[Concurso] 35 minutos |
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Primeiramente, eu peço desculpas para as partes mais confusas e para o que ficou meio em aberto. Estejam abertos a interpretação, então, por favor. Não tive tempo de revisar o texto, então também é possível que hajam erros (bobos, que espero do fundo do kokoro que não considerem, como "era x horas" etc. kk) e repetições. A história tá na outra aba, mas também tenho um link para ela no Dropbox, porque o texto aqui tá horrível. Tive que fazer correndo porque deixei pra última hora e fiquei um TEMPÃO escrevendo então espero msm q gostem. USEI O PROMPT 5) Você espera pelo trem, que está quase chegando. Um homem pega seu braço, te entrega um celular tocando e se joga nos trilhos. 35 minutos Acordei às 5 horas, como todo dia, depois de sonhos confusos, que envolviam poderes e reinos medievais com muita magia. E como todo dia, ligeiramente atrasada. Levantei um pouco a cabeça para olhar para a janela do lado oposto. Por uma pequena fresta entre duas portas, um vento frio entrava no quarto e refrescava o meu rosto. O dia ainda estava escuro, então me soltei na cama e fechei os olhos novamente. Menos de 10 segundos depois, me levantei e sentei na cama. Bocejei forte, abrindo a boca como um leão. Havia dormido pouco, conversando por mensagens com Melissa. Ela era minha melhor amiga, mas acho que o fato de me deixar acordada até a madrugada sabendo que eu teria que acordar cedo era um pouco egoísta. Finalmente, levantei da cama, calcei minhas pantufas grandes demais e fui arrastando até a janela. Abri-a e respirei fundo o ar, antes de ter que fechar quando começou a ventar forte um ar gelado. Corri para me arrumar rápido, tomando um banho sem cuidado. Depois, comi algumas torradas e bebi um café com leite que havia guardado na geladeira na noite anterior frio mesmo. Havia uma prova, e eu não podia me atrasar. Dei um beijo na minha mãe, ela gemeu um "não está escuro demais, filha?", ao que eu respondi, gritando enquanto corria escada a baixo. — Não — menti. Geralmente, quando eu saía, não estava escuro mesmo. Chego atrasada na escola desde que fui estudar longe. Abri a porta e um vento gelado voou para dentro de casa com força, balançando as cortinas da sala e fazendo um barulho de assobio. Puxei uma jaqueta pesada do cabideiro ao lado da entrada, vesti rápido, puxei um gorro do bolso dele e enfiei na cabeça. Coloquei a mochila nas costas e saí. O vento forte parecia querer impedir que eu saísse de casa, mas eu lutei, e ele foi ficando mais leve. A essa altura, já tinha bagunçado a parte do meu cabelo exposta, o qual eu mal tivera tempo de passar a mão antes. Minha casa ficava bem próxima à estação de trem, então eu ia andando até lá. Perto da entrada, haviam algumas lojas. Parei na frente de uma que vendia produtos eletrônicos para dar uma olhada em uma televisão, como fazia todo dia, para assistir ao noticiário. Geralmente ficava lá alguns minutos, enquanto digeria meu café da manhã. Mas desta vez, só olhei por alguns segundos, com talvez a notícia mais interessante que eu vira em todo este tempo: um tornado estava se formando numa área próxima. "...Um pequeno tornado está em processo de crescimento numa parte inabitada da cidade, porém poderá atingir alguns bairros da proximidade, como o Distrito 3 e o Distrito 4, com menor intensidade. Mesmo assim, o governo municipal já iniciou um processo de evacuação nas áreas, que serão transferidas para abrigos temporários. A seguir, continuam em várias cidades do país, protestos que reclamam da privatização de empresas estatais..." Além do próprio, os nomes dos distritos da Cidade Oeste também eram sem graça. Voltei ao meu caminho, pouco preocupada. Não conhecia ninguém dos Distrito 3 ou 4, e morava no 17, muito longe daqueles. A cidade era enorme, e acontecer algo desse tipo lá era como acontecer em outro estado. Mostraram uma imagem do tornado se formando na tela e eu pensei ter visto um brilho azul. Sacudi a cabeça e fui embora. Corri a escada da estação, passando por uma garota com cara de colegial ruiva cheia de sardas no rosto num terninho segurando várias sacolas grandes, e, por algum motivo, achei engraçado. Bebi um gole de água e passei meu cartão rapidamente na máquina. Olhei meu relógio enquanto descia os degraus para a plataforma: 5 horas e 25 minutos. Fui rápida, até. Sentei numa cadeira. A estação estava mais vazia do que quando eu geralmente via ela, com talvez uma dúzia de pessoas. O céu estava mais claro agora, e a luz solar subia