em formato de cúpula.
A escada, após algum tempo andando reta, começou a seguir em caracol para baixo, eu via de vez em quando uma ou outra pessoa numa das passarelas ou torre, as vezes sozinhas, as vezes em companhia, a variedade de gente ali não era tão grande, todos pareciam familiares, e
pareciam estar muito calmos ali, após alguns minutos de conversa com Serenus e Epilarus, principalmente com Epilarus, eu já estava muito mais calmo e quase esquecendo que não sabia nem o porquê de eu estar ali, quando notei que estávamos chegando perto da construção com teto de cúpula eu perguntei a Epilarus.
“O que é esse prédio?”
“Esse prédio? Ah, bem, é o teatro, sabe, quando a gente quer ver obras de arte como uma ópera ou uma peça a gente vem aqui” Ele respondeu em seu habitual tom de brincadeira
“Não, sério, o que é isso?” Perguntei de novo
“Essa é a "casa" do Primus, Ordo, é onde ele passa a maior parte do tempo” levei um tempo para notar que Serenus tinha falado comigo, não havia me acostumado a ser chamado de Ordo.
“Ah, então você se chama Ordo? Porra mano, não seja como aquele chato do Imperium, ele vive querendo mandar na gente, outro dia queria me impedir de construir um anexo para fazer raves só porque as luzes iam atrapalhar o céu noturno” Disse o Epilarus
“Anexo?” Perguntei
“Sim, anexo, sabe, expandir a casa para fazer outras coisas, sempre bom ter mais espaço” respondeu como se fosse a coisa mais comum do mundo
“Epilarus, acho que o Primus vai contar sobre isso a ele também, vamos prosseguir e parar de perturbar o menino” disse Serenus enquanto continuava a caminhada
“Todos vocês têm esses nomes esquisitos?” perguntei a Epilarus enquanto seguíamos escada abaixo
“Bom, todos nós em tese temos nomes iguais, menos um ou outro que resolveu trocar de
nome, mas a gente usa esses “títulos” como nomes para facilitar a comunicação,
entendimento e outras coisas mais, tá ligado?”
“Nomes iguais? Qual o nome de vocês?”
“Isso aí você vai ter que perguntar pro Primus, eu já te perturbei demais, capaz de levar uma bronca se continuar assim.” Disse ele com um sorriso “E eu não quero perder o dia com bronca, tenho coisas a fazer”

Minha atenção foi desviada para a construção para a qual estávamos indo, parecia muito com a basílica de São Pedro, só que a pedra usada era cinza, ao redor dela havia uma espécie de jardim circular, cheio de árvores e fontes, a escada pela qual estávamos descendo acabava numa espécie de caminho pavimentado, uma caminhada aparentemente média até o prédio. A gente começou a caminhada, notei que Epilarus tinha diminuído o falatório, parecia estar procurando por algo, olhando de um lado pro outro toda hora, então Serenus tomou a liderança na conversa, acho que para me manter calmo.
“Fique calmo, o Primus é bem calmo, mais calmo que eu até, ele só vai te explicar como as coisas funcionam aqui, acredite, você ficaria muito mais confuso se a gente tentasse te explicar”
“Mas, por quê? Por que vocês não podem me explicar?”
“Porque nem mesmo nós entendemos direito porque estamos aqui, eu provavelmente daria uma explicação lenta e divagante enquanto o Epilarus ficaria fazendo galhofas e não chegaria a lugar nenhum” disse Serenus, ele olhou pra Epilarus e deu um sorrisinho “Tá procurando ele,
Epilarus?”
“Sim, estou, afinal ele é my best friend and partner, nós somos...”
“Best friends in the world, eu sei, eu sei” completou o Serenus “Ele deve estar falando com o Primus, ou já deve ter saído, fica calmo, ele não fugiu não, não tem motivo nem forma de sair daqui mesmo”
Meu coração falhou uma batida, eu havia esquecido minha situação ali
“Motivo ou forma? Como assim?” perguntei trêmulo
“O Primus vai explicar, falando nisso, olha ele vindo lá, Epilarus” disse o Serenus apontando
para mais na frente no caminho.
A porta dupla de madeira da construção tinha aberto, e dela estava saindo um rapaz um pouco menor que eu e até mesmo menor que o Serenus, tinha um cabelo negro liso só que mais longo que o meu, parecia cabelo de emo, tinha até uma quase-franja, usava umas roupas negras, camisa preto, casaco preto, calça preta, até o que pareciam ser uns tênis pretos, ele andava meio lento com a cabeça um pouco inclinada pra baixo, como se estivesse com desgosto de alguma coisa, minha análise dele foi interrompida por Epilarus
“OOOOOOOOOOOOH!” Gritou ele correndo em direção ao recém-chegado “Instabileeeeeees! My best friend and partner!” Disse ele dando um abraço no outro e, provavelmente quase o matando do coração.
Virei para Serenus, sem saber como reagir aquela situação, ele apenas deu um sorriso de volta e continuou andando, fazendo sinal para que eu fosse atrás dele, após alguns segundos, alcançamos os dois, Epilarus estava conversando com o rapaz, quando viu que havíamos chegado ele deu um passo pro lado e me apresentou.
“Observe, Insta, esse aqui é o nosso mais novo camarada, o Ordo, ele chegou hoje mesmo”
“Ah... Que bom, eu acho, que você está aqui conosco, Ordo, sou o Insta, muito prazer” disse ele estendendo a mão dele para eu apertar, a voz dele era muito parecida com a minha também, só um pouco mais baixa, não tanto quanto a do Serenus, mas mais baixa, eu apertei “Muito prazer, Insta, muito bom te conhecer” disse enquanto apertava, após soltarmos nossas mãos, notei que a roupa dele também tinha um espaço após o cotovelo, onde dava pra ver outra marca, essa aparentava ser uma representação de uma cérebro, abaixo eu conseguia ler
“INSTABILES”, tudo isso com uma cor que parecia mais escura do que a que marcava meu braço. “Bom, o negócio é o seguinte, Ordo, boa sorte lá com o Primus, diga que mandei um abraço, mas provavelmente ele já sabe que eu disse isso, então não precisa fazer nada, eu vou indo nessa com meu amigo aqui, até mais” Disse ele enquanto se despedia fazendo sinal para o Insta ir atrás dele, o Insta deu uma despedida rápida e foi atrás dele, os dois saíram conversando pelo caminho.
“Bom, Ordo, é aqui” disse Serenus, eu olhei pra ele e ele estava na frente da porta, olhando pra mim “ Vá lá falar com o Primus, não tenha medo, ele não vai lhe fazer mal algum”
Assenti com a cabeça e me dirigi à porta, coloquei a mão na maçaneta abri e entrei.

