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Preconceito linguístico
Shirowalda
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Atualmente, o Brasil tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos, referente a 7,2% da população de 15 anos ou mais, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que foi divulgado no fim do ano passado e se refere ao ano de 2016, também mostra que maioria se encontra no Nordeste. Além da diferença regional, há discrepâncias entre a população branca e a negra, com 9 anos e 7,1 anos de estudo, respectivamente. Os dados que se referem à parcela escolarizada da população brasileira também não são nada animadores: cerca de 51% da população brasileira de 25 anos ou mais têm somente até o Ensino Fundamental completo. No caso do Ensino Médio, apenas 26,3% desse grupo tinha completado esse nível de estudo. A taxa mais baixa está no ensino superior: 15,3% completaram a etapa.

Aqui, o problema com o preconceito linguístico é muito notório, já que muitos indivíduos se consideram superiores a outros por sua maneira de falar. É importante destacar, também, que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica). Gerado pelas diferenças linguísticas de um mesmo idioma, no Brasil é muito comum devido as diferenças de dialetos, gírias e sotaques, desenvolvidos ao longo do tempo e que envolvem aspectos históricos, sociais e culturais. Então, por ser de uma determinada região, uma pessoa pode ter um determinado sotaque. "Mas se eventualmente essa região goza de menos prestígio, essas pessoas acabam sendo satirizadas, transformando a língua em um instrumento de opressão social", pontua Eduardo Calbucci, que também participa do grupo de revitalização de conteúdo do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.

Segundo o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno, no livro Preconceito Linguístico: o que é, como se faz, não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e que o preconceito linguístico, gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social. É abordado e analisado no livro, mitos gerados pelo preconceito linguístico, segue a lista:

Mito n° 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”: o autor aborda sobre a unidade linguística e as variações que existem dentro do território brasileiro.
Mito n° 2 “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”: apresenta as diferenças entre o português falado no Brasil e em Portugal, este último considerado superior e mais “correto”.
Mito n° 3 “Português é muito difícil”: baseado em argumentos sobre a gramática normativa da língua portuguesa ensinada em Portugal, e suas diferenças entre falar e escrever dos brasileiros.
Mito n° 4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”: preconceito gerado por pessoas que têm um baixo nível de escolaridade. Bagno defende essas variantes da língua e analisa o preconceito linguístico e social gerado pela diferença da língua falada e da norma padrão.
Mito n° 5 “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”: mito criado em torna desse estado, o qual é considerado por muitos o português mais correto, melhor e mais bonito, posto que está intimamente relacionado com o português de Portugal e o uso do pronome "tu" com a conjugação correta do verbo: tu vais, tu queres, etc.
Mito n° 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim”: aqui o autor apresenta diferenças entre as diversas variantes no Brasil e a utilização da linguagem formal (culta) e informal (coloquial).
Mito n° 7 “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”: aborda sobre o fenômeno da variação linguística e a subordinação da língua a norma culta. Para ele, a gramática normativa passou a ser um instrumento de poder e de controle.
Mito n° 8 “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”: decorrente das desigualdades sociais e das diferenças das variações em determinadas classes sociais. Assim, as variedades linguísticas que não são padrão da língua são consideradas inferiores.

Nosso país é um país enorme, que sofreu uma grande influência de outras culturas, o que gerou sotaques diferentes. Não existe um melhor ou pior, eles apenas são diferentes. Você não pode zombar de uma pessoa pelo modo como ela fala, nem tentar ensinar o outro a falar com o mesmo sotaque que você, simplesmente porque você prefere o seu. Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também dentro de um próprio estado, são os principais alvo de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vive na capital do estado e uma pessoa que vive no interior. Geralmente, quem está na capital acredita que sua maneira de falar é superior a das pessoas que habitam o interior do estado ou mesmo as áreas rurais. Nesses casos, muitas palavras pejorativas e depreciativas são utilizadas para determinar algumas dessas pessoas através de um estereótipo associado as variedades linguísticas, por exemplo, o caipira, o baiano, o nordestino, o roceiro, dentre outros. Esse tipo de preconceito atinge muitos grupos considerados de menor prestígio social, donde a língua é utilizada como ferramenta de distinção social. Entretanto, vale lembrar que todas as variações linguísticas são aceitas e devem ser consideradas um valor cultural e não um problema.

Desde sempre “falar bem” é um privilégio de quem tem acesso às boas escolas e à educação de um modo geral, ou seja, de quem tem dinheiro. Por isso, é muito comum que pessoas que têm menos condições financeiras desconheçam as regras gramaticais.

Existem duas correntes de estudo da língua. De um lado, os gramáticos normativos acreditam que é preciso escrever e falar sempre de acordo com as norma padrão e toda palavra falada e escrita, bem como as construções gramaticais feitas que não condizem com esta norma está incorreta. Do outro lado está a Sociolinguística, que afirma que, quando a mensagem é transmitida, então não há erro. O que há é o conceito de adequação e inadequação. Significa que, em uma aula de português, o professor não deve falar “nós vai”. É inadequado. Já alguém que claramente não teve acesso a uma educação de qualidade escreve ou fala “nós vai”, essa pessoa não deve ser constrangida, pois passou a mensagem da melhor forma que podia.

Sejamos francos. Rir de alguém que não aprendeu algo por falta de oportunidade, é uma forma de crueldade sim! É preciso enxergar o mundo além do próprio nariz. Não é porque você teve ou tem oportunidade de estudar que o outro também terá. Se mesmo com dificuldades você conseguiu e agora tem o domínio da norma padrão, parabéns. Só saiba que as outras pessoas têm histórias de vidas diferentes e que você não pode sair julgando ninguém por conta de “erros” de português.

Respeite todos os modos de falar e não julgue o outro como alguém superior ou inferior por conta de “erros” de português ou de variações diferentes da língua.



Fontes:
https://letrase.wordpress.com/2015/09/11/preconceito-linguistico/
https://www.todamateria.com.br/preconceito-linguistico/
https://www.vice.com/pt_br/article/7xda7a/corrigir-portugues-preconceito-linguistico
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-118-milhoes-de-analfabetos-segundo-ibge-22211755

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Rafinha
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ficou muito bom shiroooo <3
Iho
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Fico ótimo!
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Naiyme
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