com rapidez. Bebi um gole de água de novo. Peguei um livro grande que estava lendo da mochila e comecei a folheá-lo, a procura da página na qual havia dormido na noite anterior. Achei a página. Bebi mais um gole de água. Estava tensa. Não conseguia focar direito na leitura. Li repetidamente um "tudo bem com você?" como se não fizesse o menor sentido. Olhei para os lados. Uma pessoa estava em uma área pouquíssimo iluminada da estação, bem no finzinho dela. Parecia olhar para mim, mas eu não conseguia ver o seu rosto. Voltei os olhos para o livro, mas nem tentei ler. Bebi toda a água da garrafa. Fiquei com vontade de fazer xixi. Cruzeis as pernas forte. Olhei para a silhueta escura da pessoa no fundo da estação. Ela continuava a olhar. Respirei fundo. Meu coração batia rápido. Eu estava muito nervosa e nem sabia o por quê. Haviam pessoas sentadas no mesmo banco que eu. Abri um pouco a jaqueta e me abanei com a camisa pouco confortável da escola. Não estava com calor e muito menos precisava de ajuda para receber vento, mas isso e a minha incrível e repentina vontade de ir ao banheiro pareceram me deixar menos nervosa. Meu trem chegou. Relaxei o corpo, em alívio, expirando e olhei para o relógio: 5 horas e 30 minutos. Levantei. O trem, não muito grande, parou longe da pessoa que estava no fundo da estação, então ela começou a andar em minha direção. Eu escutava seus passos em algum lugar no interior de minha mente, e a cada, eu ficava mais nervosa. Eu era a única na porta mais à frente do trem, então eu fui a primeira pessoa à qual ela chegou perto. Para ser verdade, era um homem. Tinha barba falha, provavelmente menos de 30 anos. Era bonitinho e admito que até soltei um sorriso, embora seu capuz cobrisse toda sua testa e deixasse-o com uma cara assustadora. Ele não olhou para mim. As portas do trem se abriram. Comecei a andar, quando senti algo segurar minha mão. Ele. Ele estava apertando minha mão com força. Olhei-o: seu olhar estava vidrado em meu rosto, mas parecia não transmitir nada demais... Apenas talvez um pouco de surpresa. Tentei soltar-me dele, mas ele não deixou. Comecei a abrir a boca para gritar, mas o homem apertou minha mão com tanta força que a senti estalar. Gemi de dor baixinho. Fiquei um pouco menos apertada para ir ao banheiro. As portas do trem se fecharam. O homem mexeu no bolso de seu casaco com rapidez, como se tivesse acabado de se lembrar de algo. Pegou alguma coisa e botou em minha mão, com força, e correu para onde estivera, no fim da estação, e ficou lá, parado. Não havia entendido nada, e meu coração parecia estar batendo mais forte do que quando ele me abordara. Menos nervosa, xinguei o homem bem alto quando o vi pular na frente do trem. Simplesmente se jogara. Surpresa, soltei um grito. Se não morrera com o impacto, que o empurrou para longe, provavelmente morrera triturado quando caiu sobre trilhos. O trem continuou a andar, como se nada houvesse acontecido. Olhei em volta. Fora um faxineiro com fones subindo as escadas, não havia ninguém lá. Minhas pernas começaram a bambear um pouco e eu quase caí. Queria sentar-me, mas não conseguia. Só fiquei lá, tremendo, muito mais de medo do que de frio. Olhei para o objeto que o homem me dera, só agora prestando atenção. Era um celular, daqueles mais antigos, com teclado analógico. Sua tela brilhava forte, como um desrespeito ao seu antigo dono. E começou a vibrar. Alguém estava ligando para ele. Por alguns segundos, só olhei para o celular sem saber o que fazer. Sentei no banco em que estivera. Atendi e lentamente pus o fone no ouvido. — Está errado, Miriella. Está tudo errado. Faça direito dessa vez... Eu estou aqui... — a voz do outro lado da linha falou, uma voz irreconhecível, estranha, distorcida. Miriella. Meu nome. Deixei o celular cair no chão. A tela dele apagou instantaneamente. Apertei os olhos, nervosa. Abri-os, depois de alguns segundos. E acordei às 5 horas, como todo dia, depois de sonhos confusos, que envolviam poderes e reinos medievais com muita magia. De novo. Fiquei olhando por um tempo para o teto, absorvendo tudo aquilo. Levantei o corpo rapidamente e fiquei sentada na cama, olhando para a janela, com o olhar desfocado. — Um sonho? - sussurei para mim. Não parecera. Meu coração batia forte. Fiquei ali parada, por um tempo antes de levantar-me e andar até a janela. Respirei o ar. Mas ele estava muito gelado e ventava forte, então fechei a janela. Me arrumei rápido, engolindo o café da manhã enquanto corria pelos corredores, sem tirar o sonho da cabeça. Beijei