Só fui parar para olhar o lugar quando entrei, e era mais um mindblown, se bem que minha mente já havia explodido tantas vezes naquele dia que nem fazia mais diferença, vi-me em um corredor, o piso parecia um grande tabuleiro de xadrez, preto e branco, as paredes tinham quadros afixados nelas, dos dois lados, entre os quadros haviam estátuas, isso não era o mais intrigante, o mais intrigante era que todos os quadros eram eu, eu em diferentes épocas, eu reconheci à minha esquerda um quadro de quando eu era criança, e à minha direita uma outra imagem minha na mesma época, as estátuas também eram minhas, de novo em diferentes épocas da minha vida, e quando eu olhei para cima não conseguia enxergar o teto, as paredes pareciam seguir infinitamente para cima, e de lá de cima emanava uma luz branca que iluminava o lugar inteiro. Mesmo não entendendo nada, eu comecei a caminhar, algo dentro de mim me dizia pra continuar andando, eu ficava observando os quadros, tentando entender o que faziam ali ou achar algo que mostrasse que não era eu naquelas fotos, mas só conseguia me confundir mais, fiquei devaneando enquanto caminha pelo que me pareceram segundos, só que quando olhei pra frente vi que estava saindo do corredor e adentrando um grande salão redondo, nesse as paredes só iam até um determinado ponto de altura, depois acabavam e davam vista para o que tinha ali, nos raros momentos que eu conseguia enxergar o que parecia ser o plano de fundo, era branco, mas normalmente flashes de várias cores passavam, vermelho, azul, preto, as vezes era um único raio solitário na paisagem branca, outras vezes era um brilho que ocupava uma boa parte de tudo, outras vezes eram vários raios se chocando, ou brilhos competindo por espaço, um show para matar qualquer epilético, fiquei ali hipnotizado por alguns segundos por aquele espetáculo, até que olhei para o centro da sala, ali havia uma espécie de fonte, só que sem o item de jorrar água, apenas a bacia de pedra, eu continuei caminhando e me aproximando daquilo, quando estava a poucos passos, um feixe cinza desceu da confusão colorida acima de mim e atingiu a água da fonte, eu recuei temeroso, aquele feixe ficou alguns segundos girando como um furacão, até que ele começou a tomar uma forma, uma forma humanoide, e logo eu estava olhando para mim mesmo, vestido no que parecia ser uma túnica cinza, com uma expressão neutra no rosto, ele falou comigo, e sua voz era exatamente igual à minha, não muito semelhante como as dos outros, exatamente igual.
“Bom, Natanael, acho que aguarda ansiosamente por respostas, mas antes, bem-vindo aoSantuário das Faces”



