Passados dois anos desde o abandono, Abel lançou na internet seu primeiro EP contendo 9 músicas, House of Balloons. Com dois singles, rapidamente se tornou um sucesso entre os ouvintes de um R&B mais obscuro. Esse álbum é completamente triste, obscuro e principalmente perturbador pra quem for ouvir ele. É altamente recomendado, caso você fale inglês ou tenha interesse em ler as letras e conhecê-las, pensar bem antes de tomar essa decisão. As músicas são repletas de tristeza, até mesmo as mais dançantes, e isso faz com que uma atmosfera perturbante se crie ao redor do álbum, um R&B voltado para o verdadeiro fundo do poço.

Esse álbum é tão triste que nem sequer o The Weeknd hoje em dia tem tanta coragem de tocar ele em seus shows. Ele ainda toca alguns sucessos menos perturbadores, como High for This (primeira do EP), Wicked Games (que é muito muito triste, mas foi a primeira dele que fez sucesso lançada como single). O resto ele passa longe.

Muitos meses depois, ainda no mesmo ano de 2011, The Weeknd lançou o EP Thursday na internet, aumentando o seu sucesso. Como single, foi lançada The Zone, uma participação com Drake e uma música que fala da “zona” que Abel chegava ao usar uma quantidade extrema de drogas e fazer amor com mulheres pensando em outra, e Rolling Stone, que é uma música entregue diretamente para os fãs dele. Ele escreveu essa música expressando seus sentimentos com base nisso. O clipe é interessante.

Uma característica muito legal e especial desse EP, para caso queiram acompanhar, é que todas as músicas tem uma conexão lírica e instrumental. Todas elas falam exatamente da mesma história, que em um resumo básico se trata de uma garota que toda quinta-feira (o nome do álbum, Thursday) visitava Abel. Mas apenas nas quinta-feiras. Eventualmente, essa garota acabou por se apaixonar por Abel, e ele é um cara que simplesmente você não pode se apaixonar por ele pelo estilo de vida que ele leva.
Conforme o álbum vai montando a história, conta o que acontece logo em seguida, envolvendo mortes, drogas e muita perturbação. Eu não vou falar o fim da história para quem tiver a curiosidade ir procurar. Esse EP contém nove músicas, assim como o anterior.


[Aliás, outra curiosidade interessante é que algumas músicas o Abel nem sequer nunca aprendeu a cantar direito simplesmente porque ele ficava extremamente drogado e acaba cantando tudo sem nem saber o que cantava. Um desses exemplos é o final terrivelmente perturbador e muito bom de Gone, uma das músicas do álbum. O instrumental simplesmente muda e ele começa a cantar palavras aleatórias enquanto fica completamente chapado. Até hoje ele não se lembra do que ele cantou nessa parte :lol:]

Então, no final do mesmo ano, 2011, Abel lançou o último EP de sua trilogia. Echoes of Silence. Esse álbum não é só mais perturbador do que House of Balloons ou Thursday, os dois EPs anteriores dele. É O ÁLBUM MAIS PERTURBADOR QUE EU JÁ OUVI NA MINHA VIDA. Aclamado criticamente, ele também contém nove músicas, assim como seus antecessores. Nenhuma música foi lançada como single até o momento, sendo apenas incluído singles na versão Trilogy do álbum. Explicarei abaixo.

Uma das características desse álbum não é a história contínua igual de Thursday, ou a estreia de House of Balloons, mas ao que se sabe das letras e dos instrumentais, Abel acabou partindo para lançar um mix de músicas que originalmente se encaixam entre as histórias dos outros álbuns. Músicas variadas. Alguns exemplos são D.D., que é um cover de Dirty Diana do Michael Jackson, só que em uma versão muito mais obscura e com os mesmos high notes, porém, melhor ainda. Pra quem gosta de Michael Jackson, essa música é um prato cheio de felicidades.