minha mãe e estava prestes a sair, mas lembrei-me do sonho. Peguei a minha jaqueta pesada do cabideiro e vesti-a. Saí, mas o vento lutava contra mim no começo do caminho. Um pouco mais a frente, parei na frente da loja de produtos eletrônicos, como todo dia. Uma notícia anunciava um furacão na minha cidade, como no sonho. A notícia era idêntica à do sonho. Sacudi a cabeça e bebi um gole de água. Ao descer as escadas para a plataforma, olhei para meu relógio de pulso, que indicava 5 horas e 24 minutos. Parei. Olhei para trás. Depois de um tempo, uma garota repleta de sardas em um terninho, idêntica a que eu vira no sonho, começou a descer desajeitada, segurando várias sacolas cheias, a escada. Virei para a frente e comecei a andar rapidamente. Andei até a cadeira que havia sentado no sonho. Olhei para o fim da estação. A silhueta do homem não estava lá. Fiquei nervosa e não consegui ler meu livro. Acabei com minha garrafa de água rapidamente. O trem chegou, com uma janela aberta no primeiro vagão fazendo barulho com ajuda do vento congelante. Eu levantei-me e olhei em volta. Nenhuma pessoa encapuzada ou estranha. Expirei o ar e já estava mais relaxada quando entrei no trem. Fiquei em pé por um tempo absorvendo o ar de um ambiente seguro. Meu vagão estava vazio. Ou quase. Assim que as portas se fecharam, alguém fechou a minha boca por trás com a mão. Virou-se com rapidez e me apertou contra a parede do trem. Eu nem tentei gritar, mal reagi. A pessoa, encapuzada, a qual só pude perceber que era um homem, diferente da pessoa do primeiro sonho, me estendeu a mão com um celular. Eu não peguei. O aparelho tocou. A pessoa encapuzada mexeu com rapidez em umas teclas, parecendo irritada e colocou o aparelho no chão. Em seguida, subiu na janela aberta de qualquer jeito, ficando bem apertada e pulou sem pensar muito. Gritei, mas minhas palavras voaram com mais velocidade que o vento que entrava pela janela. Desequilibrei-me enquanto o trem corria e escorreguei no celular no chão. Ele mostrava o número de quem fizera a ligação: 21456. Uma voz saiu, no viva-voz, do aparelho: — De novo, Miriella. Por favor, eu sei que você consegue - desta vez, a voz estava muito mais clara. — Essa voz! — eu peguei o telefone e coloquei-o no ouvido — Alô! Por favor, responde! Eu te conheço? Alô?! O celular parecia ligado do outro lado da linha, mas ninguém respondia. Estranhamente, parecia haver barulho de trem lá também. Eu suspirei, decepcionada. Eu reconhecera a voz. Uma voz feminina. Mas não sabia de quem era. Se tivesse falado mais um pouquinho... E, para piorar, a última palavra que a pessoa dissera ficara distorcida. Apertei os olhos, como sempre fazia para absorver as coisas. E abri-os. E eram 5 horas da manhã. E eu estava na cama. De novo. Levantei a cabeça na mesma hora. Fiquei muito nervosa. Abri a janela, respirei o ar gelado, mas ele pareceu realizar um choque térmico com o interior meu corpo, então fechei-a e sentei-me debaixo dela, tentando absorver tudo. Apertei os olhos, testando. Mas tudo estava no mesmo lugar e eu não estava de volta na cama quando abri-os. Me arrumei, beijei minha mãe na testa e já estava na porta. Hesitei. Peguei um casaco, andei até a cozinha, peguei uma faca com ponta e enrolei-a num pano. Em seguida, coloquei-o na mochila. Saí com o vento gelado me empurrando para trás. Parei na frente da TV: um tornado iria passar no outro lado da cidade. Fui até a estação. 5 horas e 23 minutos. Parei na escada. Um pouco depois, uma garota ruiva cheia de sardas num terninho começou descer os degraus. Suspirei. — Oi, queridinha? Poderia me ajudar? — ela me perguntou — Só fique de olho nas minhas sacolas enquanto vou comprar um pacote de salgadinhos, por favor? — e botou-as no chão. — É que eu mal consigo procurar o dinheiro com todas elas, e subir tudo de novo vai ser difícil. O trem ainda vai demorar uns 5 minutos para chegar. — Ah, tudo bem — respondi, impressionada. Nos outros dois "sonhos", ela não falara comigo. Mas, de fato, na primeira vez eu havia passado por ela subindo as escadas para a estação e na segunda nem havia chegado perto dela. Ela subiu e desceu correndo velozmente. — Obrigada, tá? — e me estendeu um pacote de salgadinhos — Para retribuir o favo. — Ah, não precisa... — disse, com o pacote na mão. Ela colocou todos os sacolões em seu braço junto com a bolsinha que levava em volta do corpo e falou. Ah, precisa sim. Nessa idade, a gente sente muita fome. E bateu na minha calça levemente, como um ato de carinho, já que não havia como ela