Nota de criador:
Obrigado por sua leitura, mas existe mais algo que gostaria de pedir, se pudesse colocar o seu entendimento da situação que o protagonista passou na história em seu comentário, ficaria muito feliz, para ver o que a galera consegue interpretar daí.
Nintendao
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''As palavras saíram como balas de metralhadora, matando o Epilarus e me acordando do coma ''
Rafaklbvr
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Nintendao a dit :
''As palavras saíram como balas de metralhadora, matando o Epilarus e me acordando do coma ''

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Final secreto rapaz, todo jogo que se preze tem um
Kinhusxd
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Atenção: pode conter spoilers sobre o texto acima
Nintendao a dit :
''As palavras saíram como balas de metralhadora, matando o Epilarus e me acordando do coma ''

kkkkkkkk eu também diria que é uma "experiência de quase-morte" (EQM), mas não sei. Você traz algumas referências históricas e religiosas ao longo do texto também. Talvez tenha alguma influência da maçonaria ou teorias conspiracionistas como Illuminatis? Talvez seja um texto inspirado nos livros de Dan Brown? Não consigo dizer.
O texto é muito misterioso e essa característica permanece até o final do texto. Quando acreditei que teria uma revelação, o autor decide manter o mistério e apenas justifica o título adotado para o texto.
Aparentemente, o texto exige alguns conhecimentos para melhor compreensão, sendo que eu não tenho tais conhecimentos. Confesso que pesquisei na internet até o nome que você escolheu para as personagens e não obtive resultados significativos. Desde que chegou lá, o protagonista foi chamado de "Ordo" mas, ao final, as imagens de sua vida retomam a nomenclatura do "Natanael". Não consigo colocar meu entendimento porque não entendi tanta coisa. kkkkkk É o tipo de leitura que merece uma continuação! De qualquer forma, parabéns pelo texto! É um texto bom de se ler. :)
Rafaklbvr
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Kinhusxd a dit :
Comentários sob a perspectiva de um mero leitor
Atenção: pode conter spoilers sobre o texto acima
Nintendao a dit :
''As palavras saíram como balas de metralhadora, matando o Epilarus e me acordando do coma ''

kkkkkkkk eu também diria que é uma "experiência de quase-morte" (EQM), mas não sei. Você traz algumas referências históricas e religiosas ao longo do texto também. Talvez tenha alguma influência da maçonaria ou teorias conspiracionistas como Illuminatis? Talvez seja um texto inspirado nos livros de Dan Brown? Não consigo dizer.
O texto é muito misterioso e essa característica permanece até o final do texto. Quando acreditei que teria uma revelação, o autor decide manter o mistério e apenas justifica o título adotado para o texto.
Aparentemente, o texto exige alguns conhecimentos para melhor compreensão, sendo que eu não tenho tais conhecimentos. Confesso que pesquisei na internet até o nome que você escolheu para as personagens e não obtive resultados significativos. Desde que chegou lá, o protagonista foi chamado de "Ordo" mas, ao final, as imagens de sua vida retomam a nomenclatura do "Natanael". Não consigo colocar meu entendimento porque não entendi tanta coisa. kkkkkk É o tipo de leitura que merece uma continuação! De qualquer forma, parabéns pelo texto! É um texto bom de se ler. :)

Primeiramente, obrigado por se dar ao trabalho de ler a mini-bíblia, tava com medo que quem fosse ler acabasse morrendo no processo kj.
Eu realmente não estava me inspirando em nenhum livro ou coisas do mundo real quando escrevi isso, apenas em uns devaneios que eu tenho muito regularmente sobre uma certa possibilidade envolvendo a psique humana, aí aproveitei que eu estava sem nada pra fazer e joguei no papel pra participar do torneio.
Uhum, eu planejava escrever mais algumas coisas nessa última parte, só que eu vi que o texto tinha ficado tão grande que resolvi acabar ali mesmo pelo bem dos leitores e dos meus dedos.
A verdade é que o método que eu usei para escolher o nome dos personagens fica na fronteira entre muito difícil de descobrir e estupidamente óbvio, um pouco de conhecimento sobre um certo assunto pode mostrar a simplicidade da forma de escolher o nome, não sei se devia revelar o método aqui pra você poder avançar seus entendimentos sobre o texto ou se deveria manter em segredo kj
Mas, obrigado por seu tempo, eu realmente agradeço por sua análise e fico feliz em saber que gostou.
Xdbr
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era pra ler?
Rafaklbvr
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Xdbrplays a dit :
era pra ler?

Acredito que sim
Aegismash
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Eu li "Santuário das Fezes" por um momento.
Porra rafa, vendendo seu peixe mal já.
Rafaklbvr
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Maquicosa Doublame
Você que precisa tirar pensamentos podres da cabeça rapá
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