A característica principal de Echoes of Silence é a sua extremidade na tristeza. O EP é triste, sincero, horrível, melancólico, realista. Pra quem quiser se aventurar, cada música fica pior do que a outra, com destaque para as quatro finais. O uso do piano e o R&B horripilante caracterizam bastante o instrumental, e as letras são mais partidas para que dessa vez não sejam as mulheres as pessoas a sofrer: nesse EP, o próprio Abel é quem mais sofre. E ele revela isso em cada palavra. Inclusive, há alguns vocais incluindo uma voz melancólica como se Abel estivesse quase chorando enquanto cantava. É. É pesado. Não recomendo pra quem souber inglês e for facilmente perturbável. Mas é uma verdadeira obra prima.

Alguns meses mais tarde, fora lançado Trilogy.

O Trilogy é basicamente a reunião dos 3 EPs lançados até então em um só álbum, agora álbum mesmo. A diferença é que anteriormente cada EP tinha 9 músicas, totalizando 27 no total. Entretanto, na versão Trilogy, cada EP ganhou uma música especial: Twenty Eight [para House of Balloons], Valerie [para Thursday] e Till Dawn (Here Comes The Sun) para Echoes of Silence.
Twenty Eight foi lançado como single para promover o álbum. É uma música bem melancólica, e o clipe é interessantíssimo.

Dois anos após o lançamento de Trilogy e toda a Tour seguida por trás, The Weeknd, agora demonstrando sinais de recuperação de seu estado anterior, lança Kiss Land. O álbum é basicamente uma mistura um pouco psicodélica entre várias músicas que se dividem como se fossem uma só. Em geral, as palavras nesse álbum são sinceras e quando Abel falou em uma das primeiras vezes sobre o álbum: "Se trata de um filme de terror. Kiss Land é como um filme de terror, uma ilha de terror. Os barulhos, os gritos são todos reproduzidos da mesma maneira."

Dois anos mais tarde, alvejando o pop e o mundo exterior com seu R&B único, o santo baixa em Abel e ele acaba lançando um dos melhores álbuns que a humanidade já fez e provavelmente o mais épico de toda a sua carreira, mudando ela por completo. O famoso Beauty Behind the Madness. BBTM é um álbum mais chamativo que os outros — ainda há, com certeza, o R&B obscuro e a presença melancólica nas letras. Mas Abel já demonstra-se muito melhor que antes, evitando músicas muito tristes.

De fato, só há uma música que é triste, e é a última do álbum: Angel, que cita uma despedida para os fãs originais de Abel. Cada música desse álbum é uma obra prima, que trouxe sucessos como in The Night, Can't Feel My Face, The Hills e Tell Your Friends. Abel, eu te amo.

Pessoalmente, BBTM é um dos álbuns mais importantes da minha vida e trouxe pra mim tudo o que eu quero pro meu futuro e a minha carreira, que é ser um cantor R&B assim como ele. Cada música é única e relembrável.

Após o sucesso de BBTM e a conclusão de uma verdadeira obra prima, Abel ascendeu no mundo do Pop e não só isso. Ele havia se tornado mais.

Starboy é o último álbum lançado até então, ocorrendo no final de 2016. Sua ascensão começou com o lançamento inesperado do clipe da música principal de todo o álbum logo após um anúncio fervoroso de que ele havia adotado um novo corte de cabelo e mais do que isso. Também um novo estilo.
Starboy é um dos álbuns mais famosos dele, se não o mais famoso por ter o lançamento bem mais esperado do que BBTM. Atualmente, é o álbum que eu estou vivendo, e posso dizer que ele é tão digno quanto o anterior. Um pouco difícil para os velhos fãs aceitarem, assim como foi difícil pra mim também que fiquei com raiva de Starboy em si por alguns meses, mas depois percebi o quão bom era. A mudança de estilo é notável, assim como o fato de que Abel agora não está mais tanto no mundo das drogas e as letras deixaram de ser melancólicas ou depressivas. E ah, o amor.

Nenhum fã antigo dele imaginaria que Abel um dia faria músicas sobre amor. E ele fez. O problema maior ainda é que elas são muito boas. É um prato cheio para novos fãs, e algo difícil para os antigos como eu engolirem. Mas, no fim das contas, é um álbum muito, muito bom.