estender o braço até o ombro. Ela saiu aindando. — Você não parece muito mais velha que eu — sussurrei, abrindo o pacote. Na plataforma, fiquei muito nervosa, procurando comer todo o salgadinho e beber toda a água para ver se passava. Não peguei meu livro dessa vez. Ás 5 horas e 29 minutos, me levantei e olhei em volta. Ninguém encapuzado. O trem parou. Botei a cabeça para dentro do trem com cuidado, olhando em todas suas direções. Desta vez, não havia ninguém mesmo. Sentei-me. Nada de estranho acontecia. Fiquei relaxada. Acomodei-me no assento e fechei os olhos, mas senti algo se apertar no bolso da minha calça contra o banco. Botei a mão, achando estranho que não houvesse percebido antes, mas minha calça de frio era bem brega e grande, com bolsos fundos que mal encostavam no corpo. Era um celular. O mesmo celular dos outros dois "sonhos". Ele não tocou. Esperei alguns segundos. E então digitei 21456. A ligação não foi atendida Um estrondo de furar os tímpanos soou por todo o trem e eu fechei os olhos, me encolhendo, assustada. Minha mão apertou o celular com muita força. Enquanto o som ainda ressoava, olhei para o outro vagão, de onde o estrondo havia vindo. Mas na verdade, ele apenas passara por ali. A origem havia sido o último do vagão do carro. Pelo menos parecia, já que este estava pegando fogo e completamente destruido. O celular, ainda na minha orelha, parou de fazer o som da discagem e finalmente alguém atendeu: — Não, Miriella... Por favor... Tente... Eu estou aqui... — a voz... Melissa... Deixei o celular cair no chão e ele quebrou, estilhaçando o vidro da tela. Haviam 3 pessoas no vagão anterior ao meu, tão surpresas quanto eu. E começaram a ficar desfocadas e a desaparecer...e sumiram, como se nem houvessem existido. A luz do trem apagou, embora ele, apesar da destruição no vagão do fundo, continuasse a se locomover. Coisas tremiam e pulavam dentro do trem. Olhei pelas janelas e até a paisagem estava estranha. Árvores saíam e voltava ao lugar, as casas sumiam e apareciam 10 metros mais alto de onde haviam estado. Parecia que tudo estava travando, como um jogo. E ficava cada vez pior. Apertei os olhos e abri-os, mas nada aconteceu. Fiquei lá, olhando, esperando algo que nem eu sabia o que era, com medo de que algum negócio aparecesse na frente do trem e fizesse-o bater ou voasse em direção à minha cabeça. Então tudo desacelerou e começou a andar no sentido contrário, acelerando agora de maneira que eu não conseguia acompanhar. Menos de 10 segundos depois, eu abri os olhos, que nem me lembrava de ter fechado, no quarto, às 5 da manhã. Levantei. Abri a janela. Respirei o ar gelado. Melissa. A voz era de Melissa, a minha melhor amiga, com a qual eu havia passado a madrugada conversando. Me arrumei. Beijei minha mãe. Fui embora, com a jaqueta no corpo e dessa vez se faca. Tentei copiar todos os movimentos do primeiro sonho, tudo a seu tempo. Enquanto andava, pensei como o celular havia chegado no meu bolso e me lembrei da garota ruiva batendo nele com leveza. Verifiquei meu bolso da calça e não havia nada lá. Parei na frente da loja de eletrônicos enquanto passava a notícia do tornado. Vi a garota ruiva cheia de sacolas e subi um pouco depois dela, ultrapassando-a na escada, como na primeira vez. Ela não falou como. Desci as escadas e sentei no mesmo banco do primeiro sonho, sem sequer olhar para o fundo da estação enquanto andava. Tentei ler meu livro, mas, nervosa, não consegui. Bebi a água. Depois de um tempo, olhei para lá e vi a figura encapuzada. O trem chegou. A pessoa encapuzada andou em minha direção, com o celular naa mão. Puxei-o com rapidez e corri, discando 21456. A pessoa de capuz, surpresa, ficou parada. Ninguém atendia. Nada havia explodido. — Mas o que... — falei para mim mesma. O trem começou a se movimentar e a pessoa misteriosa foi para o fim da estação. Iria pular de novo. — Não! — corri na direção dela e consegui derrubá-la como um jogador de futebol americano, deixando o celular cair no chão. Tirei o capuz que sombreava o rosto. — Quem é você?! — e olhei. Mas não era a garota ruiva. Nem o homem do primeiro "sonho". E nem do segundo, já que desta vez era uma mulher. Eu não a conhecia e ela não falou nada. Só ficou se debatendo, tentando sair de debaixo de mim, olhando desesperada para o celular que discava em viva-voz. Soltei-a e ela se levantou rapidamente. Puxou um revólver e mirou-o na própria cabeça, atirando instantaneamente, sem ao menos pensar. A ligação foi atendida — Eu acho que você está entendendo.... Por favor, continue, Miriella... Eu estou aqui... — Melissa. De fato era Melissa do outro lado da linha. — Mel! — gritei. — Não sei o que está havendo, mas vai ficar tudo bem, OK? — mas o celular já havia sido desligado do outro lado. Pouco tempo depois, olhei para o meu relógio: 5 horas e 33 minutos. Fiquei observando-o até as 5 horas e 35 minutos, quando tudo desacelerou e começou a andar para trás. E eu "acordei" no meu quarto. Levantei-me, mas desta vez não abri a janela. Liguei meu computador e logo depois peguei meu celular. Liguei para o número de Melissa, para a casa dela, para o número de seus pais, para outros amigos. Como teste, tentei até para a polícia, e, embora houvesse sinal, ninguém atendia. Quando o computador ligou, abri um programa de chat pelo qual sempre conversava por voz com Melissa. Ela estava offline. Nossa última conversa havia durado mais de 3 horas. Por permissão dela, eu conseguia acessar e ouvir nossas conversas. Pus-me a escutar. — Oi, Mi. Tudo bem, fofinha? — Uhum, posso saber o motivo de me ligar a esta hora? De fato a voz que eu escutara no celular era a de Melissa. Pulei a conversa até lá para o fim. — ... Mas a Mia é muito chata, não sei como você consegue aguentar aquela menina... Seis. — O que são esses números que você fica falando? —Números? — É, números. De tempos em tempos você fala um número, na ordem mesmo: um, dois, três... o que é isso? Eu tava ignorando mas já tá estranho. — Ah, nada. Acho que meu TOC tá atacando de novo, sei lá. — Ah. Precisa dar um jeito nisso, antes que fique pior. — Sei. Sabe, é melhor você ir dormir. Já tá tarde. — Tá é cedo, era para eu dormir cedo para a prova e já tá de madrugada. — Ah, eu também tenho que sair, de qualquer forma. Às 5 e 35 eu volto. Você também volta. Preciso de uma ajudinha... para a lição de casa. — Sei... como se eu pudesse estar aqui a essa hora. Melissa soltou uma risadinha forçada. — Certo. Tchau, Mi. — Tchau, Mel. E a conversa acabou. Voltei-a um pouquinho. — Ah, eu também tenho que sair, de qualquer forma. Às 5 e 35 eu volto. Você também volta. "Você também volta." Não foi uma pergunta, e sim uma afirmação. Melissa não era do tipo mandona nem brincando. Mas não pareceu uma ordem. Ela só estava dizendo algo que já sabia. Mesmo sabendo que àquele horário eu devia estar à caminho da escola, ela afirmou aquilo 5 e 35... — O horário em que eu voltei! Em que tudo volta! — falei, alto demais. Mexi na gravação novamente, procurando quando ela havia falado os outros números. Foi um pouco difícil, mas consegui, depois usei um programa de edição para juntar o áudio de quando ela falava cada um dos seis números, mas não consegui captar nada. Tentei escrever, para ver se entenderia: Não... Minha pizza preferida é de calabresa... Um... O que você falou? Dois... Tudo é culpa daquela rídicula da Mia...Três... Ri mesmo, engraçadinha... Quatro... E agora ele nem quer mais saber de falar comigo... Cinco... Mas a Mia é muito chata, não sei como você consegue aguentar aquela menina... Seis. Mal havia começado a tentar procurar algum significado naquilo tudo e percebi as letras iniciais de cada frase. Se juntasse todas, formavam "notrem". "No trem", pensei. "Ela disse que precisava de uma ajudinha. Não deve ser lição de casa coisa alguma... 5 horas e 35 minutos, quando tudo volta. No trem..." — Eu estou aqui... Era o que ela dizia... Ela está no trem! Mas... Procurar todas as "mensagens" em 3 horas de conversa me custara tempo e já passava das 5 horas e 20 minutos... Pensei se deveria correr até a estação ou permanecer ali, procurando mais alguma coisa entre a minha conversa com Melissa. "No trem" era muito vago, algo me dizia que não ia ser simplesmente entrar lá dentro e encontrá-la para poder me explicar tudo. Seja lá o que fosse isso tudo, ela estava me dando chances de fazer direito, e eu não devia perder tempo. Se não desse certo tentar achar mais alguma coisa dessa vez, na próxima tentaria procurá-la. Fiquei procurando e não achei nada de demais. Suspirei. Olhei para o relógio do computador: 5 horas, 34 minutos e 55 segundos. Fechei os olhos instantaneamente. Esperei meio minuto antes de abri-los. Mas eu não estava na cama. Agora, estava lá, parada na cadeira do computador, confusa. Ouvi um barulho alto vindo de fora. Ele continuava, e ficava mais alto Olhei pela janela mas não vi nada de estranho. Desci as escadas, peguei minha jaqueta no cabideiro e saí. Não ventava muito. O barulho continuava, e parecia vir dos céus, como uma grande tempestade. Andei até a estação, esperando encontrar lá algo que me ajudasse, mesmo não fazendo ideia do quê. Então, o barulho aumentou tanto e tão repentinamente que eu levei um susto e olhei para trás: uma escuridão engolia tudo atrás de mim, e vinha na minha direção. Rastejava como uma sombra, cobrindo tudo pelo qual passava, deixando um rastro de destruição às casas e ao asfalto que parecia ser o de um monstro invisível. Quanto mais ela chegava perto de mim, mais as coisas lá no fundo sumiam no preto completo. Ela começou a passar por minha casa. — Mamãe! — gritei. — Mas não havia nada que pudesse fazer. Comecei a correr até a estação. Já estava cansadíssima quando cheguei lá em cima, e o frio exterior e o calor do meu corpo ao mesmo tempo fizeram com que eu me sentisse mal. — O celular! — gritei, sobrepondo o som da escuridão engolindo tudo — O celu... —quando senti algo bater na minha cabeça com força, e eu caí no chão. Vi alguém pulando por cima do corrimão da escada que dava para a estação. Alguém encapuzado. — Não... — gemi, deitada. Mas, de novo, não havia nada que eu pudesse fazer. Aí eu ouvi algo tocando... um celular. O mesmo celular dos outros sonhos estava em cima de meu peito.Peguei-o e atendi à chamada. — Não, Mirella! O que você está fazendo? Está tentando nos matar? — Como da primeira vez, a última palavra saiu distorcida. O vento começou a andar no sentido contrário... Acordei. Mas não era mais 5 horas em ponto. Era 5 horas e 8 minutos. "Então... Se eu me atraso lá... Aqui eu também fico atrasada...", pensei. Me arrumei com velocidade e saí de casa como uma garota do ensino médio normal. Tentei repetir tudo como no primeiro sonho. A pessoa encapuzada estava no fim da estação. Mas eu escolhi outro vagão, com mais pessoas. A pessoa misteriosa veio em minha direção, e eu corri assim que todos as portas se abriram, tentando olhar no máximo de vagões. A pessoa só ficou me observando. Quando as portas estavam prestes a se fechar, eu gritei: — Jogue! — e ela, depois de pouco pensar, jogou o celular pra mim num segundo antes de as portas se fecharem. Continuei a procurar pelos vagões do primeiro carro e não encontrei Melissa. O mais interessante que eu vi fora um cartaz muito estranho de uma pizzaria. Olhei para os lados, pensando. E um estrondo. Uma explosão. Minha visão embaçou e eu simplesmente senti nada. De volta ao meu quarto, às 5 horas e 8 minutos. Levantei-me, raciocinando. "Essa explosão... eu pensei que havia sido por que eu tinha ligado, mas... ela deve acontecer de qualquer jeito... então eu morri. Mas dessa vez eu não atendi o telefone, ninguém me ligou... Será que eu estava perto". Abri a janela e deixei entrar o ar gelado como nunca em meus pulmões. — É isso! É isso! Ela não está no trem! Segui todos os passos da última vez, até a parte em que a pessoa misteriosa me jogou o celular. Então, guiei-me até o último vagão do carro, onde o cartaz estranho de uma pizzaria estava, com um desenho de um gato com um enorme bigode negro. Nele, estava escrito assim: De que sabor você gosta? O que você falou? Você gosta de pizza de calabresa? Haha! Então pare de só dizer e vem comer aqui! Você vai comer pizzas de todos os sabores, até não aguentar mais. Miau! 21456. Pensando bem, era como se cada uma daquelas frases enumeradas que eu havia encontrado na minha conversa com Melissa tivesse relação com aquele cartaz, como se alguém tivesse usado algumas das palavras das "mensagens" para montar aquele cartaz, ou o contrário, usando a sequência 2 - 1 - 4 - 5 - 6, como no número pelo qual Melissa falava comigo. Tentei botar a mão sobre o cartaz, mas ele estava esticado dentro de uma caixa de plástico de proteção que fechava-o e deixava um espaço entre o papel e a parede do trem no fundo. A caixa parecia grande demais para o cartaz. Passei a mão pelo objeto à procura de algum buraco. Olhei em volta, e não havia ninguém. Subi num dos bancos do lado da caixa de plástico, e vi que havia uma parte aberta por ccimaa. Puxei o cartaz, esperando que lá dentro tivesse algum objeto. Mas nada. Só escuridão. Escuridão até demais O que acontecia é que o cartaz tampava um grande espaço negro, que parecia ter sido feito por tinta, no trem. Estiquei a mão por dentro da caixa e toquei-o, esperando nada mais que sentir a parede, mas não a senti. Senti apenas o vazio, como um buraco. Dei meu jeito para trepar e me apertar para dentro da caixa. Olhei para dentro. Lá era totalmente escuro e vazio. Mas o relógio do meu pulso indicava 5 horas e 34 minutos. Pulei, torcendo para encontrar um chão do outro lado. E encontrei, caindo e machucando-me um pouco. — Miriella! — eu só escutei a voz de Melissa me chamando. Ela estava lá. Estávamos na estação do Distrito 17 da Cidade Oeste. Mas estava tudo parado: os trens e as pessoas — Então você entendeu? Entendeu tudo?! Você é inteligente, eu ia sabir que conseguiria! — Na... na verdade, não. O que aconteceu? Você tá bem? — Vai parecer tudo muito estranho, mas... OK. "Hoje, bem cedo, eu ia visitar meu irmão para o aniversário dele. Se lembra de que eu havia dito isso? Enfim, eu entrei neste trem. Que está chegando. O mesmo que você pegou. Mas havia uma bomba nela, bem no vagão onde eu estava. Atrás do cartaz da pizzaria. Quer dizer, eu acho. A explosão e um brilho azul foi a única coisa que consegui absorver antes de morrer." — MORRER? Estamos no Céu?! Você me matou também?! "Não, calma. Eu acho que alguém tentou realizar um ataque terrorista de baixa escala. Talvez algum susto. Acredito que por causa da privatização da empresa de trem. Não sei se contavam que tivesse algum passageiro neste vagão, eu era única... Eu não sei, talvez não tenham me visto." Ela desfocou o olhar. Eu lembrei do noticiário falando sobre protestos sobre todo o pais. Embora radical, me pareceu fazer sentido. "Só que algo aconteceu... E eu... minha alma, não sei, estava viva. Você não tem ideia, eu pairei sem corpo, só algo metafísico, por várias repetições de 35 minutos, incontáveis. Aí eu vi o noticiário, a notícia do tornado e um brilho azul, idêntico ao que eu tinha visto antes de morrer. E eu não sei, você vai achar estranho, mas... eu acho que aquele tornado tem algo a ver com eu não ter morrido. O tempo volta... Quero dizer, ele abriu uma fenda temporal bem na hora em que eu morria para repetir esses 35 minutos exatos o tempo todo. Não... significa algo? Que eu não devia ter morrido?" — Quê? Isso é ridículo... Eu não tô entendendo nada... Fenda temporal? De onde você tirou essa ideia? — Eu acho que é isso, e eu estava sobre ela assim que morri. Ou seja, eu morri e não morri ao mesmo tempo... É estranho, mas... — É, muito estranho. Não vejo sentido em nada disso. "Então, é isso. Eu passei por essa fenda e fiquei presa nesse... lapso do tempo... Só que precisava de ajuda de alguém... alguém que me impedisse de entrar no trem... Então, eu percebi que uma água que eu levava na bolsa não estava tão gelada quanto deveria estar em só esses 35 minutos. Mas era a mesma garrafa de água. Imaginei se algo próximo de mim também não ficava afetado por esse lapso. E tentei com você. E funcionou, pelo menos, mais ou menos. Só da primeira vez, porque depois você esqueceu. Sendo uma criatura metafísica, descobri que conseguia ficar em mais de um lugar ao mesmo tempo, mas não conseguia afetar muito a realidade. Me esforçava muito para entrar no corpo de alguém, e nem sequer conseguia repetir a pessoa. Para piorar, a outra parte do meu corpo estava no celular, e eu não conseguia falar nada... nada mesmo, antes de abandonar a outra parte. Então eu abandonava a parte humana cometendo suicídio... no corpo de outra pessoa... para poder falar com você. E eu tentei gritar, tentei explicar tudo mas, novamente, não conseguia. Nada saía do que eu posso chamar de... boca Pareceu um jogo, pareceu que eu teria que esperar que você descobrisse sozinha... mas, você conseguiu, felizmente." — Não entendo. Mas e as mensagens? Aquilo de "no trem"? Como você me enviou o recado? "Eu descobri que se matasse toda a minha alma assim que, digamos, 'renascesse' eu recuperaria 35 minutos no tempo. Como quando você só conseguiu contato com o celular 8 minutos depois, e voltou 8 minutos atrasada. Eu só me adiantei muito até voltar ao outro dia. Tentei fazer com conversa rápida, te contar tudo. Mas não conseguia. Sempre que eu tentava, voltava às 5 horas... então tentei de um jeito muito discreto, e consegui. Não tentei mais do que "não trem. De qualquer forma, foi bom conversar com você." — "Não trem?" Não era "no trem"? - Sim... mais ou menos... a primeira frase tinha "não". Era para possuir um segundo sentido. Porque ao mesmo tempo que eu estava no trem, eu não estava. Ou estou. Estamos, no caso. — Então, que lugar é esse? — A fenda. Você está na estação ainda. Um tempo muito curto, talvez um segundo fica se repetindo aqui. Na última vez, tudo ficou mais lento e durou uns 8 minutos. Mas você... digamos, morreu... E esse tempo é o único em que meu corpo de verdade consegue aparecer, tem algo a ver com quando a fenda se abre e quando eu entrei nela. Deve ter demorado 1 segundo... — Então, esse buraco no cartaz...? — Simplesmente onde a fenda termina e começa. Não tem como sair dela. Você entra onde saiu. Na realidade, a minha ideia era fazer com que você se atrasasse, enrolando você com aquele papo. Eu não imaginei que o mundo todo ia começar a apagar... Consegui te atraiar até aqui, para você não ficar no trem, só para te indicar o que fazer. Você precisa acordar às 5, correr o mais rápido que puder, entrar no trem que chega aqui às 5 horas e 5 minutos, voltar, pegar o próximo que passará na estação anterior e me tirar do trem. — Isso? Só isso? Tão simples... — Sim. E se lembra quando eu falei que tentei adiantar o tempo para conversar com você? No mesmo dia, eu enviei falei com você pela primeira vez pelo celular, mas tive que esperar todas as horas, desde que paramos de falar até as 5 e 35. O tempo ficou consertando-se, e agora, novamente, só tenho 35 minutos. E eu acho que é isso que vai acontecer. Já gastamos quase 5 minutos aqui... Se o tempo seguir uma proporção, você já deve estar quase indo... — Mas... Eu ainda tenho perguntas? Como assim, você tava tentando enganar o tempo? Como se ele fosse algo pensante? Fenda? E quando eu te liguei e tudo começou a voar, e aparecer em outros lugares? Nada disso faz sentido! — Seu universo nesta fenda é parecer ser finito. Dá erro se você passa do tempo, dá erro se você for longe demais... Na primeira vez você não chegou a passar um minuto sequer, por isso talvez o tempo consertou-se sozinho. Por isso tenho medo... E tudo começou a regredir rapidamente. Melissa sumiu. Gritei: — DO QUE VOCÊ TEM MEDO? COMO EU VOU SALVAR AS OUTRAS PESSOAS? Acordei no meu quarto às 5 horas. Reagi rápido: corri do quarto, peguei a jaqueta do cabideiro e fiz o que Melissa me pedira: fui até a estação, do Distrito 17, peguei o trem e voltei. Quando o trem de Melissa chegou, pouco mais de um minuto depois, cheguei perto dela e anunciei rápido que precisávamos ir embora. — Não, Mel, eu não vou sair! Preciso chegar antes que meu irmão acorde! O que você está fazendo aqui? Por que quer que eu saia? — Tem uma bomba aqui! — Bomba? Você tá maluca? — Por favor, me ouça... A porta do trem se fechou. — Certo, então só vamos para o primeiro vagão do carro, OK? Não quero ficar aqui por muito tempo.— e puxei-a. No caminho, contei para as poucas pessoas sentadas que o maquinista havia pedido pelo rádio que as pessoas fossem para o primeiro vagão, e elas acreditaram e foram para lá. Quando as portas do trem se abriram de novo, na estação do Distrito 17, eu já havia convencido Melissa a sair, dizendo para que ela confiasse em mim. Ela suspirou e concordou. Ninguém entraria no vagão que explodiria nesta estação, então não me dei ao trabalho de contar a ninguém para que saísse do trem. Tudo sairia natural. Seria muito suspeito se uma garota tentasse fazer com que várias pessoas saíssem do trem e ele explodisse depois. Eu olhei para uma das câmeras do transporte, antes de sair, pensando na situação fictícia. Falei para Melissa que iria tentar pegar um ônibus para ver se conseguia chegar na escola a tempo. Consegui, mas, cansada, acabei fazendo uma prova ruim. No horário do intervalo, peguei o meu celular e percebi que Melissa estava me ligando, sabendo agora da explosão no trem. Ela me fez várias perguntas, mas eu nem sabia como responder. Depois de 5 minutos de conversa, eu desliguei o telefone. Então percebi que minha mãe havia me enviado um mensagem por voz. Eu coloquei o alto-falante do celular bem na frente do ouvido. — Filha, onde você tá? Vi você saindo de casa correndo sem nem ao menos dar tchau! Você sempre me beija antes de sair, achei estranho... Você não atende o telefone... Nem com mochila tava... Sendo que nem tava atrasada. Você pode achar que isso é maluquice, mas fui pra estação, tá? Vou pegar o trem das cinco e meia. Eu deixei o celular cair no chão. Uma amiga, Mia, me mostrou um vídeo no seu celular. — Você viu, Mi? O trem que você se atrasou para pegar explodiu! Uma pessoa morreu... A foto de minha mãe estampava a foto de um noticiário, com uma legenda na parte de baixo, "Mulher é morta após explosão com bomba em trem da Cidade Oeste." Eu apertei os olhos com força. Abri-os. Eram 9 horas e 10 minutos. Dernière modification le 1516327140000 |
Niconicolii « Citoyen » 1516327380000
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pfv n censura esse comentário. Preciso dizer que as partes sem explicação provavelmente tão em segundo plano e abertas a interpretação (isso tb e um pouco de desculpa pq n tive tempo). |